VOCÊ PARTIU MEU CORAÇÃO

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ISLA TAYLOR


É claro que ele estava brincando. Quando Thomas iria parar de brincar comigo e falar sério?

Nunca.

Nós fomos o caminho inteiro até a casa de Harry em silêncio, sentados um ao lado do outro; eu o sentia perto de mim, mas há quilômetros de distância ao mesmo tempo. Um frio percorreu minha a espinha. Eu havia tentando de tudo para entendê-lo, conseguir ler os seus sinais, e, quando percebi que não conseguiria, tentei me afastar. Mas nada do que eu fazia parecia surgir efeito.

Talvez eu devesse simplesmente ignorá-lo, como fiz por todos aqueles anos - aquela técnica havia se mostrado a mais eficiente no nosso caso. Mas só de pensar em fingir sentir algo que eu não sentia, como fiz desde que conheci Thomas Fletcher, algo dentro de mim começava a protestar.

Porque, veja bem, eu já havia desistido de esconder o fato de que sempre amei Thomas. Era mais fácil e menos doloroso assim.

— Onde você está indo, Judd? — Perrie perguntou do banco da frente.

Eu desviei os olhos dos meus tênis sujos e olhei em volta; Harry tinha passado da casa dela e ia em direção a dele.

— Eu vou levar o pessoal em casa primeiro — ele respondeu baixinho para que apenas Perrie ouvisse. — Quero te levar para um lugar.

Eu sorri por dentro e por fora. Nem tudo estava perdido! Ou talvez estivesse, quando Sophie contasse o que havia feito, coisa que faria mais tarde naquele mesmo dia.

Estremeci.

Se o clima já estava estranho entre eu e Thomas, eu imaginava como seriam as coisas depois que ela contasse.

Harry parou o carro na frente da sua casa e Dougie pulou do carro, com Victoria ao seu encalço. Sophie desceu de mãos dadas com Danny e Thomas foi logo atrás, me encarando.

— Hm... Harry? — chamei, sem mover um só músculo do banco de couro branco. — Você se importa de me levar para casa?

Eu não estava com o mínimo humor de comer pizza, falar merda e assistir Thomas Fletcher maravilhosamente perfeito na minha frente.

Não naquela noite em que eu sabia que tudo estava prestes a desmoronar.

— Tudo bem — o baterista concordou, já dando partida no carro.

Eu mantive a cabeça baixa, mas, antes de virar a esquina, olhei novamente para a casa dos meninos. Thomas estava parado no jardim com as mãos nos bolsos da calça jeans dois números maior que o necessário, olhando para o céu.


TOM FLETCHER


Entrei em casa desanimado, sentindo o cheiro do perfume da Isla nos meus ombros e cabelo. A minha roupa pesava no corpo e a minha cabeça doía.

Não era só a cabeça que doía.

— Acho que eu vou dormir — eu avisei o pessoal, já subindo pelas escadas.

As meninas me olharam com curiosidade e os meninos só deram de ombros.

Danny estava louco para ficar sozinho com Sophie e Dougie estava louco para finalmente ficar com Victoria, o que seria meio difícil, devido a falta de atenção que ela parecia ter.

— Já, Tom? Não vai tomar uma cerveja com a gente? — ela quis saber.

— Não quero estar parecendo um zumbi amanhã na escola.

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