Explanation

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POV LAUREN

Lauren bufava dentro do carro. Seu cérebro trabalhava como uma máquina. O que ela tinha na cabeça? O que ela estava pensando ao dar aquela maldita cena de ciúmes na frente da garota? Essa não era a Lauren Jauregui. Ela respirou fundo, tentando colocar a cabeça no lugar.

Por que ela tinha feito aquilo? Ela ainda não conseguirá chegar a uma conclusão. Viu a garota ali, conversando com um qualquer na porta de sua sala, e surtou. Vê-la sorrindo daquela maneira, distraída com outra pessoa, a fez ter uma súbita queda de realidade. Camila era uma adolescente. Uma típica adolescente que vai para baladas e fica com incontáveis garotos em uma única festa. Por que a garota se interessaria por ela quando tinha tantas opções à vista? Ela se odiou por se sentir assim. Odiou a loucura de sentimentos que sentia ao ver a menina na sua frente. Ela não podia, não queria, não devia, se sentir assim.

Dirigindo rumo a sua clínica, Lauren tinha pensamentos variados passando por sua cabeça. Sentia uma necessidade tamanha de ir para casa e se jogar na cama, mas não faria isso. Essa era a diferença em ser adulto, você não tem uma opção. Pessoas dependem de você, não há a opção de correr ou sumir, apenas a opção de estar ali fazendo o que esperam de você. Ela pensou no dia novamente. Camila estava diferente. Fria, distante, distraída, até chutaria dizer raivosa. Mas Lauren não entendia porquê. Desde que a achou no corredor, com Jessy, a garota já estava diferente, e Lauren estava determinada a descobrir o motivo.

A clínica JL apareceu em sua frente com um sensação de alívio. Por vezes Lauren achou que não conseguiria chegar ali, que a qualquer momento ela desviaria e iria pra sua casa descansar, mas estava ali, conseguirá chegar ali. Sua cabeça doía tanto que tinha medo de nenhum remédio no mundo ser capaz de acabar com a dor. Suas aulas depois da sala 111 passaram dolorosamente devagar, como se estivessem a castigando por algo que ela não sabia que tinha feito.

Durante todo o final de semana ela tentou se enganar ao se forçar a não pensar em Camila, mas o problema é que quando você se força a não pensar em uma coisa, você já está pensando. Assim, ela passou o final de semana em uma luta mental de pensar e não pensar na garota, falhando drasticamente. Seu final de semana foi basicamente resumido em fazer planos de aulas e já se preparar para fazer as primeiras provas que iria aplicar; Lauren odiava deixar tudo pra ultima hora.

Voltando para aquele terrível dia, Lauren caminhava pelo corredor de sua clínica com passos imponentes, respirando fundo como uma forma de se esquecer de tudo que o dia tinha trazido em sua direção. Ela abriu a porta da sua sala, pegou o jaleco e se sentou em sua cadeira. Ali ela era a doutora Jauregui, melhor terapeuta de Miami, e nada fora daquela clínica poderia afeta-lá.

Quem derá.

No silêncio daquela sala pensamentos vinham como uma enxurrada em sua direção. Ela pensava em sua família na Califórnia, em Camila, em sua vida. Sentia seu corpo reclamar de cansaço. Preciso de férias, ela pensou ao massagear suas têmporas. Só levantou a cabeça quando escutou a porta se abrindo.

Camila entrou em sua sala com os olhos nos seus. Lauren sentiu um pequeno arrepio ao olhar a garota caminhando até ela. A menina não estava mais com o casaco de camurça de mais cedo, estava com a mesma calça preta, porém com uma blusa também preta, bem mais fresca do que a roupa que estava mais cedo, afinal o tempo frio deu uma amenizada. Lauren a encarou por algum tempo, até ela se sentar em sua frente.

- Olá, senhorita Cabello - Lauren sorriu compassivamente. - Pensei que não viria. - Era mentira. Lauren sabia que ela viria, sabia que a garota não iria aguentar ficar longe por muito tempo. De alguma maneira, Lauren sabia que despertava algo nela, só não sabia o que ainda.

- Olá - Camila respondeu, séria - Não seja hipócrita, você sabia que eu viria.

Lauren a encarou com olhos curiosos. Não conhecia aquele lado da garota. Deveria se sentir ofendida, brava, até raivosa com a atitude da garota, mas sentia uma necessidade tremenda de encostar a menina na parede e arrancar dela cada peça de roupa. CONTROLE-SE LAUREN!

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