PRÓLOGO:
Existe um mundo encantador, mas também sombrio, que jamais se revelará aos pobres de alma. É lá, entre o visível e o invisível, onde os mortos falam, as florestas escutam e os pássaros são imortais. O que se encontra aqui é verdadeiro e único. Uma história de suspenses e romances. Romances e aventuras, que nem mesmo o tempo foi capaz de interferir e que agora vou contar para você:
Era uma vez um planeta triste pela maldição do inverno eterno. Foi quando o Sol resolveu dormir e as terras deixaram de dar aos seus filhos os frutos para sobreviverem... Naquele dia, no dia mais tenebroso do mundo, na mais feroz de todas as eras glaciais, não havia uma gota de água em seu estado mais puro e divino. Em apenas nove meses, grandes paredões de gelos cobriram os oceanos. A temperatura beirava setenta graus abaixo de zero. As aves buscavam proteção além das montanhas, mas as noites eram mais do que horrendas. Muitos animais foram extintos e os únicos sobreviventes foram os viajantes de Camélia, uma tribo de homens e mulheres que dominava o fogo. Eles se abrigaram nas cavernas rochosas escondidas no subsolo, até morrerem. Porém, com o fim da última era glacial, Bari e Ayanami, dois filhos de Camelianos, conseguiram migrar para as margens do mar Egeu. Estes foram os primeiros humanos a colonizarem Creta, a grande ilha grega. Posteriormente, seus registros de vida foram excluídos da história, mas eles deixaram um legado para as civilizações futuras. Após dezesseis mil anos, as águas do mar Egeu descongelaram e assumiram grandes volumes. Esse período ficou conhecido como minoico, onde muitas cidades foram construídas em volta dos arquipélagos e Creta começou a florir. Houve o desenvolvimento da economia, crescimento da população e cultos para Liam, o Supremo Criador do mundo da religião Nava. Milhares de anos depois, a ilha foi invadida por grandes embarcações vindas de Paximadia. E os paximadianos conquistaram os minoicos, trazendo em seus recintos o impiedoso rei Mahi, que espalhou seu poder até o sul do planeta. Este período também teve um nome, conhecido como micênico.
Os micênicos excluíram os minoicos de seu povo, transformando-os em escravos. A maioria trabalhava na construção de tumbas, na manipulação de argila e criação de armas de ferro. Com isso, os micênicos criaram a escrita, instalaram paredes nas fronteiras do mar Egeu e impediram ataques de invasores. Nesse processo, a religião Nava foi substituída pela religião Ouja, do deus Ruhtra, sendo instaurada à pena de morte qualquer menção a Liam.
Em dez anos, muitos altares foram feitos dentro dos templos, onde as pessoas rezavam pelos deuses de Ouja, em busca de sorte. Depois da morte de Mahi, os reis que sucederam seu trono continuaram com o legado por mais de um século. Até que um dia o vulcão Tera entrou em erupção e varreu a civilização micênica, como um castigo pelos seus pecados. As cinzas cobriram todas as ilhas, desde o mar Mirtoico, até o mar de Cárpa. Os únicos a sobreviverem foram alguns descendentes, que mais tarde reergueram a Grécia Antiga. Porém, dois mil anos depois, tudo que restou da cultura dos micênicos se resumia a metais oriundos da Idade do Bronze. A Grécia ressurgiu devagar. O desenvolvimento da alquimia se espalhou por todo Leste Europeu. Muitos desejavam alcançar a vida eterna e o caos começaria novamente, em um ciclo interminável de ganância.
Havia por ali uma lenda de um objeto capaz de curar qualquer doença, que surgiu entre os mais ricos. Muitos participaram de jornadas para obtê-lo, resultando na sede pelo poder que desencadeou guerras nos quatro cantos do mundo e atravessou todas as nações. Sem amor, o fim dos humanos chegaria em breve, mas o filho de Liam, Samuel, subiu até o monte Gini para escolher entre os camponeses puritanos dignos de herdar a verdadeira vida eterna.
Árlida de Argos e Lais Anatólia foram as escolhidas para livrar o mundo da escuridão. Juntas elas descobriram o seu inimigo. O fundador da religião Ouja trabalhava através do mundo espiritual, usando homens e mulheres, crianças e animais, preenchendo seus corações de maldade para que se debulhassem no pecado. Ninguém nunca conheceu sua existência. Ninguém, até aquele momento.
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Os Segredos da Imortalidade
FantasyBelfalst, Rye e a belicosa São Paulo formam o triângulo Halac; cidades que por muito tempo serviram como abrigos das trevas. Quando Jodie Marie embarca em uma viagem de inverno, o destino lhe atrai para a ilha de Revoglia. Surge, então, uma avalanch...