capitulo 8 - Você me faz se sentir bem.

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cheiro de hospital era forte. Exalava um odor de anestésico e álcool que impregnava o quarto onde Gustavo pode perceber que estava ao abrir os olhos. Olhou para seu corpo e viu que estava vestido com uma bermuda vermelha e uma camisa branca.

– Mãe. Que roupas são essas?

– Oi filho. A mãe do seu amigo trouxe. Não podiam ficar quase pelados. Como se sente?

Ele notou que possuía uma bolsa de soro num suporte ao seu lado que gotejava lentamente em um duto transparente indo direto para a agulha injetada em sua veia.

– Estou bem. Me sinto melhor.

– Que bom que está. Você teve febre. O médico disse que a febre forte foi por desidratação e alergia a alguns insetos.

– É. Eu fiquei muito tempo sem comer e beber mesmo.

– Meu filho o que você estava fazendo naquele lugar? No meio da mata fechada de noite, eu não consigo...

– Mãe – interrompeu – A gente tinha ido tomar banho. No fim da trilha tem um lugar muito legal.

– Sim, mas por que não foi embora cedo? Dormir naquele lugar, você ficou louco?

– Ah mãe, para! A senhora acha que eu ia dormir naquele lugar?

– Me explica então. Eu já sei que roubaram as suas roupas, mas...

– Aconteceu uma coisa.

Gustavo desviou os olhos de sua mãe. Olhava para a janela do quarto onde tinha uma persiana branca cobrindo somente metade janela, o que permitia entrar bastante claridade do dia. Não sabia se devia falar o que houve, mas parece que ela não pararia com as perguntas.

– A pessoa que roubou a nossa roupa.

– Sim? – A palavra saiu como uma pergunta, induzindo que ele continuasse.

– Eu fui atrás pra tentar recupera nossas roupas e...

Gustavo não pode completar a frase. A figura de Wanderson se colocou perante eles batendo na porta e perguntando:

– Olá. Então quer dizer que o belo adormecido já acordou?

– Oi Wander. – Gustavo parecia feliz em vê-lo.

– Posso entrar?

Marta sabia que era a primeira vez que se falavam depois do acontecido e percebeu desde o carro como aquele garoto se preocupava com seu filho. Por isso disse enquanto se levantava:

– Claro Wanderson, entra. Eu vou na cantina comer alguma coisa. Já volto aqui – e olhando para Gustavo – Ainda não acabamos essa conversa mocinho.

Wanderson liberou a passagem para que ela saísse. Se aproximou da cama e sentou ao lado de Gustavo.

– De que conversa ela se referia.

– Ela ainda não entende porque ficamos até tarde.

– Ué, eu já disse que fomos roubados.

– Mas isso não é motivo pra dormir na mata. Ainda não contei que me bateram, que desmaiei e que você era fraco demais pra me levar no colo até fora da trilha.

– O que? – Riram os dois – Você já viu como você é pesado?

Gustavo fechou o sorriso dizendo:

– Tô brincando. Afinal você ficou comigo, tentou cuidar de mim. Obrigado por isso.

– Não há de que. – Disse Wanderson abaixando a cabeça. Ele estava começando a se acostumar com a presença de Gustavo cada vez mais.

Vingança DesvairadaOnde histórias criam vida. Descubra agora