TOM FLETCHER
— Harry? Harry? Harry!? — eu gritava e batia na porta do quarto de Harry.
De repente, ele apareceu no batente só de boxers e uma cara nada boa.
— O que foi, porra? — ele exclamou, coçando os olhos.
— Me empresta as chaves do seu carro? — pedi, fazendo a minha melhor cara de gatinho do Shrek.
— Pra quê? — ele perguntou. — Vai sair com alguma menina?
— Nada disso — eu neguei com a cabeça. — Eu preciso ir ao super-mercado.
— Super-mercado das curvas! — ele brincou, dando-me um tapa na cabeça. — Quem vai ao super-mercado às... — olhou no relógio; eram 6:22h. — Porra, Tom, sua puta, você me acordou 8 minutos antes do despertador!
— Harry, minha gata, para de frescura e me empresta o carro? — eu pedi novamente, já perdendo a paciência e os preciosos minutos.
— Ok. Mas lembre-se de que você ainda tem 17 anos. Nada de bebidas, mulheres ou drogas — ele disse, imitando o meu pai incrivelmente bem.
Eu ri. Ele jogou as chaves do conversível na minha cara e voltou para o quarto, camuflando-se com a bagunça e as sombras. Comemorei com uma dancinha idiota e disparei pela escada, pegando uma banana na fruteira pelo caminho. Joguei-me de qualquer jeito no carro de Harry e alguns minutos depois já estava na frente da casa da Isla, sorrindo radiante para ela, que esperava por mim na porta.
Isla estava linda com uma saia jeans acima dos joelhos bronzeados. Ela correu até o carro, jogou as suas tralhas no banco detrás e curvou-se pela janela, beijando-me sem dizer nada. Eu tentei, em vão, não sorrir.
— Bom dia para você também, Isla! — exclamei quando ela cansou de me beijar, deu a volta no carro e sentou ao meu lado.
— Bom dia! — ela respondeu. — Agora, aonde diabos você vai me levar por quase uma hora antes do colégio?
— Aí você já está querendo demais, srta. Taylor — eu disse, bagunçando o seu cabelo.
Ela não ligou e continuou sorrindo para mim. Por um instante, não consegui desviar os meus olhos de tamanha beleza. Mas aí me lembrei do que tinha preparado para ela e acelerei o carro.
— É nessa hora do filme que você me mata? — ela perguntou, colocando a mão na minha perna.
Eu me arrepiei todo, por um simples toque, e respondi, malicioso:
— Só se for de amor.
— Nossa, Fletcher, que coisa mais brega! — ela exclamou e nós dois gargalhamos.
Fomos cantando durante todo o caminho e nos beijando nos faróis. Em um em particular, nos empolgamos tanto que um motoqueiro passou ao nosso lado e gritou "arrumem um quarto!".
O dia estava ensolarado e logo Isla tirou o suéter, revelando uma blusa de alcinha vermelha. Passei a língua pelos lábios sem ela ver, tentando me controlar. Como se isso fosse possível.
— Porra, Isla, você veio assim só para me provocar, não é? — eu exclamei, revirando os olhos.
Ela sorriu para mim e respondeu:
— Quem sabe?
Passamos por dentro de um bosque meio fechado, quicando no banco do carro. Isla ria de todas as minhas piadas e eu ria das suas maluquices. Quando estávamos perto, parei o carro e amarrei uma venda nos seus olhos. No começo, ela protestou, mas depois deixou.
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Gossip Boys
FanfictionAs fofocas rolam soltas no Colégio Norbert. Um único blog, o Conte Seu Babado, aterroriza todos os alunos com seus posts ácidos e quase sempre exagerados. E na corrida para descobrir quem anda espalhando as mais vergonhosas verdades, o amor renasce...