O Adeus!!

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Anahí..

Não sei por quanto tempo fiquei olhando aquela carta sem entender nada, não sabia o que significava aquilo. E o medo de abri-la me fez recuar..

Poncho saiu do banheiro e ficou me olhando parado com aquela carta na mão então me tirou do devaneio e falou.

Poncho: É de minha mãe para você!!

Anahí: Por que pra mim?

Poncho: Eu não sei Any, talvez esteja se desculpando nela, não teve tempo de lhe dizer... E não me deixou ver.

Poncho: Disse que se você quisesse você me mostraria...

Não entendia por que ela me mandaria uma carta, e justo naquele momento que ela passava. Se quisesse se desculpar era só ter me ligado.

De fato ela havia me ligado na agencia algumas vezes, e eu não quis atende-la. Fiquei com medo de abri-la e guardei no bolso de minha calça jeans.

Olhei para Poncho que ficou sem entender.

Anahí: Vou ler quando tudo isso acabar e estivermos bem para o que quer que seja que tenha escrito.

Poncho suspirou e começou a se secar, apenas concordou balançando a cabeça.

Poncho: Como quiser meu amor, não estou com vontade de ouvir também o que estava escrito. – disse por fim se abraçando a mim.

O abracei de volta e ficamos ali por alguns minutos, me desvencilhei de seus braços mesmo não querendo. Mas ele precisava descansar. Seu Pai me contara que fazia 48 horas que Poncho não dormia direito.

Eu precisava fazer com que ele descansasse pelo menos um pouco. Poncho sentou na cama e esperou eu secar seus cabelos.

Anahí: Você sabe que precisa descansar pelo menos um pouco não é meu amor? – Disse cautelosa.

Poncho suspirou alto, eu sabia que ele não queria dormir, ele nem conseguiria com tudo que estava acontecendo. Ter que convence-lo a dormir seria o maior sacrifício.

Poncho: Eu sei mas eu não consigo Any, e eu também não quero – começou dizendo e eu pude sentir seu choro quase silencioso.

Sentei ao seu lado da cama e o abracei, e caímos no centro da cama. Poncho chorava baixo em meu peito. Eu sentia sua dor, era palpável demais. Fiquei ali afagando seus cabelos molhados e o consolando como podia.

De tão cansada que estava acabei cochilando e Poncho por fim também conseguiu, eu não sei quanto tempo dormimos até que ouvi batidos na porta de meu quarto. Era meu sogro estava chegando do hospital, nos avisando que o corpo seria liberado dentro de duas horas.

E lá fomos nós nos arrumarmos e nos prepararmos para o velório.

Resolvi que iriamos todos no mesmo carro, eu fui dirigindo claro nenhum deles ali tinha condições para nada.

Quando chegamos ao local onde seria velado o corpo de minha sogra, algumas pessoas já estavam lá posicionadas na frente esperando o estabelecimento funerário ser aberto.

Reconheci algumas pessoas, e quase todas as suas amigas de longa data estavam lá. Havia alguns parentes também e muitos conhecidos do clube em que a minha família e a família de Poncho frequentava.

A noite seria longa e muito difícil, e eu só queria que aquele dia acabasse logo. E pudesse voltar pra casa com meu amor e tentar esquecer aquilo tudo.

Quase meia hora depois que estávamos na saleta o corpo de Ruth chegou, e eu senti uma dor imensa em vê-la naquele caixão.

Chorei copiosamente abraçada a Poncho e a meu sogro que não conseguia olhar pro caixão. Chorava com as duas mãos em seu rosto. Não consegui olhar pra sua esposa ali.

Ela estava tão diferente da última vez que a vi, seu cabelo era ralinho, seu corpo bem mais magro por causa da doença e seu rosto bem desfigurado devido a tantas quimioterapias.

Meus cunhados debruçados sobre o caixão assim como Poncho, depois de algum tempo demos espaço para que as pessoas começassem a entrar nos cumprimentar e dar suas condolências.

A noite foi passando, pessoas entravam e saiam do local, eu não larguei poncho nenhuma vez aquela noite. Ele estava um pouco melhor, conversava com algumas pessoas mas seu olhar ficava vazio cada vez que olhava pro caixão.

Eram 9 da manhã quando o sepultamento de sua mãe havia acabado, estávamos seguindo todos para casa de meu sogro. Havia alguns parentes de longe que iriam ficar por alguns dias. Ajudando Fernando no que pudesse, seus irmãos e a única irmã mais nova de Ruth também ficaria por lá.

Todos estávamos cansados, extremamente exaustos depois de passar uma noite em claro. Eu e Poncho ficamos por mais algumas horas, mas decidimos voltar embora. Prometendo ao Pai de Poncho que voltaríamos para ler o testamento dentro de dois dias...

Chegamos em casa e fiz algo leve para Poncho e eu comermos, e subimos para descansarmos e assim foi. Acordei já era mais de dez horas da noite, não encontrei Poncho na cama e fui a sua procura.

O encontrei na varanda tomando café e pensativo, me sentei em seu colo e ele me abraçou, ele não queria dizer nada, ele nem poderia. Estava tentando superar a partida de sua mãe. E eu nada disse também estava respeitando sua dor, que era minha dor também. E assim seria por algum tempo.


Um Amor pra vida toda | Tema: AYAOnde histórias criam vida. Descubra agora