Lauren Pov
Estava eu, Normani, Verônica e Ally na nossa "Noite do Poker", todas às quintas-feiras na casa da Vero, hábito que adquirimos na época em que servimos no Iraque, pois muitas vezes na guerra nós tínhamos que esperar dias e dias até que atacássemos a cidade ou salvasse um vilarejo de terroristas, e com esses dias que não estávamos em combate e não tinha absolutamente nada pra fazer, Ally arrumou um baralho pra gente e acabamos passando essa horas ociosas aprendendo a jogar poker.
Normani e Ally continuam no exército, mas agora servindo em trabalhos administrativos e eu e Vero fomos "pra reserva" já que fomos gravemente feridas, Vero teve uma parte do seu ombro esquerdo despedaçado por uma bomba, tendo que substituir seus ossos do ombro por platina e eu, que pisei em uma mina terrestre e perdi uma parte da perna direita, do joelho para baixo, e tive que colocar uma perna meio robótica, mais ou menos parecido com o do filme Exterminador do Futuro. A Ally e a Normani sempre brincava comigo e com Vero dizendo que já que agora nós estávamos na reserva vivíamos de renda do Exército.
-Verônica até agora eu não sei como é que você me convenceu a ir pra esse grupo de apoio. –Falei enquanto o poker não começava e eu roubava as batatas chips dentro da tigela em cima da mesa.
-Lauren, é um grupo de apoio pra pessoas que sofreram traumas muitos fortes, eu fui durante um tempo e me ajudou bastante, falar e escutar o que as outras pessoas passaram ajuda. -Retrucou Vero.
-Eu sei, mas nossa....tem umas pessoas com tantos problemas por lá, que de vez em quando eu me sinto sortuda por apenas ter pedido uma parte da perna.
-Lauren, você não tá indo lá só por causa da perna, eu não ia lá só por causa do ombro, você sabe muito bem que o buraco é mais embaixo.
-Como assim?
-Trauma pós guerra Laur? Ou vai me dizer que você não acorda no meio da madrugada assustada achando que o lugar em que você tá dormindo está sendo bombardeado ou invadido por terroristas, porque comigo acontecia isso.
-Comigo ainda de vez em quando acontece isso também –Confessou Normani.
- Bom. –Continuou Vero. –Comigo diminuiu bastante depois que eu fui ao grupo de apoio, e agora que eu saí do grupo, estou indo só ao psiquiatra lá do exército.
-Lauren, nós achamos que você tá bem melhor desde que você começou a ir ao grupo. –Disse Ally
-É, confesso que tem me ajudado bastante, mas o que tem mais me motivado a ir lá ultimamente não é o Grupo em si, é mais uma pessoa.
-O QUÊ, SÉRIO.! Abre o jogo aí Lauren. –Disse Vero espantada já que desde que voltamos do Iraque não consigo me relacionar com ninguém, praticamente há 2 anos. É, talvez Vero tenha razão, o buraco é bem mais embaixo.
-Calma cara, não é nada, eu só acho a mulher muito bonita, e eu nunca falei com ela, eu só presto mais atenção nela quando é a vez dela falar.
-E como ela é?
-Ahh. –Disse suspirando. –Um amor de pessoa apesar dos problemas, ela tem origem latina, boca carnuda, olhos castanhos, pernas maravilhosas e uma bunda que nossa!
-Quero nome, ficha completa, anda!!! Nem parece que serviu o exército.
-Camila Cabello o nome dela.
-E você já chamou ela pra sair?
-Lógico que não! Tá louca!
-O quê....qual o problema, ela é casada por acaso?
-Não, ela não é casada, ela é...........Nossa!! Eu acho que eu não posso falar essas coisas pra você, é meio secreto as coisas que a gente confessa lá.
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Uma família de presente
ספרות חובביםLauren uma veterana do exército que teve que se desligar após um acidente grave, Camila uma viúva que passou por alguns problemas familiares tendo que tomar conta de seus filhos praticamente sozinha, as duas se conhecem em um grupo de apoio e um sen...