Capítulo 5

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Deixei de  lado por um instante aquela intrigante mensagem, e fui chorando até o necrotério onde já haviam levado mamãe. 

Sabia que algum dia isso iria acontecer, mas não sabia que seria tão cedo, não estava preparada para ver minha mãe deitada naquela mesa fria apenas com um lençol cobrindo seu corpo gelado. Meus olhos ainda cheios de lágrimas, olharam em volta sem acreditar ainda, fui até a mesa e beijei a testa gelada de minha mãe, virei as costas e saí da sala.

Naquele momento fui até a secretária do hospital onde peguei informações e já contratei o serviço funerário, aquilo partira meu coração ainda mais.

Ao sair do elevador vejo Tyler ainda no hospital, sentado na sala de espera do bloco C, ele levanta e novamente me abraça, limpando as lágrimas de meu rosto.

- Venha, Lizzie, vamos para casa.

Eu queria ir para qualquer lugar que não fosse a minha casa, com aquele cenário horrível, pedi a Tyler que me levasse a casa de Carol, ele concordou com a cabeça e fomos até o estacionamento.

Cheguei a casa de Carol, tia Taíssa atende à porta e logo me abraça pois já sabia da notícia, começo a chorar novamente lembrando de tudo o que havia acontecido e começo a contar à tia Taíssa e também à Carol que se senta ao meu lado na sala, todo o ocorrido - sem mencionar a mensagem que recebi -  e novamente aquela culpa me invade, eu nunca me perdoarei. 

- Lizzie, não se culpe desse jeito, meu amor - diz tia Taíssa - você não teve participação nenhuma nisso.

- Mas... - tia Taíssa me interrompe antes de terminar minha frase.

- Mas nada, o fato de você ter deixado a porta aberta não interliga a morte de sua mãe, não fique com esse remorso, essa culpa.

Abaixei a cabeça e Carol me abraça, um abraço apertado, com amor, que somente ela e minha mãe conseguiam dar. Pedi se podia dormir ali por essa noite e Taíssa afirma que sim sem exitar.

Carol sobe para seu quarto e eu a acompanho, ela me empresta um pijama e vou tomar um banho pra tirar aquele ar de hospital. No banho a cena de minha mãe sangrando no chão repassa mil vezes, como uma tortura, coloco as as mãos no rosto apertando  os olhos tentando evitar a saída das lágrimas, mas infelizmente falho. 

Ouço Carol atender ao telefone e automaticamente lembro da mensagem que recebi e começo a pensar o porquê daquilo, quem seria a mulher? Quem teria enviado? Por que enviou naquele exato momento? Por que meu pai fez aquilo? Todas essas perguntas estavam sem resposta. 

Eu ainda não tinha conseguido falar com papai, então ouço Carol me chamar à porta:

- Izi, seu pai está no telefone.

- Diga a ele que já vou.

- Coloco uma toalha sob meu corpo e saio do banheiro questionando-me se deveria falar sobre a mensagem.

- Alô, papai?

- Oi meu amor, você está bem? 

- Como você acha que eu estou? Eu acabei de ver a minha mãe morrer, e não tinha ninguém ao meu lado. Onde você estava que não atendia o telefone? Eu precisava de você, eu preciso de você? Onde você está que não está aqui comigo no momento que mais preciso de apoio? Ela era sua mulher, pai.

- Calma, Lizzie, por favor fique calma, eu estava no táxi vindo pra casa e o trânsito estava congestionado, acabei perdendo o voo, quando cheguei ao aeroporto vi suas ligações, fui te retornar e a Taíssa me ligou dando a notícia, eu fiquei desesperado por não estar aí - nesse momento em meu pensamento veio um sorriso irônico ao lembrar da imagem na mensagem - depois não consegui mais falar com você, seu celular caía direto na caixa de mensagem. Daqui meia hora sai o próximo voo e eu estou indo ficar com você, chego a tempo do funeral, fique com a Taíssa e com a Carol que logo nos vemos. eu te  amo, meu anjo, se cuida.

Ao falar isso ele desliga o telefone sem ao menos me deixar responder. Entrego o celular à Carol e fomos dormir, pois o dia seguinte seria longo.

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⏰ Last updated: Jan 16, 2017 ⏰

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