Capitulo 9 - Fugindo à noite

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-- O que é um triátlon Júnior?

– Ciclismo, natação no mar e corrida. Onde você nada quatro quilômetros, pedala cento e oitenta quilômetros e depois corre uma maratona completa.

Pedro, o sócio majoritário da firma sabia o que era um triátlon. Porém, fazia parte do julgamento fazer aquelas perguntas a vítima que processara donos de uma empresa farmacêutica.

Marta entrou no tribunal apressada. Sentou no banco de expectadores ao lado de Angélica.

– E ficou em terceiro lugar no triátlon do Rio de Janeiro certo?

– Sim, fiquei.

Angélica ao notar a presença de Marta cochichou:

– Júnior Santos. Esse é nosso caso teste, se o Pedro ganhar esse caso temos uma ação de classe gigante nas mãos.

Marta apenas consentiu com a cabeça. Havia sido chamada para acompanhar o julgamento e conhecer o caso. No entanto não conseguia disfarçar a vontade de perguntar a Angélica qual o motivo do sumiço na noite anterior.

– Senhor júnior o que houve logo depois. – Continuou Pedro

– Assim que voltamos para o hotel, após o triátlon, comecei a sentir dor de cabeça. Tomei as pílulas que meu médico me receitou e a dor piorou. No dia seguinte no hospital, eu descobri que tinha sofrido um derrame.

– As pílulas que tomou era zenapril certo? – Pedro perguntava enquanto andava para o outro lado da mesa do juiz.

– Meritíssimo! – Interveio o advogado de defesa com paletó cinza e pouco cabelo.

No entanto Pedro continuou:

– O medicamento fabricado por aqueles dois senhores ali!

– Não existe nada mais agradável que observar o senhor Pedro fazer sua atuação teatral. Mas meus clientes fabricavam zenapril sim e parem de tratá-los como criminosos procurados! – Retrucou o advogado calvo.

Pedro olhou para ele e zombou:

– Engraçado, não ouvi o protesto.

Após duas horas de discussões, o juiz anunciou um recesso para o almoço. Havia muita gente no auditório e pelos julgamentos da firma que Marta trabalhava acontecer no mesmo prédio não havia motivos para pressa.

Quando olhou adiante viu o vulto de Angélica se distanciando sem ao menos lhe chamar para acompanhá-la. Marta aguardou esvaziar o auditório para sair.

Andou em direção a sua sala, no intuito de alcançar sua assistente. Os corredores ainda estavam esvaziando e o murmúrio de pessoas conversando, assim como os passos de saltos alto e sapatos sociais ao trincar no assoalho bem envernizado; ecoavam pelo recinto.

Antes de chegar em sua sala avistou os cabelos ruivos na sala de Pedro, o sócio Majoritário que acabara de sair do julgamento. Andou até lá.

– Eu já disse que vou dar um jeito. Estou planejando tudo!

Marta não foi percebida na porta, por isso deu dois toques na parede de vidro:

– Olá.

– Oi. – Sorriu desligando o celular e guardando-o de repente. – Pode entrar Dona Marta. O senhor Pedro me pediu para revisar com o Marcos o que enfraquecesse a ação de classe.

Marta cruzou os braços:

– Por isso saiu apressada?

– Sim.

Vingança DesvairadaOnde histórias criam vida. Descubra agora