Correspondido.

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-Bela adormecida. Acorda tá na hora- disse Arthur batendo na porta.

- São 6:00? Já.?

- Não mas temos que nos arrumar.- gritou Arthur.

- Eu estou indo. Só um instante..

-OK.- estou te esperando na sala- disse Arthur.

Peguei uma roupa e vesti. Fui até o banheiro fazer minha higiene e por um momento lembrei da cena de ontem a noite.

-Bom dia.

- Bom dia. Dormiu bem?- perguntou amarrando o tênis.

- Como uma pedra.

- Pela sua cara. Deve ter tido bons sonhos.- disse ele rindo.

Como eu ia dizer que sonhei com ele?

- Na verdade, eu nem lembro.

- Normal. - Ele riu.- Vamos. Temos um longo caminho pela frente.
- Vamos.

Peguei minha mochila, e saímos.
- Vamos de ônibus?

- Não! Vamos de moto.- disse ele pegando uma chave.

- Moto? Onde você vai achar uma?
Ele riu da minha cara.

- Eu e meu pai guardávamos 15% de nosso salário para comprar a coisa mais incrível do mundo.
Infelizmente ele morreu antes de realizarmos nosso sonho.- ele abriu a garagem.- logo depois que ele morreu eu fiz acerto na firma onde eu trabalhava, peguei uma quantidade muito boa de dinheiro.

- Conseguiu realizar o sonho de vocês?

- Sim. E ainda sobrou dinheiro.- disse entrando na garagem.

- E o que era este sonho tão incrível?

Ele puxou uma capa, e um lençol de cima de alguma coisa.

- Isso.- seus olhos brilharam

Era uma Harley Davidson. A moto mais incrível e maravilhosa do mundo.

- Cara! Você tem uma Harley. Como? Você nunca me contou?

- Queria guardar para o momento certo.- disse ele segurando nela.- depois que você disse que seu sonho era andar numa dessas. Planejei um passeio maravilhoso.

- Uau. Sério. Ela é linda.

- Pois é. Agora... Vamos. Na volta você pilota ela.

Ele sentou e eu na garupa. Colocamos nossa mala no lugar e fomos.
Fizemos o caminho quase todo em silêncio.

- Estamos saindo da cidade?

- Não exatamente.- disse ele quase gritando.

Andamos mais alguns quilômetros e ele parou. Deixou a moto em uma casa e descemos.

- Aluguei esta casa para ficar com minha moto nos finais de semana.- disse Arthur pegando sua mochila.

Fiz o mesmo.

Ele entrou na cozinha e pegou uma cesta.

- Vamos. - disse ele indo em direção a saída.

- Onde vamos? E por que esta cesta?

- Vou levar você em um dos melhores e mais isolados lugares da cidade. - disse ele.

-Ok

Andamos só uns 5 minutos. Paramos em um morro lindo com uma vista mais bonita do que a dá trilha e com um lago enorme com uma cachoeira encantadora.

- uau. Aqui é lindo.

- Encontrei aqui por acaso. Logo que me mudei.- disse ele

Eu estava um pouco angustiado, pois sabia que uma hora ou outra, teria que falar sobre minha orientação sexual. E não estava aguentando mais.

- Trouxe comida para o cafe, e almoço. Janta podemos fazer um lanche em casa ou paramos em um restaurante. Pode ser?- Disse ele.

- Claro.

Ele arrumou uma toalha e colocou alguns biscoitos e uma garrafa de café.

Comemos aquilo enquanto falávamos daquele lugar, e de como era fácil chegar.
Passou meia hora. E ele decidiu ir nadar.

-Venha também cara. A água está uma delícia.- disse ele molhando o pé.

- Depois cara.

Ele começou a tirar a camiseta, eu tentei desviar o olhar. Mas era impossível. Ele tirou a bermuda e ahh aquela coxa. Eu estava me sentindo mal por aquilo. Ele não deve curtir esse tipo de lance, mas ainda assim eu quero ele.

Tiro minha roupa e vou nadar com ele. A água está realmente boa. Ele parece estar feliz brincando na cachoeira.

- Venha até aqui.- gritou ele.

Fui até lá e começamos a jogar água um no outro. Igual duas crianças.
Brincamos durante horas. Já estava ficando de tarde.

Fingi que estava se afogando e ele mergulhou pra me pegar. Puxei ele pra dentro e voltamos para cima. Nos olhamos novamente de uma forma estranha. Eu não podia fazer isso, nem comigo e nem com ele.

Nadei correndo e sai da água, me enrolei em uma toalha e sentei em uma pedra.

- O que está acontecendo cara?- disse ele vindo em minha direção.- Você está estranho a tarde toda. Eu fiz alguma coisa?

- Não. Eu estou bem.

- Você não esta bem.- disse ele sentando ao meu lado.-Qual o problema?

- Eu sou o problema.

- Como assim cara. Do que está falando?- disse ele preocupado.

-Eu não sou como você imagina.

- Claro que é. É muito mais que isso. Agora do que está falando.- perguntou ele confuso.

- Eu sou gay.

Ele me olhou com uma cara de surpreso.

- Sério Enzo? Era isso o que estava te deixando mal?- perguntou ele meio sem reação.

- Isso vai mudar nossa amizade?

- Mas é claro que sim.- Disse ele me olhando.- Muita coisa vai mudar. É isso é uma delas.

Ele me agarrou pelo pescoço e começamos a nos beijar, ele me beijou de uma forma necessitada, na verdade eu, também precisava daquilo, sem nos largar, fazíamos pequenas pausas e logo nos beijávamos novamente. Enfim nos afastamos.

-Eu queria tanto fazer isto.- disse Arthur retomando o folego.

- Você está bravo?

- Por que? Eu queria isto tanto quanto você...

- O dia não podia ter terminado melhor- disse Arthur me beijando novamente.

- E quem disse que terminou?

Ele me olhou e sorriu com um ar safado.

- Você quer ir?- Perguntou ele me ohando.

- Tanto faz. Desde que você esteja junto, está ótimo pra mim...- Olhei e dei um selinho nele.- Na minha casa ou na sua?

- Esqueceu da sua luz?- disse ele colocando a mão em cima das minha.

- Ah. Esqueci..

Nem terminei de falar e ele me puxou.

- Vamos! Está escurecendo.- disse ele.

Levantei e ele me puxou pelo braço.

- Mas antes.- susurrou ele.

Escolhi O Amor. (Gay Romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora