ALEX
Olho para a fachada do local por alguns segundos. Lembro perfeitamente da primeira vez que estive ali. Fernando havia me arrastado para esse buraco com o propósito de me manter longe de confusões, já que eu fugia constantemente de sua antiga paróquia para beber, fumar e transar. Entretanto o que me fez lembrar do passado não foi a frente do local, e sim que ali, a quatro anos atrás, conhece Eva.
Quando ficamos a sós, a primeira coisa que Fernando me diz é: Fique longe das irmãs. Quase rir, mas deixei passar, o homem estava blefando, até parece que eu fosse querer foder uma delas.
Depois começou a encher o meu saco de como eu deveria me comporta diantes as freiras, e o que eu podia e não podia fazer. Escutei tudo atentamente, balançando a cabeça em concordância fingindo concordar com os seus termos. Assim que ele terminou de lista as regras, houve uma batida na porta.
Estava distraído pensando onde diabos eu encontraria um local para fumar quando Fernando me chamou atenção. Olho para ele deixando bem claro que eu havia entendi os malditos termos, mas minha careta some e pisco algumas vezes quando vejo uma das freiras. Sua pureza pareceu tomar conta de toda sala e eu não conseguir desviar o olhar.
Fernando primeiro me apresentou a Madre Superior do convento. Enquanto apertava a mão da mulher, me controlei para não olhar para a freirinha ao seu lado.
— Esta é Eva, minha aluna, no futuro ela irá ser minha sucessora.
Eva … Bonito nome.
— Prazer, Eva. — segurei sua mão com medo de quebrá-la, já que ela parecia tão frágil. Mas me enganei, seu aperto era forte.
— Seja bem vindo senhor, Alexandre. — por algum motivo sua voz me fez lembrar doces, e a forma como sua língua dobro um pouco quando falou o Alexan-dre, me fez querer comê-la.
— Obrigada. — infelizmente soltamos nossas mãos, o que é claro não me impediu se meus olhos continuarem nela. Não passou despercebido a olhada que ela me deu, e eu juro ter visto algo passar pelo seus olhos mas que logo sumiu. Ela parece ignorar o que acabou de acontecer e me direciona um olhar angelical. Ah Doce Eva, essa sua carinha de anjo não me engana.
Estaciono o carro e deixo o motor morrer. Olho para Eva dormindo no banco, a posição parecia desconfortável. Ela estava encolhida e sua cabeça estava apoiada na porta, ela havia colocado um casaco para não doer enquanto o carro se movimentava. Passamos oito horas na estrada, e na maioria do tempo Eva dormiu. Isso era no mínimo estranho. Principalmente porque Eva não é de dormir muito.
— Ei. — tiro o meu cinto e me aproximo dela para acordá-la. Quando toco em sua testa, ela acordar com um susto. Fica desorientada por alguns segundos, olhando para os lados para descobrir onde estávamos.
— Chegamos? — perguntar sentando direito no assento e olhando pela janela.
— Chegamos. — enquanto ela despertar do sono saio do carro dando a voltar pela frente. Eva sai logo em seguida.
Eu estava prestes a ir em direção ao porta-malas, quando paro e olho para Eva. Ela estava com os braços erguidos para cima, para prender seus cabelos. Seus olhos estavam fechados, como se com eles fechados a faria se concentrar melhor. A sensação que tomar conta de mim é a mesma que tive quando a vir pela primeira vez. A mulher em minha frente era a mesma de quatro anos atrás, com algumas mudanças, é claro. Essa mulher não era tão inocente como antes, essa mulher em minha frente topava todas as posições sexuais existentes e me surpreendia constantemente. Mas ainda existia a antiga Eva, e eu a via várias vezes no dia. Ela ainda usava o colar de cruz que eu havia lhe dado alguns anos atrás, como também rezava todos os dias e noites.

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De volta ao Convento
Roman d'amourQuatro anos se passaram desde que Eva saiu do Convento para não mais voltar. No entanto, esse fato muda subitamente quando sua casa é invadida. Com sua família em perigo, Alex tenta tomar uma decisão: deixar sua mulher e filhos para trás, seguros, p...