VIII

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                              ALEX

O murmuro que vem da cama me faz desviar a atenção da janela. Eva se remexe um pouco mais logo ficar quieta. Me aproximo da cama e a observo, ela estava usando um vestido vermelho com alças fina, seus cabelos estavam espalhados no travesseiro, assim que chegamos no motel, Eva deitou e logo dormiu, e eu não sairia de seu lado.

Me direciono ao seu lado na cama e toco em seu rosto.

Eva estava evitando o meu toque, ela me deixava beijá-la, no entanto, não me deixava tocá-la da forma como eu queria, todas as vezes que eu tentava puxa sua camisa para cima, ela me impedia e logo se afastava com a desculpa de que não estava no clima, isso começou depois que eu dei uma lição naqueles cara. Ela estava com medo de mim? Estava com receio do meu toque porque sabia que eu já havia feito bem mais que dar uma surra em dois cara. Por Deus, eu espero que não.

(…)

Algumas horas depois, sou acordado com o corpo de Eva se mexendo novamente, mas dessa vez ela estava colando seu corpo ao meu. Colocar a cabeça em meu tórax, me agarra pela cintura e sobe a perna entrelaçando com a minha, ela faz tudo isso ainda dormindo. Passo os braços ao seu redor e tento dormir novamente, o que não foi uma tarefa fácil, pois Eva começar a falar enquanto dorme. Ela fazia muito isso, murmurar coisas incoerentes durante o sono, quando eu disse a ela que fazia isso, recebi um olhar que me fez aprender uma lição. Nunca diga a sua mulher que ela falar dormindo.

— Alex… — ela sussurra, olho para seu rosto, Eva está fazendo uma careta. Provavelmente estava tendo um pesadelo. — Alex, cuide do bebê.

Franzo a testa. Miguel estava com dois anos e Ângelo quase quatro, fazia bastante tempo que Eva não os chamava de bebê. Vai ver ela estava lembrando de algo.

— Não toquem nele! — ela retirar o braço que estava em minha cintura e se afastar. — Meu bebê.

— Que bebê? — pergunto ainda confuso. Eva ainda dormindo, se afastar de mim e deitar reta na cama, antes de finalmente ficar quieta, ela levar as duas mãos para barriga, como se tivesse protegendo o que estava ali.

Sento na cama e olho para Eva dormindo, para suas mãos em sua barriga em seguida para o seu rosto relaxando aos poucos. Levanto da cama, ando de um lado para o outro no quarto, tudo fazendo sentido agora.

Por isso ela não me deixava tirar sua blusa, por isso ela está evitado ficar nua em minha frente, por isso ela estava toda estranha a duas semanas atrás, quando pediu para paramos na farmácia para comprar alguns remédios. Achei estranho quando ela me pediu para ir atrás de um remédio com o nome estranho, no entanto deixei passar porque achei que ela tivesse querendo me afastar pra compra coisas de mulheres.

Se Eva estivesse mesmo grávida, tudo mudava, mas antes de toma qualquer decisão, iria fazer ela me contar.

⭐⭐⭐

Eva estava no banho, quando o chuveiro é ligado, começo arrumar nossas coisas. Finjo que saio do quarto e espero um pouco, vou até a porta do banheiro e fico escutando, Eva está falando, sua voz está baixar, mas só quando ela desligar o chuveiro que posso escuta o que ela está falando.

— O que devo fazer Ímpar?

Ímpar? Quem diabos é ímpar?

— Conto ou não conto?

Ela fica em silêncio, deve estar se vestindo, me afasto da porta e espero ela sair com os braços cruzados. Quando abre a porta, Eva da um grito assim que me ver.

— Com quem estava falando?

— Pensei que você tivesse saído.

— Com quem você estava falando? — repito a pergunta.

— Ninguém.

— Eu escutei você falando com alguém.

— Deve estar imaginando coisas. — ela sorrir forçado e passar por mim, no entanto para quando ver nossas coisas arrumadas — O que é isso? Estamos indo embora?

— Só você.

— Eu? Porque? Nós ainda não … — ela para e me olhar com os olhos arregalados. — Você sabe.

— Sei o que?

— Eu ia conta, eu juro que ia. — diz apressada — Mas sabia que se eu contasse, você me mandaria para casa, e eu não posso deixar você.

— Sei o que Eva? — me faço de desentendido. Ela sabia o que eu estava fazendo, eu continuaria com isso até ela dizer.

— Alex …

— Me diga doce Eva, o que eu sei?

— Que estou grávida, droga!

Então era verdade, Eva estava grávida. Fico um tempo em silêncio assimilando a notícia. Acha era uma coisa, ter a certeza era outra.

— Alex? — sento na cama e apoio os cotovelos nos joelhos e abaixo a cabeça. — Eu sei que você não gosta de ímpar, mas …

— Você acha mesmo que eu tô me fodendo para essa merda? — permaneço de cabeça baixar. — É uma criança Eva.

— Eu sei, mas …

— Quando? — levanto a cabeça, Eva está parada em minha frente, e parece nervosa. Bem, eu também estou nervoso, é minha mulher e três, três! Filhos em perigo.

— Quando o que? Descobrir que estava grávida ou fizemos ele? — continuo sério, e percebendo que não estava para brincadeiras, Eva voltar novamente mexer na aliança nervosa, girando ela no dedo. — Foi quando passamos o final de semana na casa de meus, e descobri semana passada.

Dois meses e sete dias. Levanto da cama e pego minha bolsa.

— Você precisa ir ao médico. — pego a chave do carro na mesinha. — Pegue suas coisas, vamos embora.

— Alex, me escutar, você não pode me mandar para casa e ficar … — ela finalmente se dar conta do que eu disse.  — Você disse vamos, no plural, isso significa que você não vai ficar?

Solto minha bolsa e me aproximo dela, seguro seu rosto com as duas mãos.

— Meu filho é mais importante. — ela não parece acredita em minhas palavras, mas logo abri um sorriso enorme, envolve os braços em meu pescoço. — Espero que esse não seja um empata foda.

— Não, ele não vai. — sua voz sai abafada contra o meu pescoço.

— Vou ligar pra polícia e avisar onde a quadrilha ficar. — Eva se afastar e me olhar confusa. — Sim, já estávamos voltando para casa com, ou sem bebê.

Mas com a descoberta dele, não poderei fazer o que eu pretendia.

(…)

Seguro a mão de Eva enquanto saímos do quarto, já havia acertado tudo com gerente do motel, agora era só entrarmos no carro e voltar para casa.

— Indo embora sem se despedir. — paro bruscamente quando escuto a voz atrás da gente, Eva é a primeira a virar, e por sua expressão, ele não estava sozinho. — Que falta de educação, primo.

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