Eles não estavam se falando.
Há três semanas que Klaus e Hayley tiveram uma briga estúpida por algo irrelevante que agora ela nem conseguia se lembrar do motivo. Viviam se esbarrando em lugares pela cidade, mas Klaus insistia em dar-lhe as costas.
Hayley deu mais uma colherada em seu mingau, observando a neve caindo lá fora. A grande árvore de natal no meio da casa dos Mikaelsons brilhava com luzes vibrantes dia e noite, mas o clima não era dos melhores.
Freya cantarolou ao entrar na cozinha, despejando um pouco de café em uma caneca. Deu um gole e se virou para a loba.
"Você viu o cartão de Natal que Hope nos enviou? Ela está tão linda" a bruxa suspirou, fazendo um bico.
Hayley sorriu, assentindo. "Sim" balançou os ombros "queria que ela pudesse voltar pra casa para as festas de fim de ano, mas ela está atolada em trabalhos universitários e provas finais" fez uma careta "Alaric não pega leve com os alunos" deu de ombros novamente.
"Ela vai estar de volta quando você menos esperar, e aliás" Freya cantarolou "faremos desse um natal divertido" sorriu.
Hayley suspirou. Hope só voltaria da universidade daqui algumas semanas, e Klaus mal sequer olhava para ela. Se sentia sozinha.
"É... pode ser" sorriu amarelo para Freya.
"Qual é, vamos animar" ela juntou Hayley pelos ombros "já decidiu o que vai vestir hoje à noite?"
"Tenho mesmo que ir?" Hailey rolou os olhos e Freya arfou, incrédula.
"Mas é claro!" E antes que ela pudesse terminar sua frase, aroma do perfume dele infestou o cômodo.
Klaus adentrou, sem fazer contato visual, abriu a geladeira, despejou para si mesmo um copo de suco de laranja e saiu, em passos largos.
"Bom dia pra você também" Freya murmurou, mostrando a língua para a porta onde ele tinha acabado de sair.
Hailey afundou-se na mesa, frustrada. Até quando ele continuaria com aquele ato?
"Não se preocupe" Freya acariciou o topo de sua cabeça "ele vai voltar ao normal" deu de ombros.
Mas Hayley não tinha tanta certeza assim.
(...)
Digitou mais uma mensagem de "te amo" e enviou para Hope, antes de virar-se para o espelho novamente. Ajeitou a barra de sua longa meia calça escura. Assentou a saia marrom nas coxas e rodopiou. Estava se sentindo bonita. Terminou de passar seu batom vermelho e colocou suas botas, antes de descer para o primeiro andar.
Já conseguia ouvir o burburinho dos convidados lá em baixo. Freya tinha possivelmente convidado a cidade toda, e a residência começava a lotar rapidamente.
Encontrou a bruxa na multidão e sorriu.
"Olha só pra você!" Freya cantarolou "aqui está um drink!" Esticou um copo com um líquido meio dourado para ela.
Hayley bebeu o conteúdo sem fazer perguntas prévias. Merecia relaxar um pouco.
"Vamos dançar!" A loira exclamou, puxando-a pela mão para o meio da multidão.
(...)
No momento, Freya se encontrava no colo de uma desconhecida, no canto da festa.
"Aquela é sua irmã?" Hayley questionou, em tom risonho, para o moço ao seu lado.
"Você quer dizer aquela que está com a língua enfiada na garganta da sua cunhada?" Henry gargalhou, rolando os olhos "sim" suspirou, esticando a mão para cumprimenta-la "sou Henry"
"Sou a Hayley" apertou a mão dele "e ela não é minha cunhada" deu de ombros.
Henry sorriu "nesse caso..." ele ergueu a mão dela até seus lábios, pousando um beijo ali "prazer em te conhecer"
(...)
A loba gargalhou com energia "não acredito!"
"É sério!" Henry riu "pode acreditar"
Entre os risos das pessoas ao redor, Hayley sentiu seu coração pular uma batida ao ouvir seu nome sendo chamado em uma voz ríspida.
"Hayley." ela se virou, encontrando os olhos de Klaus. Maxilar trincado, como sempre, cara de poucos amigos que ela já tinha se acostumado. Nada diferente do que tinha visto nas últimas três semanas "você viu a Freya?" questionou.
"Ela... está lá em cima, eu acho" olhou ao redor, Analisou cada expressão em seu rosto, tentando decifrá-lo.
"Preciso falar com vocês por um minuto" ele sinalizou com a cabeça que ela acompanhasse ele escada acima.
Hayley assentiu, meio sem entender, entregando seu copo para Henry, "Já volto" murmurou.
"Te espero aqui" ele sorriu.
Hayley e Klaus subiram as escadas. Em silêncio, entraram no quarto da bruxa, mas não a encontraram. Hayley parou no meio do quarto, confusa. Ouviu a fechadura da porta atrás de si trancar, e virou-se para observar Klaus, que acabava de girar a chave. Ergueu a sobrancelha.
Ele arregaçou as mangas de sua camisa até o antebraço, sem quebrar contato visual.
"Henry é um cara legal, não?" ele cruzou os braços e encostou-se na porta de madeira atrás de si.
Hayley sorriu, em escárnio, rolando os olhos.
"Sim, ele é" fez que sim com a cabeça "engraçado."
Klaus olhou-a de cima a baixo. Deu um passo em sua direção "sobre o que vocês estavam conversando?"
Hayley hesitou "por que você se importa?" cruzou os braços "você não tem falado comigo ou olhado sequer na minha cara nos últimos 18 dias" desabafou.
Klaus aproximou-se, agora ficando bem na frente dela, sentindo sua respiração ficar mais rápida "tem contado os dias sem mim?" ele umedeceu os lábios, não contendo um riso curto.
Hayley bufou. Ela sabia exatamente o que ele estava fazendo. Observou seu peitoral subindo e descendo conforme sua respiração pesada, bem ali na frente dela. Ergueu os olhos, desejando poder tocá-lo.
"Isso não é justo" ela murmurou, enquanto ele pousava uma de suas mãos em sua cintura "eu sinto sua falta" ela sussurrou contra seus lábios, passando os braços ao redor de sua nuca.
"Sobre o que estávamos brigando mesmo?" ele murmurou de volta, arrancando um riso baixo dela.
Se beijaram em um beijo desesperado, cheio de saudade. Quando se olharam novamente, estavam ofegantes. Hayley desceu as mãos agilmente para o cinto de Klaus, desafivelando-o. Ele segurou o pulso dela firmemente, fazendo ela encará-lo em confusão.
"A casa está cheia de pessoas" ele alertou "Freya nos mataria se descobrisse".
Hayley arfou, em desespero. Passou as mãos por toda a extensão de seu peitoral, implorando por mais, mas teve seus punhos presos pelas mãos do híbrido.
"Eu não posso mais esperar" ela suspirou, sabendo que ele queria que ela implorasse "você acha que o Henry recusaria se eu pedisse pra ele?" ergueu a sobrancelha, desafiadoramente.
Em um movimento rápido, ele tinha-a agora pressionada contra uma das paredes, desfazendo-se de suas roupas o mais rápido possível. As mãos dele corriam livremente pelo seu corpo enquanto eles se beijavam com ardência.
"Era isso que você queria?" ele sussurrou, descendo os beijos do pescoço para o decote dela.
Hayley sorriu afetadamente, fechando os olhos para intensificar as sensações que ele lhe causava.
(...)
Freya cambaleou até o fim do corredor, beijando a vampira ruiva no processo. Mas quando tentou abrir a porta de seu quarto, estava trancada. Arqueou a sobrancelha em confusão, até ouvir os gemidos intensos vindo de dentro do cômodo.
"Sério isso?!" ela exclamou, incômoda "no meu quarto?"
