14. Malditas covinhas

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Before I met you, I never knew what it was like to be able to look at someone and smile for no reason.

**

Duas horas da manhã e eu me encontrava ali deitado na cama, encarando o teto sobre mim, com as mãos para fora do edredom velho e pensando em tantas e tantas coisas que eu mal conseguia processar direito sobre exatamente o que era. Eram imagens de meus últimos dias ali que iam e vinham em uma velocidade tão grande que tornava extremamente complicado organizá-las.

Harry se mexeu ao meu lado e deixou por seus lábios escapar alguns resmungos desconexos. Virei para ele e franzi os lábios, analisando seu perfil que se encontrava com a boca aberta.

Ah ele iria pagar por todas as provocações que me fizera.

Ah como ele iria me pagar...

Virei de lado, apoiando minha cabeça em minhas mãos, e observei o homem que se dizia ser meu marido afundado em um sono pesado. Ele tinha essa coisa nas sobrancelhas em que as mexia levemente como se conversava no sonho com alguém. Era estranho e eu tive que conter meu riso no momento em que ele disse algo como "calabresa para dois" e deu um ronco forte, soltando o ar de seus pulmões de uma vez só em seguida.

Depois disso, dei um sorriso malicioso e arquitetei mais um de meus planos maquiavélicos.

Porque, sim, Harry iria pagar pelo que me fez passar durante todo o dia.

Ainda embaixo do edredom, comecei a me mexer na cama de modo a ficar de joelhos e tomando o máximo de cuidado para não acordar o homem de cabelos encaracolados. Assim que me posicionei adequadamente, levei uma de minhas pernas para um lado do corpo adormecido de Harry e a outra perna repousou do outro lado, permitindo-me ficar praticamente sentado na barriga do rapaz de olhos esverdeados.

Vendo-o tão vulnerável para mim, senti vontade de soltar uma risada maquiavélica, igual à de vilãs de histórias de contos de fada, mas me contive, é claro, por não querer acordá-lo.

Não agora.

Harry, mais uma vez, soltou uma série de palavras desconexas, assim como Jamie sempre faz, e coloquei as duas mãos sobre a boca para não deixar que uma gargalhada escapasse devido à comparação que minha mente resolvera fazer. Depois disso, lentamente, deixei minhas mãos caírem sobre o peitoral coberto por uma camiseta de pijama de Harry e, por mais que eu pudesse negar a quem for se me perguntassem, eu podia sentir a expectativa e excitação crescendo dentro de mim.

Deixei que uma de minhas mãos escorregasse até o cós da calça de pijama, que combinava horrorosamente com a camiseta que o rapaz de olhos verdes vestia, e desci mais um pouco, alcançando o volume e respirando fundo, porque... Wow!

Só... Wow.

Harry ainda não notara o que estava acontecendo em cima dele, alheio e perdido demais em seu próprio sonho para sequer se preocupar, porém continuei com meu plano, começando a massagear o volume ainda com o tecido entre nós e tentando produzir qualquer resposta que me fizesse visualizar o óbvio: eu sempre consigo o que quero, é claro.

E como se o universo me mostrasse que eu sempre estava certo, Harry, ainda dormindo, soltou um leve e quase inaudível gemido, fazendo-me sorrir grande, entusiasmado e convencido. Rocei meu quadril no volume de suas calças e continuei a massageá-lo. Com isso, percebi que ele abriu levemente, quase imperceptivelmente, seus olhos e soltou um bocejo, seguido de um resmungo desconexo.

Como se quisesse apenas repousá-las ali, suas mãos alcançaram minhas coxas e ele abriu um pouco mais os olhos, arregalando-os levemente e parecendo completamente confuso sobre o que estava acontecendo. Soltou mais um resmungo preguiçoso e tentou dizer algo como:

Strange Destiny (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora