Decisão entre custos e benefícios

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Todo o ser humano tem uma tendência natural em relativizar tudo na vida. Devido à relativização não desenvolvemos a capacidade de pensarmos em termos absolutos, o que dificulta enxergarmos o custo de oportunidade.

Vamos a um exemplo:

Você precisa comprar uma caneta e uma impressora. No seu local de trabalho encontra a caneta por R$16 e lembra que a mesma caneta é vendida por R$1 numa loja a 15 minutos de distância. Da mesma forma, numa loja você encontra a impressora por R$500 e um cliente dessa loja diz que a mesma impressora numa outra loja a 15 minutos de distância está custando R$485. Qual sua escolha em cada situação?

A grande maioria das pessoas prefere comprar a caneta mais barata, por R$1 e a impressora mais cara, por R$500

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A grande maioria das pessoas prefere comprar a caneta mais barata, por R$1 e a impressora mais cara, por R$500. Analisando, percebemos que perante o mesmo custo de oportunidade, isto é, a troca de 15 minutos do seu tempo para poupar R$15, este custo de oportunidade não é assumido em termos absolutos.

A nossa mente, inconscientemente, nos diz que comprar uma caneta por R$1 a 15 minutos de distância ao invés de a comprar por R$16 sem se deslocar, nos traz mais benefícios que comprar uma impressora por R$485 a 15 minutos de distância ao invés de o comprar por R$500 sem se deslocar, quando, em termos absolutos o ganho que obteria é exatamente de R$15 e o tempo que gastaria é exatamente o mesmo: 15 minutos.

Já tinha pensado nisso? O problema da relatividade, nos atrapalha a sermos mais eficientes. A todo momento nos deparamos com trade offs e precisamos analisar racionalmente cada opção afim de tomarmos melhores decisões.

Investir R$3.000 para patrocinar um evento para 200 pessoas público alvo da sua empresa ou investir os mesmo R$3.000 em marketing online no google adwords e no facebook ads? Investir em facebook ads ou no google adwords? Estes são trade offs clássicos que nos deparamos todos os dias em ações de marketing por exemplo.

Outro trade off que acho interessante e que alguns clientes me relatam com frequência é o trade off "atacado x varejo". Vamos ao exemplo:

Produzo um produto que o custo total dos insumos (sem mão de obra) sai a R$10. No varejo, consigo vender o produto a R$30 a unidade. Já no atacado, consigo vender 100 produtos a R$1.100.

O trade off aqui está na decisão: produzir e vender 100 produtos no atacado e "lucrar" R$100 ou produzir e vender 5 produtos no varejo e "lucrar" os mesmos R$100?

Neste caso a relatividade nos atrapalha novamente, pois ficamos muito mais felizes por vender 100 produtos e faturar R$1.100 do que vender 5 e faturar apenas R$150. Porém, esquecemos que temos que produzir estes 100 produtos e, portanto, devemos incluir o valor da mão de obra como custo do produto (por isso coloquei o lucrar entre aspas).

Então temos novamente um trade off: gastar 10 horas para produzir 100 produtos para uma venda ou gastar meia hora para produzir 5 produtos e as outras 9,5 horas para captar novos clientes? Você decide!

Devemos entender que as escolhas estão presentes no dia a dia de qualquer pessoa. Quer seja um empresário capitalista ou um monge Zen Budista.

Não se pode viver sem realizar escolhas, sem enfrentar os dilemas do trade off.

Mesmo quando optamos por não tomar decisão (manter a posição de neutralidades), estamos realizando trade off.

Trade off: cada escolha uma renúnciaOnde histórias criam vida. Descubra agora