Festa do Milho

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No caminho não falamos nada, fiquei olhando a todo o momento para a janela.

Quando cheguei, todos me acolheram com carinho até Caria com o jeito dela.

Carol já m puxou pro meu quarto, e diz:?

_Me conta tudo?

_Você disse para ele que ia fazer uma cirurgia do coração? Digo sério.

_È, e você não ia tirar ele do seu coração? Ela responde com uma pergunta.

Não aguentei tive que rir, e digo:

_Sério essa foi boa.

_Eu sei, sou ótima, mais me diz, vocês fizeram as pazes?

_Sim, por uma noite, contando que eu dormi a metade dela. Digo desanimado.

_Como assim? Pergunta ela confusa.

_Ele, me pediu desculpa, pensei que tínhamos se resolvido ele até disse que gostava de estar comigo, a gente até dormiu de mão dadas, e depois ele me veio com aquele história de "nunca mais podia acontecer aquilo." Digo imitando ele.

_E ? pergunta ela curiosa.

_Ele pediu para sermos amigo, e eu o ignorei, sim. Digo serio.

_Uau, o que você vai fazer agora? Pergunta ela.

_E tem algo a fazer? Pergunto.

_Claro que tem, mostrar o que ele perdeu. Responde ela.

Fico confuso e pergunto:

_Como?

_Amanhã tem a festa do milho, todos os jovens no final anoite se reúnem no milharal e o som e a bebida é a vontade. Diz ela bem clara.

Olhamos um para o outro com cara de que íamos aprontar.

Chega o dia da tal festa do milho, fomos com o carro do Gabriel, chegamos lá, tudo estava enfeitado, tinha um espaço enorme era uma 23:40, o Dj até tocava umas musicas legais, estava cheio de homens bonitos, reparei que tinha um que não tirara os olhos de mim, ele era forte, alto, até bonito, estava com mais dois caras, não sei se era por que minha calça era vinho ou por que minha camiseta tinha um arco-íris, que ele não parava de me olhar.

Era 1:50 da madruga, falei para Carol que iria mijar, ela ficou com Gabriel e mais uns amigos dele, Caria já tinha desaparecido, devia estar pegando alguém.

Fui até um lugar um pouco distante da festa, quando terminei de mijar fechei meu zíper, senti um soco em minha cara, que cortou meu lábio e fez eu cair, quando olho era o cara que estava me olhando antes e seus amigos.

Ouvi os dois caras dizendo:

_Isso você acertou o veadinho, ensina ele ser homem de verdade.

Por sorte Caria estava por ali perto, e aparece com o cara que ela estava pegando e diz:

_Que merda é essa!

Eu estava chocado, e imóvel.

_Bicha. Diz o cara que me socou, ao cuspir em mim, e sai com seus amigos.

Caria percebe que eu estou sagrando e que o que tinha ocorrido ali era um caso de homofobia, corre até mim, e ao ajudar me levantar diz:

_Você, está bem?

Balanço a cabeço pros lados, significando que não, e começo a chorar, ela me abraça.

Eu estava morrendo de medo, e pavor, nunca tinha me ocorrido algo assim, sempre fui xingado e criticado, mais nunca agredido.

Tento limpar minha boca, mais o sangue acaba manchando meu rosto.

Caria me ajuda ir até Carol e Gabriel, não sabia porque eu não conseguia andar direito eu estava em choque.

Carol ao ver o sangue, corre até mim, seguida por Gabriel, ela vaia té meu rosto e diz:

_O que houve?

_Uns 3 caras agrediram ele. Diz Caria.

_Por eu ser gay. Complemento.

Carol me abraça ao ver me desespero, não em aguento me desabo.

_Você tem que registrar queixa. Diz Caria preocupada.

_Não, pra quê. Digo chorando.

_Isso não pode ficar impune! Diz ela.

_Vai ficar, se eu for prestar queixa, eles vão registrar por agressão, então eles vão fazer serviço comunitário e vão ficar solto, não existe uma lei que pune homofobia, a lei não me protege. Digo, todos ali se calam, então ele me levam embora.

_Quer que eu te ajude a se limpar. Pergunta Carol.

_Não. Digo.

Vou para o banheiro, fecho a porta e me olho no espelho, meu lábio já estava começando a inchar, o sangue já estava quase seco em meu rosto, todo manchado.

Entro de baixo do chuveiro na água gelada, e fico com a cara pra cima, eu sentia aquela água gelada, que gelava até minha alma, aquela água foi limpando meu rosto.

No dia seguinte, todos tentaram me animar, ou me fazer comer mais eu não quis, queria ficar chorando, pois ninguém entendia dor que eu estava sentindo,

Se não fosse pela sorte de Caria aparecer, eu poderia estar morto, e aquele caras iriam me espancar até a morte, só por que eu era diferente, e o que eu poderia fazer? Eram três caras enormes. Aquele soco me acordou, me vez ver que o mal existe de verdade, e que ele não tem piedade, que o amor não existe, só existe a dor que as pessoas nos causam.

No almoço, alguém bate na porta e digo:

_Vai embora.

Então a porta se abre, è Gabriel, com uma prato de comida.

_Não estou com fome. Digo.

Ele repara em meus lábios inchados.

_Você precisa comer. Diz ele colocando o prato em uma mesinha que tinha ali.

_Não quero. Digo.

_Você vai ficar trancado aqui, até quando? Pergunta ele preocupado.

_Não sei, até eu ir embora talvez. Digo....

SPERBER: UMA NOVA HISTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora