QUEM TEM MEDO DO BICHO PAPÃO?

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ISLA TAYLOR


— Isso não vai dar certo, Taylor, isso não vai dar certo! — Thomas repetia no meu ouvido sem parar.

Eu já começava a ficar nervosa com aquele mantra pessimista, mas eu meio que precisava da sua ajuda, então fechei os olhos e respirei fundo.

— Cala a boca, Fletcher, isso não tem como dar mais certo!

— Se o Danny descobrir que foi coisa minha, ele vai me matar, me ressuscitar e depois me matar de novo! — Thomas continuou resmungando enquanto despejava vinho tinto na única taça limpa que eles tinham naquela casa, como um design de interiores de meia idade casado com um publicitário premiado.

— E o "Conte Seu Babado"? — eu perguntei, colocando dois pratos em cima da toalha e tentando desesperadamente mudar de assunto. — Postando muito?

— Eu não tenho nada a ver com essa história— ele respondeu, piscando os seus longos cílios como um cãozinho triste em minha direção. — Ou Danny ou Dougie que sempre postam, eu e o Harry não somos imbecis o suficiente.

Eu dei de ombros e nós continuamos a arrumar a cena do crime em silêncio. Eu havia chegado na casa dos meninos uns 15 minutos atrasada para arrumar um mini-jantar romântico para Danny e Sophie e, desde o momento em que mergulhei os meus olhos em Thomas – cabelo desgrenhado de quem havia acabado de acordar, peito nu, calça moletom detonada –, não consegui mais agir com naturalidade perto dele.

O que estava acontecendo comigo?

— Certo, tudo pronto, cheiroso e indecente— Thomas comentou, levantando-se e olhando tudo de outra perspectiva.

Eu repare como ele era alto e... másculo!

Ah, Deus...

— É... — concordei, levantando-me com ele. — Será que hoje eles se pegam?

— Se eles não se pegarem, eu quebro essa garrafa de vinho na cabeça do Danny.

— É, e tem que ser uma boa pegada ainda! — eu brinquei, mas logo depois senti o meu rosto arder de vergonha, principalmente depois que Thomas soltou uma risadinha meio constrangida pelo nariz.

Merda! Eu só abria a boca para falar asneira?

— Isso aí, pegada forte —ele concordou. Então olhou as horas no relógio do Star Wars na parede e perguntou. — Que horas você combinou com ela?

— Às oito — respondi. — E você?

— Também.

Um silêncio meio constrangedor pairou sobre nós. Olhei para Thomas, que observava um ponto fixo no chão. "Olha para mim, seu imbecil!" fiquei com vontade de gritar, sem saber exatamente o porquê.

Alô? — ouvi Sophie chamar do hall de entrada. — Alguém em casa?

— Porra, ela chegou mais cedo! — sussurrei, agarrando Thomas pelo braço e levando-nos até a dispensa.

Fechei a porta com cuidado para não fazer barulho e colei o ouvido na mesma. Thomas imitou o meu gesto, mas, para não se desequilibrar, colocou a mão na minha cintura e eu senti o local formigar.

— Alguém aqui? — Sophie chamou novamente, agora dentro da cozinha. — Ei! — ela exclamou. — Que lindo!

Thomas me cutucou e eu dei um beliscão de leve no seu braço.

Ouvimos mais barulhos na porta de entrada e alguns passos. Quando Danny entrou na cozinha e viu Sophie parada no meio do cômodo, perguntou como se encontrasse garotas confusas na sua casa todos os dias:

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