Strange Destiny (Larry Stylinson)

45. Tesouro Ranzinza

"Family where life begins and love never ends."

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A caneta que eu segurava entre meus dedos deslizava de modo macio pelo papel que uma senhora do cartório havia depositado em minha frente enquanto meu coração parecia retumbar dentro do peito pelo modo quase desesperado que batia ali dentro. Parecia que inúmeros fogos de artifício estouravam a minha volta, principalmente quando deixei a caneta em cima da bancada e observei Harry pegar tal objeto e também passar a rabiscar a sua assinatura na folha.

Aquele ridículo estava tão lindo naquele terno de segunda mão.

Como alguém pode conseguir tal feito, sendo que as mangas se encontravam até mesmo um pouco desbotadas pelo produto de péssima qualidade que o vendedor fajuto havia utilizado?

Talvez eu soubesse a resposta para isso.

Era aquele maldito sorriso de covinhas e aquelas terrivelmente sedutoras esmeraldas no lugar de seus olhos.

Revirei os olhos no instante seguinte, pois assim que terminei de pensar aquilo Harry virou em minha direção, piscou e deixou que uma covinha se afundasse em sua bochecha.

Maldito sedutor de meia tigela!

Apesar de meus filhos não presenciarem aquilo, pois o processo de adoção mal tinha começado e eu não podia simplesmente tirá-los do orfanato e levá-los para o meu casamento, eu os levava no coração naquele momento. Sabia que faltava pouco para tê-los comigo e que aquele seria o começo para toda uma nova vida.

Depois que Harry assinou a folha, ele virou para mim, segurou meu rosto entre suas mãos e beijou meus lábios com aquela vontade que parecia existir de forma inabalável dentro dele.

─ Iiiih! Agora é tarde demais. ─ Foi o que disse brincando.

E eu apenas retribui com uma careta desesperada e um beijo rápido naqueles lábios carnudos.

Era definitivamente tarde demais e eu não me arrependia nem por um instante sobre aquilo.

Contudo, não pudemos nem mesmo ter nossos instantes de filme romântico com trilha sonora da Whitney Houston. O loiro chiclete, um completo grude, resolveu que a melhor hora para aparecer gritando no meio de nós dois no meio do cartório seria naquele exato momento. Isso só fez com que as nossas famílias, Liam e Zayn acabassem se animando e vindo ao nosso encontro para nos abraçar.

Eu realmente queria um casamento maior. Um casamento com Jamie, Lily e Sirene. Um casamento no campo com inúmeras luzes e Harry cantando Madonna durante a festa. Queria dançar a nossa música e estar rodeado por inúmeros convidados que nos dariam presentes bons. Mas por ora bastava ser abraçado pelas pessoas mais próximas e que entendiam a situação na qual nos encontrávamos. Bastava, pois eu me sentia bem, extremamente bem, com todos eles ali.

Nós não tínhamos condição para fazer algo maior do que aquilo agora. Quase todo nosso dinheiro foi investido na casa e na adoção e se houvesse um pouco mais de gastos acabaríamos atrás de grades devido a dívidas.

E se era pelo bem da minha família, tudo bem por mim.

Em seguida, fomos jantar em um restaurante pago pelos pais de Harry, um dos presentes que eles resolveram nos dar, e tivemos uma noite agradável ao lado de todos. Rimos das piadas de Niall, Liam e Zayn anunciaram discretamente alguns de seus planos e Harry fez alguns sinais nada discretos para que eu o encontrasse no banheiro.

É claro que eu fui, pois uma coisa que eu não sou é bobo.

Além disso, o fogo entre nós somente aumentava e nós tínhamos que apagar de algum modo.