o n e

370 20 4
                                    

Aurora.

Eu não conseguia retirar os olhos daquele garoto, assim como ele de mim. Ele é tão bonito. Seu estilo é incrível. A coisa que mais salpica na minha mente agora é: Uou, eu poderia tirar ótimas fotos dele!

(...)

24 horas antes.

Guardo a minha querida e amada câmera nova na mochila e bocejo. Vão ser longas horas dentro de um avião. Do Brasil para os Estados Unidos da América. Eu poderia estar pulando de alegria se meu pressentimento ruim permitisse. Eu sabia que essa história de Taylor poderia ser ruim, mas o que dizer? Eu queria mesmo ir para os Estados Unidos, mas não apenas em uma viagem, eu queria morar lá e agora vou. Também vou me casar com um completo estranho do qual nem fotos dele nunca vi, mas isso é apenas um pequeno detalhe.

O detalhe que me causa o mal pressentimento.

Taylor aparece na porta do quarto segurando suas malas. Com um olhar que eu sabia que ele queria dizer que estava na hora. Eu vou para o país que sempre quis morar, mas não quer dizer que não vou sentir falta do Brasil. Tive bons momentos aqui. Ao menos não terei parentes para lamentar as saudades. Eu sou orfã. Meus pais morreram em um acidente em um parque de diversões quando eu tinha apenas dois anos. Fui levada para um orfanato já que nenhum parente próximo estava disposto a ficar comigo e não fui adotada. Não permanentemente. Fui quase adotada apenas uma vez. Quando eu tinha sete anos de idade. Por sorte eu fui adotada por uma mulher que tinha a mesma origem de minha mãe. Latina. Filha de um brasileiro com uma latina.

A senhora que me adotou era incrível, seu sonho era poder ter vários filhos, mas ela não podia ter pois tinha um problema no útero. Fiquei com ela até os meus dez anos que foi quando ela descobriu que tinha câncer. Faltava apenas um pouco para que eu finalmente fosse sua filha de acordo com toda aquela papelada do orfanato. Mas ela não viveu para que pudesse terminar de os assinar. Então eu voltei para o orfanato, não fui mais adotada nenhuma vez e sai quando completei dezoito anos. Com dezenove já trabalhava em uma lanchonete a bastante tempo, foi quando conheci Taylor e logo começamos a namorar. Agora com vinte e um anos, vamos para os Estados Unidos casar com outras pessoas para poder realizar nosso sonho.

Moramos juntos a dois anos. Taylor tem um irmão, seu pai é falecido e sua mãe vive sozinha em uma pequena chácara. Ele não é muito próximo da família, não é aquele filho rebelde, mas não é um grude também. A cerca de um mês começamos a conversar sobre a mudança. O dinheiro já estava guardado. Fomos passar as férias nos Estados Unidos, a alguns meses, tentamos ficar morando, mas descobrios que estaríamos morando lá ilegalmente. Foi quando Taylor descobriu que se casassemos com americanos e ficássemos casados por pelo menos um ano, poderíamos morar no país.

Foi então que ele lembrou desta tal amiga e começamos a conversar. Bom, aqui estamos nós. A apenas três horas do vôo que pode mudar nossa vida. Pode não. Que vai mudar a nossar vida.

Jogo minha mochila velha nas costas, puxo a minha mala e deixo o quarto seguindo Taylor pelos corredores até a saída da casa. Colocamos as bagagens no táxi, fechamos a casa, entramos no carro e logo deixamos o local.

- Preparada? - Taylor me questiona segurando minha mão.

- Se eu lhe disser que não, é um problema? - Respondo com outra pergunta.

- Não. É apenas algo normal. - Diz e em seguida me dá um breve beijo.

(...)

- Chegamos. - Ouço a voz do meu namorado ao pé de meu ouvido e abro os olhos.

Observo pela janela do avião e estamos pousando. Devo ter perdido a paisagem da cidade vista de cima. Meu sono falou mais alto. Me ajeito na poltrona e jogo mais cabelos para o lado os arrumando. Retiro a almofada de meu pescoço e olho a volta. Algumas pessoas ainda dormem e outras conversam animadamente.

False Marriage Onde histórias criam vida. Descubra agora