A filha de André Silva

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- Podes começar a explicar-te. - olhei para ele de braços cruzados

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- Então, depois de teres ido embora eu fiquei de rastos. Eu não sabia o que se passava, disseram me que estavas bem mas, se me queriam convencer disso, eu para acreditar tinha de ver com os meus próprios olhos... - ele suspirou - eu tinha tantas perguntas, como, o que raio é que se passou, se tinha sido algo que eu tinha feito, eu estava perdido por isso comecei a beber mas rapidamente parei com isso. Uma noite encontrei aquela rapariga! Eu comecei a ter um caso com ela, não era nada sério eu apenas usava-a para ao menos te tentar esquecer mas isso não resultava porque sempre que hm... pronto... depois que ela se ia embora, a culpa atingia-me como tudo e chorava a noite toda. Sim, eu chorava porque estava perdido sem ti.... - olhou me nos olhos - Quando voltaste eu disse lhe para me esquecer como se eu não existisse... que ela não significava nada para mim e que não éramos nada... o que nos tivemos era apenas sexo e acabou ali.

- Porque é que me escondeste isso André? - perguntei desiludida

- Porque pensei que não fosse algo importante, foi apenas uma fase e uma fase que eu quero esquecer.

- Porque é que...

- Ela trabalha agora numa pizzaria ela é quem entrega as pizzas em casa eu juro que não sabia, o Afonso quis pedir pizza e depois ela apareceu e eu não sabia o que fazer, ela entrou em minha casa e o Afonso depois saiu. Estive a falar com ela a explicar claramente as coisas mas ela parecia que não entendia o que raio é "eu tenho namorada que é o amor da minha vida e é a mãe da minha filha" ela quis beijar me e eu não reagi porque não estava à espera mas eu juro que a ia afastar mas tu entraste nesse momento e não me deixaste explicar nada!

- Mas que merda então porque raio é que disseste aquilo do " quem é que te disse para vires aqui?" Ou uma merda parecida sei lá...

- Eu não sei, entrei em pânico foi o que me veio á cabeça desculpa amor eu juro que te amo só a ti e apenas a ti! Só de imaginar que te poderia perder eu não sabia o que fazer... perdoa me por favor.

- André eu amo-te e tu sabes, eu posso te perdoar mas eu não me vou esquecer... agora tenho uma pergunta.

- Eu amo-te desculpa! Mas diz?

- O que raio é que se passa entre ti e o Afonso?

- Está chateado comigo porque, depois de o Pires ter saído com a Carol ele esteve cá em casa comigo e com o meu irmão e eu incentivei-o em relação á Carol.

- O Afonso gosta dela? - perguntei surpresa

- Sempre gostou.

- Sim eu sei... quer dizer, eu pensei que ele já a tivesse esquecido depois do que aconteceu e que tivesse seguido com a sua vida.

- Ele tentou. Ele continua caidinho por ela, todos cometemos erros mas o maior erro do Afonso foi não lhe ter dito logo o que sentia por ela.

- Ele devia ter feito isso porque a Carol era apaixonada por ele. Mas agora com o Pires... eu não sei, a última vez que a vi tão feliz foi quando teve um "encontro" com o Afonso. Depois do que ele lhe fez, ela já não sorria assim como sorri quando está com o Pires... o brilho que ela tinha nos olhos voltou. - peguei na mão do André - Por mais que goste de ver o Afonso com ela, eu não a quero ver magoada outra vez.

- Eu entendo. Mas eu não me quero meter são as cenas deles e isso só lhes diz respeito a eles.

- Concordo.

Ficamos uns minutos em silêncio de frente a frente, enquanto lhe continuava a segurar na mão

- Isto é engraçado.

- O que? - ele perguntou confuso

- Ainda há bocado estávamos meios que a "discutir", depois tivemos uma conversa que se pode considerar "civilizada" e agora acabamos a falar no teu irmão e na Carol. - ri-me onde o André se juntou a mim

- Pois. Então...hm... estamos bem? - ele pegou no meu queixo fazendo me olhar para ele

- Sim, estamos bem. - Sorri - Para além do mais não consigo estar mais tempo sem ti, estes dias têm sido péssimos.

- Para mim também têm sido péssimos. Não tens noção das saudades que tenho de te ver praticamente todos os dias, de ter a nossa filha connosco, de vos abraçar e de te beijar. - ele sussurrou aproximando os seus lábios dos meus

- Então estás á espera do que para me beijar? - sussurrei, sentindo logo de seguido os seus lábios nos meus

"Como já tinha saudades destes lábios"

- Amo-te daqui até á lua e volta - disse me entre o beijo fazendo me sorrir

- E eu amo-te mais do que Nutella! - respondi-lhe fazendo-o separar os seus lábios dos meus, deixando a sua gargalhada contagiante ecoar por todo o quarto.