Já era inverno novamente.
O tempo certamente tinha passado rápido desde a reunião da família.
Mas o tempo não era a única coisa fria. Hayley, por algum motivo desconhecido, tinha colocado um fim em seu relacionamento com Elijah.
Os jantares em família tinham ficado mais estranhos desde então.Freya folheava uma revista, entediada, procurando algo interessante.
Viu a híbrida olhar para os lados antes de sentar-se na poltrona de frente para ela.
"Hey" Hayley sorriu amarelo, olhando-a.
"Ei" Freya sorriu, fechando a revista, cruzando as pernas "não tenho te visto muito por aí" ela comentou.
"É.." Hayley suspirou "coisas no Bayou" pigarreou.
"O que foi?" quis saber. Elas se entreolharam, sérias "É sobre o Elijah, não é?" Hayley suspirou nervosamente, assentindo.
"O que você diria se eu te dissesse que o motivo pelo qual eu terminei com ele fosse.. outra pessoa?"
Freya arregalou os olhos levemente, não contendo um riso.
"Eu sabia!" ela bateu com a mão no braço da poltrona, em animação "Kol me deve 20 pratas!"
Hayley arqueou a sobrancelha, incrédula.
"Eu não acredito que vocês apostaram!" Hayley exclamou, em um voz baixa.
"Desculpe, chame isso de tédio" ela deu de ombros, jogando os cabelos — agora um pouco mais longos, para o lado "eu diria que não há nada demais nisso" ela respondeu, vendo Hayley morder o lábio inferior nervosamente "quem é o sortudo?" a loira quis saber.
"Essa é a pior parte" Hayley respirou fundo "hipoteticamente falando, ele é intocável" ela enfatizou.
"Agora eu estou interessada" Freya descruzou as pernas, aproximando-se mais da loba "elabore" ela cantarolou.
Hayley hesitou, olhando para os lados, checando se estavam sozinhas. Juntou ambas as mãos, inquieta.
"Para ser mais específica, um dos irmãos mais próximos do Elijah..?" Hayley disse lentamente, esperando a reação da bruxa.
Freya levou as mãos para a boca quase instantaneamente, sorrindo com os olhos.
"Klaus!" Freya exclamou, ainda com o êxtase percorrendo seu corpo.
Hayley cutucou-a, repreendendo-a pelo tom. Fez sinal de silêncio com o dedo indicador.
"Quero dizer, o que é tão intocável sobre ele?" ela arqueou uma sobrancelha "vocês têm uma filha juntos, não é como se vocês nunca tivessem feito aquilo antes.." Freya maliciou, fazendo Hayley rolar os olhos.
"Freya!" ela resmungou, meio encabulada "é diferente dessa vez" Hayley explicou, confusa.
"Eu diria: siga o seu coração, lobinha" Freya fez questão de imitar o sotaque de Klaus, para provoca-la.
"Céus, me lembre de nunca mais pedir conselhos para você!" Hayley não conteve um riso de incredulidade, cobrindo o rosto com as mãos.
"Me desculpe, querida" Freya riu, vendo Hayley olhá-la por uma brecha entre os dedos "mas falando sério" ambas encararam-se "eu diria que você não tem que se sentir culpada" Freya deu de ombros "vocês dois tem uma longa história juntos e para falar a verdade, todos nós esperávamos por isso mais cedo ou mais tarde" Hayley franziu o cenho "pelo menos, eu esperava" riu.
Hayley respirou fundo, ficando ereta na poltrona.
"Freya Mikaelson, ninguém pode saber disso, você me entendeu?" Hayley disse, em tom de ordem, porém bem humorada.
"Sim, senhora" Freya bateu continência, com humor.
"Obrigada, a propósito" Hayley levantou-se, dando um beijo no topo da cabeça da original.
Kol entrou no cômodo, vendo Hayley subir as escadas para o segundo andar.
"O quê ela queria?" ele perguntou, sentando-se ao lado da irmã com uma bolsa de sangue entre os dentes.
"Você me deve 40 pratas" Freya estendeu a mão na direção do irmão, com um sorriso sarcástico no rosto.
"De jeito nenhum!" ele exclamou incrédulo "o combinado era 20!"
"Mas nós também apostamos sobre quem era" Freya sorriu, orgulhosa "eu acabei de acertar essa" ela cantarolou, vendo-o abrir a carteira e entregando-a o dinheiro.
"Droga" ele reclamou, enquanto ela gargalhava, voltando a atenção para a revista.Naquela noite, o jantar tinha sido ainda mais estranho.
Elijah percebera os olhares que Hayley lançava para Klaus.Klaus observava Hope desenhar uma flor no pequeno ateliê que ela tinha em seu quarto.
"Eu gostei dessa cor" Klaus comentava com a filha, que sorria largamente.
Freya bateu na porta, recebendo um sorriso do híbrido como um convite para entrar.
"Oi, pequena" ela direcionou-se até Hope "sempre soube que você tinha herdado as habilidades artísticas do seu pai"
"Você gostou, tia Freya?" Hope ergueu o desenho, expondo-o.
"Eu amei" ela sorriu, observando-a, sorridente "porquê você não desce e mostra ele para a tia Rebekah?" Hope assentiu, correndo para o corredor.
"Mas depois disso, coloque seu pijama!" Klaus avisou, recebendo um "tudo bem, papai" como resposta.
"Jantar tenso, não?" Freya sentou-se na beirada da cama de Hope, encarando Klaus com uma careta.
"Mais do que o comum, eu diria" ele gracejou "qual é o problema?" ele desviou os olhos dos desenhos da filha, olhando para a irmã.
"Você" ela cantarolou, vendo ele franzir o cenho.
"O que aconteceu?" ele quis saber, confuso.
"Hayley e Elijah terminaram" ela fofocou, vendo uma expressão diferente no rosto do híbrido.
Ele assimilou a notícia por uns segundos em silêncio.
"E onde é que eu entro nessa história?" ele retornou, com os olhos cerrados em curiosidade.
"Wow" Freya arfou, surpresa "você realmente não vê, não é?" ela questionou, insistente.
Klaus continuou em silêncio, olhos fixos nela. Assimilou, arqueando uma das sobrancelhas. Tinha sido pego desprevenido.
"Finalmente" Freya exclamou, descruzando os braços "quando você vai contar para ela?" a irmã perguntou.
"Contar.. contar o quê?" ela ainda parecia reflexivo.
"Klaus" ela suspirou "eu vi" ela contou, fazendo ele arregalar levemente os olhos "quando eu entrei na sua cabeça"
Klaus foi levado para cinco anos antes, quando a irmã lhe disse que tinha visto que ele tinha um gosto interessante quando se tratava de mulheres.
Ela tinha visto Hayley.
Mesmo na parte mais obscura de seu subconsciente.
Mesmo quando ele ainda não tinha admitido para si mesmo que tinha sentimentos pela loba.
Freya sabia.
Foi aí que tudo finalmente encaixou-se para ele.
"Klaus?" Freya chamou, tirando-o de seus devaneios "faça o que é certo por ela" ela sorriu docemente, levantando-se e acariciando o ombro do irmão no caminho até a porta.
E Klaus pela primeira vez em muito tempo pegou-se em um devaneio, perdido em seus próprios pensamentos.