18. Em todos os cômodos

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"Come sleep with me: We won't make love, love will make us."

Julio Cortzar

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Eu me encontrava preso embaixo do corpo de Harry e seus braços permaneciam repousados ao lado de minha cabeça enquanto suas mãos acariciavam meus cabelos e um de seus dedos deslizava desde o começo de minha testa até o fim de meus lábios. Nossos corpos estavam extremamente colados um ao outro e em meu ventre eu podia sentir uma sensação que, ao mesmo tempo em que me deixava nervoso, me fazia ter vontade de gritar em contentamento.

Harry então me beijou novamente e eu imediatamente fechei meus olhos, perdido completamente na sensação de ter sua boca na minha. Nossas línguas se encontravam no meio do caminho e Harry resolveu segurar meus braços em cima da cabeça, deslizando sua outra mão em minha cintura enquanto me beijava da forma mais calorosa que eu jamais havia sido beijado antes.

Foi então que um barulho vindo do primeiro andar nos parou no mesmo instante.

─ Pff! ─ Resmunguei contrariado, mesmo de olhos um pouco arregalados devido ao susto.

─ Argh! ─ Disse Harry ainda mais irritado. ─ Por que sempre acontece algo pra nos atrapalhar nesses momentos?

─ Deve ser Sirene... ─ Falei, querendo que ele ficasse e segurando sua cintura.

─ Mas pode não ser... ─ Sua expressão se mostrava irritada. ─ Vou conferir. Não saia daqui. Volto logo!

─ Ok... ─ E assim que disse, beijou meus lábios e levantou rapidamente de cima de mim, descendo as escadas do mesmo modo e deixando claro em quais degraus pisava de tão barulhento que foi a sua chegada até o primeiro andar.

Olhando para o teto e esboçando uma careta, tamborilei os dedos no colchão e fiquei esperando Harry aparecer. Eu me encontrava em estado de pânico e ao mesmo tempo excitação apenas por constatar que faríamos sexo em breve.

Por que nós faríamos sexo, não faríamos?!

Sim, nós faríamos sexo.

Mordi o lábio inferior e respirei fundo uma vez, tentando desacelerar as batidas do meu coração. Ele parecia tão incontrolável dentro do peito que imaginei que Harry poderia ter ouvido do primeiro andar. Até mesmo os vizinhos poderiam escutar, se duvidasse por apenas um momento.

Apoiei-me em meus cotovelos no colchão e observei a porta de entrada do quarto, esperando ansioso por Harry e sua aparição. Acreditava que ele iria em um pé e voltaria no outro, mas não era isso que estava acontecendo. Do modo como o rapaz de olhos esverdeados desceu as escadas, o mínimo que eu esperava era que ele aparecesse naquele exato instante em minha frente.

Bufei irritado.

Onde estava Harry, afinal?

Resolveu brincar um pouco com Sirene?

Aquele cachorro traidor roubando a atenção que eu deveria estar recebendo...

Levantei da cama em um só pulo e decidido a ir atrás de Harry para que ele voltasse até mim. Não que eu fizesse questão de uma noite de sexo com ele, mas era só porque ele havia me deixado excitado na cama e estava me devendo essa.

Pois então nada mais justo que ele voltasse, certo?

Contudo, assim que dei alguns passos para a porta, Harry apareceu naquele mesmo instante e me olhou confuso por um momento. No entanto, assim que percebeu o que eu estava fazendo – indo atrás dele – é claro que ele não deixou de dar seu maldito sorriso de lado.

Strange Destiny (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora