note: só para esclarecer; os drabbles não seguem o mesmo contexto ou são continuações uns dos outros. são histórias individuais em contextos diferentes, ok?
Eles sabiam que tinha sido uma péssima ideia.
Mas quando viram a garotinha de 7 anos saltar para fora do carro e correr em direção a cabana gargalhando de alegria, sabiam que era por uma boa causa.
Após um longo semestre escolar, haviam finalmente alcançado as férias de verão. Hope havia pedido que os pais a deixassem ir para um acampamento com as outras crianças, mas Klaus não achava uma boa ideia. Após alguns acidentes inexplicáveis que ocorreram na escola (livros flutuando e sinos tocando antes da hora), o híbrido havia decidido que não era uma boa ideia que a filha fosse para um acampamento com humanos. Tinha medo que um uso indecente de magia atraísse atenção demais.
E então, após ouvir o não de seu pai, Hope tinha uma resposta pronta na ponta da língua:
"Então quero ir para aquela cabana na montanha. Eu, você, e a mamãe!"
E então ali estavam, após 3 horas e meia de viagem.
A cabana não era muito grande, porém muito aconchegante. Pertencia à família de alguns amigos próximos de Hayley. Era toda feita de madeira clara, rodeado de arbustos e um jardim. Hope se divertia no meio das flores enquanto Hayley esticava-se para fora do carro.
"Eu teria chegado em 3 horas de viagem" ela caminhava para o porta malas, onde Klaus pegava a primeira mala e colocava no chão "e é por isso que vou dirigir no caminho de volta" ela estalou a língua, tentando pegar a chave das mãos dele. Ele desviou, chacoalhando a cabeça.
Hayley franziu a testa. Ele mal tinha trocado palavras com ela durante a viagem toda.
"Que bicho te mordeu?" ela quis saber, arqueando a sobrancelha.
"Nenhum, Hayley" ele esticou uma mala para ela pegar "tem uma tempestade de neve chegando aí e precisamos desempacotar todas essas coisas" ele evitou contato visual.
"Ok..." ela murmurou, dando de ombros. Virou-se e caminhou para a porta da cabana, levando a mala para dentro.
A historia era mais complexa do que parece. Quando haviam fugido de New Orleans, 3 anos atrás, após muitas tardes em lanchonetes e noites sentados na beira de fogueiras, eles finalmente haviam cedido aos sentimentos que os perseguiam. Por quase 10 meses, tinham vivido como a família que sempre sonharam em ter. Além de ótimos pais, agora também eram ótimos amantes.
Mas tudo isso acabou quando retornaram para New Orleans novamente. Com a brisa de um vento, retornaram para os seus antigos jeitos e a história que viveram caiu no esquecimento -ou no segredo.
Hayley tentava se acertar com Elijah enquanto Klaus seguia em frente com Caroline. E desde então, já havia se passado um ano.
Nunca haviam conversado de fato sobre o que tiveram e viveram. Mas estava tudo bem. Faziam seus respectivos papéis na vida da tão amada filha, sem questionarem os outros aspectos de sua história.
"Mamãe, papai!" Hope exclamou, chamando a atenção dos pais "olha só o que eu achei!"
Hayley largou a mala na entrada da porta, caminhando até a filha com Klaus.
"De jeito nenhum" a híbrida ouviu Klaus dizendo, antes de ver a cena.
Hope tinha em seus braços um filhote de cachorro, todo peludo e macio.
"Mamãe" a menina ergueu os olhos para a mãe, enquanto o bichinho lambia o seu rosto com muita animação "podemos levar ele para dentro?" a menina apontou para o céu, que escurecia muito rápido "há uma tempestade vindo" ela suplicou.
"Querida, a mãe desse filhote deve estar procurando por ele, não podemos ficar com ele" Klaus explicou, cruzando os braços.
"Mas é só por essa noite, papai, por favor" ela juntou as mãos, implorando, enquanto o filhote mordia uma mecha de seu cabelo "só até a tempestade de neve passar"
"Hope..." ele começou, mas Hayley interrompeu-o, apertando seu bíceps de forma sútil. Lançou-lhe um olhar significativo.
"Só até a tempestade passar" ela enfatizou, trocando um olhar longo com ele.
Klaus pigarreou, descruzando os braços. Suspirou.
Hayley abriu um sorriso, olhando para a filha.
"Vamos levar ele para dentro!" chamou a menina com a mão, enquanto caminhavam com animação para dentro da cabana.
"Mamãe sempre convence você, papai" Hope gargalhou com o cachorrinho em seus braços.
Klaus enxergou Hayley dar um sorrisinho de canto com o comentário da filha antes de desaparecerem pela porta da frente.
(...)
"Vá escovar os dentes e colocar seu pijama para dormir" ela avisava a filha, retirando os pratos da mesa. A menina assentiu, correndo para as escadas, seguida por seu fiel escudeiro, o cachorrinho.
Klaus não conteve um riso.
"O jantar estava ótimo" ele comentou, ajudando-a colocar os pratos na lava louça "quando foi que aprendeu a cozinhar outra coisa que não fosse macarrão com queijo ou sanduíche de atum?"
Hayley abriu a boca, incrédula. Deu um soquinho no peitoral dele.
"Consequências de ter uma filha tão frescurenta quanto o pai" ela rebateu, com humor.
Ele riu, encarando a mulher na sua frente. Diria sem dúvidas, que ela nunca esteve mais bonita. Seus cabelos estavam ondulados e mais longos. Seus olhos esverdeados eram penetrantes. Seu cardigã estava caído do ombro, deixando sua pele macia à mostra. Klaus desejou poder toca-la.
Mas antes que terminasse de ter aquele pensamento, tudo ficou escuro.
"Mamãe!" Hope gritou do andar de cima.
"Está tudo bem" Hayley gritou de volta.
A energia havia acabado. Como a tempestade de neve se aproximava cada vez mais rápido, a rede elétrica tinha falhado. Mas foi por pouco tempo. As luzes se reacenderam após segundos. Mas o ar quente parecia ter parado de circular.
Hayley subiu as escadas para colocar a filha na cama.
Klaus a acompanhou, ajudando-a com uma história de ninar. A menina dormiu em poucos minutos, abraçada debaixo das cobertas com o seu mais novo amigo.
(...)
"Então..." Hayley cantarolou do topo da escada, observando Klaus sentado no sofá, tomando um copo de uísque. "O aquecedor do andar de cima está funcionando... mas o do andar debaixo não" ela deu a má notícia, fechando o cardigã, abraçando o próprio corpo enquanto descia as escadas.
"Se não fosse pelo seu querido amigo de quatro patas, você poderia dormir na cama dela, com um aquecedor só para você" Klaus cutucou, com um riso sarcástico.
Ela riu de volta "Não seja ranzinza" virou-se, fazendo a menção de caminhar para o seu próprio quarto congelante "aproveite o sofá" ela cantarolou.
"Pelo menos eu tenho a lareira" ele retrucou, com humor, erguendo as sobrancelhas.
Ela virou-se para olhá-lo. Ele estava sentado confortavelmente no sofá de couro, braços esticados no comprimento do sofá, levando o copo quase vazio de uísque ocasionalmente à boca. Suspirou.
"Tudo bem, você venceu" ela rolou os olhos.
"Não seja boba, Hayley." ele estalou a língua "temos dois sofás, podemos compartilhar a lareira" ele sugeriu.
Ela concordou, enrolando-se em uma coberta e deitando no sofá ao lado.
Após um minuto de silêncio encarando o teto, Hayley sentia seu corpo esfriar cada vez mais. Encolheu-se no sofá, virando de lado para encará-lo.
"Ela está muito feliz" Hayley murmurou, sorrindo involuntariamente "obrigado por estar aqui".
Klaus sentiu muita honestidade naquelas palavras. Assentiu, pigarreando e colocando o copo vazio na mesa de centro.
"Foi um longo dia para chegar até aqui e parece que essa tempestade não vai embora tão cedo" ele deitou a cabeça no sofá que estava mais próximo da lareira, sentindo o calor aquece-lo "boa noite"
Ela observou-o, abrindo um sorriso com outro pensamento "só será uma boa noite se você não roncar" ela ergueu as sobrancelhas sugestivamente.
Klaus rolou os olhos, não contendo um riso incrédulo.
"Isso nunca aconteceu" ele encarou-a.
"Aconteceu sim" relembrou-se "aquela vez em Lafayette e duas vezes quando estávamos naquela floresta em Memphis" ela não conteve uma gargalhada.
Klaus observou como o cabelo contornava o rosto dela. Relembrou-se de todos os momentos que tinham passado juntos. Dos beijos indecentes que haviam trocado na mesma floresta ao anoitecer. Chacoalhou a cabeça com o pensamento, umedecendo os lábios. Ajeitou a almofada debaixo da cabeça, fechando os olhos.
Hayley conteve um outro riso, fechando os olhos enquanto sentia seu corpo esfriar ainda mais. Maldito aquecedor.
(...)
30 minutos haviam se passado e o silêncio havia se instalado. Mais ou menos.
Klaus ergueu a cabeça da almofada subitamente, rolando os olhos.
"É isso" ele bufou.
Ela virou-se para encara-lo no sofá, confusa.
"O que foi?" ela franziu o cenho.
"Você está rangendo os dentes de frio há meia hora, e o som está me enlouquecendo" ele passou as mãos pelo cabelo, dando espaço no sofá "venha pra esse que é mais perto da lareira"
Hayley riu com sarcasmo, erguendo uma sobrancelha sugestivamente.
"Você está sugerindo que compartilhemos calor corporal?" ela estalou a língua, atrevida "nos seus sonhos, Klaus" ela chacoalhou a cabeça.
Klaus rolou os olhos.
"Eu estou sugerindo que você se aqueça e pare de bater os dentes" cantarolou "antes que eu te tranque pra fora dessa cabana"
Ela cogitou dizer algo insolente mas uma vez, mas sabia que ele não estava brincando. E ela, por sua vez, estava congelando.
Então, a loba se deu por vencida e levantou-se, arrastando-se com o seu cobertor para o outro sofá. Klaus deixou espaço para que ela deitasse ao seu lado. Como o espaço era estreito, era inevitável que eles terminassem em uma conchinha.
Ela se ajeitou, tentando relaxar -sem muito êxito- enquanto ouvia a respiração quente dele bater em sua nuca.
"Melhor?" ele murmurou.
Ela assentiu, sentindo sua pele aquecer gradualmente com o calor proveniente da lareira.
"Melhor." ela suspirou, sentindo o braço dele enlaçar sua cintura.
Mas quando analisou a situação, Hayley não conteve o comentário.
"Consegue imaginar a confusão que seria se alguém da sua família caminhasse por aquela porta nesse exato momento?" ela começou "ou pior, a sua namorada? O que eles pensariam?" ele a interrompeu com um riso de escárnio.
"Hayley." ele suspirou "levando em consideração que temos uma filha juntos, não acho que minha família ficaria muito impressionada de saber que dormimos juntos em algum momento da história" ela não conteve um riso. Ele riu fraco, mas trincou o maxilar antes de continuar "e sobre a Caroline.. não pensaria nada porque" bufou "terminamos duas semanas atrás".
Hayley saltou no sofá, virando-se para encara-lo. Arregalou os olhos, com energia.
"'Não acredito!" ela tampou a boca, surpresa "o que foi que você fez dessa vez?" riu com um certo escárnio "me conte tudo!" gargalhou baixo, espalmando uma das mãos em seu peitoral, genuinamente curiosa.
Klaus sobrepôs a mão sobre a dela, rolando os olhos, sabendo que ela estava se divertindo com a notícia.
"Hayley, vamos dormir, por favor" ele suplicou.
"Como eu posso dormir sem saber essa história completa?" ela tombou a cabeça para trás, ansiosa "foi por causa da longa distância?" ela questionou-se "mas eu achei que vocês fossem se ver aos finais de semana... ou foi por causa do Stefan?" ela insistiu, falando sem parar.
"Hayley!" ele exclamou, impaciente "foi por causa de você" confessou.
Ela arregalou os olhos levemente, fixada nele, esperando qualquer outra palavra sair de sua boca.
"Foi porque depois de todos aqueles meses juntos eu nunca mais fui o mesmo. Ela sabe que eu não consigo mais fingir que não sou doido por você" ele disparou "e não é justo com ela e com o meu irmão, mas eu não consigo mais fingir que me importo, porque tudo o que eu mais quero agora é te beijar, Hayley" ele pegou-a pelo rosto, enquanto ela permanecia estática, assimilando o que ele dizia "então eu preciso que você diga não" ele finalizou, encarando os lábios dela, tão convidativos e tão próximos.
"D-dizer não?" ela murmurou, sem entender. Ele assentiu.
"Preciso que você diga não, porque se você não disser nos próximos cinco segundos, eu vou te beijar" ele umedeceu os lábios, com a respiração descompassada.
Um segundo de silêncio. Hayley piscou algumas vezes, assimilando o que lhe foi dito. Passou a mão por trás da nuca dele, puxando-o para perto, sussurrando contra seus lábios "sim".
E eles se beijaram com urgência.esse tem que ter parte 2, né?
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