Capitulo 18

18 3 0
                                    


Já na rodoviária me sento em um lugar público para que a tia aparecendo eu possa a ver . Alguns minutos se passaram eu fico um pouco atemorizada , não conheço nada daqui .
Mas o medo logo passa quando vejo uma mulher com seus cabelos cortados baixo segurando um cartaz escrito .
"SOBRINHA ISABELLY "

Me levanto contente e vou de encontro com ela , tia Tereza e me vendo abre um largo sorriso , e com abraço me recebe .

-MENINA!! Mas você cresceu demais já tá mulher .

Eu meia sem graça a redondo .

-Pois bem tia , o tempo foi bem pra mim.

-E COMO EM ?!

Pegamos minhas malas e com de um taxista fomos até um táxi que já nos esperava na porta .

De cara vejo que minha tia não mudou nada , com seu jeito 'esparramado' de conversa e posso dizer que ela é muito escandalosa .


O carro nos deixa na porta de sua casa , olho para as casas até onde os meus olhos podem alcançar . Não olhei o relógio mas com o tempo pode está marcando umas oito horas da amanhã . A rua é simples , não vejo comércio por perto. Mas assim é bem movimentada por moradores , todas as casas pintadas em cores diferentes  e na maioria como na da tia Tereza tem um pequeno jardim com flores já desabrochando .
Estamos por um portão branco , na entrada a uma varanda , e logo em seguida passamos por uma sala , pequena com dois sofás uma poltrona no canto é um TV de plasma na parede .
A muitos portas retratos por toda a casa , fotos de minha tia em festa com seus amigos , todos ele sorriem espontaneamente. Me sentir esperançosa já imaginando as minhas novas fotos assim , com novos amigos , feliz .
A casa possui dois quarto , com a copa onde tem uma mesa com seis cadeiras, e logo em seguida por um murinho separando a uma cozinha pequena mas confortável .

-Bela este será o seu quarto fique a vontade  é simples mas dá pra dormi .

-Que isso tia nossa está ótimo muito obrigada pelo que tem feito comigo .

-Que isso menina , você sabe que você e sua irmã as considero como fosse minhas filhas . Olhe eu tenho que ir trabalhar , mas tem comida na geladeira , biscoito no armário , a casa é sua .

Ela termina a frase beijando minha bochecha .

-Vou voltar às sete horas da noite viu !?

Ela pega sua bolsa , mas volta .

-Já ia me esquecendo , sua entrevista será pra amanhã imaginei que chegaria cansada , então eu liguei lá e amanhã sem falta tu vai , beijos .

Então ela vai sem ao menos eu poder falar algo .

Vou na geladeira e pego uma caixinha de leite despejo numa caneca e coloco uma colher de achocolatado Abro um pacote de biscoito recheado , e me sento na mesa .

No quarto tem uma cama de solteiro e uma cômoda , guardei alguns pares de roupas , não vai caber tudo então continuei usando algumas malas .
Depôs de já ajeitado deito na cama e adormeço .

                           **

Era apenas uma   porta ,simples  no que meus olhos vinha , de madeira era feita com uma maçaneta de metal  nenhum arranhão ou borriscos que indicasse vida no lugar .
Nesse estreito beco passo caminhando na lentidão  rumo à porta , não sei o motivo ou pra quê de está indo nesta direção , mais estou indo .
Quando finalmente chego até a porta levo minha mão pra abri-lá , nasce em mim um sentimento de incerteza se abro ou não aquela porta . Depois de ficar ali alguns segundos na expectativa de abri-lá ouço passos firmes , passos que me causa medo e arrepios não sei quem está vindo mais sei que ele ou ela não querem o meu bem .
Viro me pra ver se a outra saída mais sinto o calor deste tal já bem próximo de mim , escolho não pensa e a abro .
À luz é eminente não consigo mais abrir meus olhos pela sua clareia, entro o mais rápido  ainda temendo daquilo  está vindo atrás de mim , fecho a porta rápido ainda não conseguindo ver . Quando finalmente me acostumo com a claridade percebo que estou em um campo , verde e reto pela vista . Não a mais nada a não ser esse campo e o céu azul sem nem ao menos uma nuvem si quer . Dou o primeiro passo imaginando em desvendar o lugar ao menos descobrir onde estaria agora .
Caio em um buraco escuro que acabara de aparecer , o campo em minha volta torna se em várias peças como de quebra cabeças . Fecho meus olhos tentando me proteger do fim deste buraco que sinto chegar mais perto , meu corpo estremece com uma pancada macia , pela pressão novamente subo ao ar e caio em uma espécie de cama elástica , fico ali tentando recompor meu fôlego pelo susto que acabará de ter .
Quando vejo que meu coração já bate normal me levanto e olho em minha volta .
Agora estou no  centro de uma cidade muito movimentada . Pessoas vindo de todas as partes elas estão com pressa andam rápido para seus afazeres , umas conversando no celular ou mexendo , outras muito bem  vestidas de roupa social e maleta na mão . Mães levando suas crianças talvez seja para  creche . Desço da cama elástica mais todos nem ao menos nota que estou ali nem mesmo um pipoqueiro que está bem na minha frente com seu carrinho de pipoca atendendo uns quatro adolescentes .
Começo a andar como já conhece-se aquele lugar a muitos anos , como a muitas pessoas vindo em minha direção ao contrário acabo trombando em várias delas , mais nem param ou parecem que nem percebe que isso aconteceu .
De repente olho pro meio da rua a uma menina pela sua fisionomia lhe dou 4 anos de idade , ela está sentada brincando com uma boneca sem se preocupar que pode ser atropelada . Veste um  vestido rodado amarelo com uma fitinha preta no cabelo e seus sapatinhos também sendo pretos .
Fico ali parada olhando aquela menina brincando , percebo que o sinal abre e um  caminhão de baú vem com toda velocidade logo na sua direção .
Grito desesperada na esperança dela me ouvir , mais a menina ainda continua brincando , olho em minha volta tentando encontrar alguma ajuda , mais as pessoas continuam preocupadas e com pressa .
Olho novamente e o caminhão que agora já próximo . Corro até a menina  a mesma se assusta com minha presença deixando a pego no colo , assim que consigo a segurar olho novamente para o caminha que já se encontra em cima de nós . Dando tempo somente de jogar a menina para o outro lado da rua , longe de qualquer risco .
Mas para mim  já era tarde demais  .

                          **

Acordo num susto , não consigo controlar minha respiração , minha testa está molhada de suor , pareci que meu coração vai criar vida por si só e sair de dentro de mim .
Minutos depois , levanto da cama e pego a toalha de banho e vou para o banheiro. Minha pernas tremem , tudo foi tão real .
Tomo um banho prolongado, tento esfriar minha cabeça , mas as cenas do 'caminhão' em cima de mim , da menina , não sai da minha cabeça .

                           **

Já a noite tia Tereza chega do trabalho , fiz um jantar pra ela , não sei ao certo do que gosta , mas dava para comer .

-Menina você acertou em cheio ! To morta de fome . É difícil morar sozinho e ter que chegar em casa depois de um dia 'cheio' e ter que fazer comida .

Sorri pra ela , enquanto nos servíamos ela comentavam o quanto o patrão dela era chato , e falava sobre suas amigas de trabalho .
Comemos assistindo TV , se fosse lá em casa papai achava que comer assistindo televisão era inadmissível, pois a refeição é uma hora sagrada .

Depois da refeição conversamos muito , tia Tereza tomava uma taça de vinho , me ofereceu mas dispensei. contei a ela sobre minha vida na casa dos meus pais , e ela sempre me cortava dizendo :

-Como suportou toda essa gente chata !
Desculpe por ser sua família , mas eu conheço minha irmã e sei o quanto ela é paranóica com a religião .

Continuamos com a conversa contei também sobre o acontecimento.

-Não precisava desse escândalo todo só por que você mostrou os peitos . Querida eles são seus você faz deles o que você quiser . Esse povo de cidade pequena não sabe mesmo aproveitar .

Nunca havia pensado desse ângulo , minha tia estava certa a vida era minha .

Por que sois fortes Onde histórias criam vida. Descubra agora