| the not-so-mysterious girl |

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(Este AU se passa após o 4x02, quando Klaus é resgatado. Hayley começa a perceber seus sentimentos por ele)

Algo havia mudado.
Hayley esperou que todos os irmãos entrassem na casa antes de acomodar-se ao lado de Klaus, encostados no carro.
Ela observou cada traço de seu rosto, atenciosamente. Analisou os cachos caindo por cima de sua testa, e mesmo que ele detestasse o cabelo grande, tudo o que ela conseguia imaginar era o quanto ela desejava passar as mãos por aqueles fios.
"O que foi?" ele perguntou, tirando-a do transe.
"Nada" ela chacoalhou os ombros "preparado para ver sua garotinha?" ela curvou os lábios em um sorriso doce, subindo os degraus da varanda.
Klaus sorriu, sentindo o nervosismo percorrer seu corpo.
(...)
A casa estava silenciosa.
Hayley virou pela centésima vez na cama, sentindo-se ansiosa por algum motivo.
Depois de cinco anos, ela finalmente tinha conseguido sua família de volta. Mas mesmo assim, algo não parecia certo.
Decidiu levantar-se, sabendo que não conseguiria dormir naquela noite. Desceu as escadas até a cozinha, encontrando Elijah sentado atrás do balcão de mármore branco, bebendo um copo de uísque em silêncio.
Ele sorriu assim que seus olhos se encontraram.
"Hey" ele disse, quebrando o silêncio.
"Oi" ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha "não consegue dormir?" ela perguntou para preencher o silêncio pesado.
"Eu passei os últimos cinco anos dormindo, não é como se eu precisasse de uma soneca" ele gracejou. Ela riu fraco, pegando um copo de água e sentando-se de frente para ele.
Sentiu os olhos dele pairarem nela por bastante tempo.
"Você está linda" ela ergueu os olhos para olhá-lo "eu senti sua falta"
Ela pigarreou, meio sem jeito. Sorriu, sem dizer nada.
"E você?" ele continuou, pegando sua mão por cima do balcão "sentiu minha falta?" ele sorriu, com humor.
Hayley pegou-se perguntando a si mesma se ela tinha sentido a falta dele. Se nos últimos cinco anos, ela tinha pensado nele todos os dias. Se ela tinha desejado que ele estivesse por perto alguma vez.
Todas as vezes que a palavra "saudade" passava por sua cabeça, o nome dele não era o primeiro que aparecia em mente.
E surpreendentemente, o rosto tão perfeitamente conhecido que a palavra lhe lembrava, era Klaus.
"Sim" ela mentiu, relutantemente. Forçou um sorriso para disfarçar.
Elijah sorriu, inclinando-se para beija-la. Hayley virou o rosto, recebendo o beijo no canto da bochecha.
Ele franziu o cenho e ela sentiu uma ponta de culpa.
"Elijah, eu—"
"Está tudo bem" ele levantou-se, ajeitando a gravata inseparável "você precisa de tempo para assimilar, eu entendo" ele monologou, acariciando o rosto dela "eu também preciso, para ser honesto"
O celular em cima do balcão tocou, e ele atendeu quase instantaneamente.
Hayley conseguiu ouvir uma Rebekah impaciente.
"Elijah! Você vem ou não?" era possível ouvir uma música alta e animada ao fundo.
Elijah olhou para Hayley, como se esperasse que ela lhe desse um motivo para ficar.
Mas tudo o que ela fez foi acenar com a cabeça, como um incentivo.
"Estou á caminho, irmã" desligou.
"Te vejo amanhã de manhã?" ele perguntou, antes de sair.
"Claro. Não esperarei vocês acordada" ela sorriu e ele fez o mesmo, direcionando-se para a porta e sumindo em um piscar de olhos.
Hayley alcançou o copo de uísque, quase intocado. Virou-o garganta abaixo, sentindo-se culpada pelos seus pensamentos.
E todos eles eram sobre Klaus.
Agora a casa estava ainda mais vazia.
Ela pôs-se a subir as escadas, parando no quarto de Hope para checar a filha. Girou a maçaneta, abrindo a porta e separando-se com Klaus ainda sentado na beirada da cama da filha, observando seu sono, como ela tinha deixado-o horas atrás.
"Hey" ela murmurou, surpresa "você ainda está aqui?" ele virou-se para olhá-la, abrindo um curto sorriso.
"É tão calmante" ele retornou os olhos para a filha "vê-la dormir" Hayley sorriu, assentindo.
"Achei que você tivesse saído com os seus irmãos" ela cruzou os braços, adentrando o cômodo e percebendo que ele estava arrumado.
"Eu tive a minha cota de diversão nos últimos anos, amor" ele disse, com um bom sarcasmo.
Ela mordeu o lábio inferior, encarando-o.
"Mas tecnicamente, você acabou de sair de um sofrimento insuportável de cinco anos, então acho que você merece algum descanso" ele ergueu os olhos para olhá-la novamente "vem" ela apontou para a porta com o queixo "você vai ter bastante tempo com ela amanhã" ela pousou a mão em seu ombro "deixe eu te mostrar o seu quarto".
Ele assentiu, arrumando a coberta sobre o corpo da filha, acompanhando Hayley até o final do longo corredor. Ela abriu a porta, dando espaço para que ele entrasse.
"Eu posso me acostumar com isso" olhou ao redor "você sabe, dormir em uma cama" ele fez piada e ela riu com energia.
"Essa é a minha deixa" ela anunciou, preparando-se para sair do quarto.
"Você está muito cansada?" ele perguntou, interrompendo-a.
"Nem um pouco, na verdade" ela comentou sobre a insônia.
"Você pode ficar. Eu quero conversar" ele pediu, sentando-se na cama.
"Claro" ela sorriu, sentindo um frio percorrer sua espinha. Fechou a porta atrás de si, andando até ele. Sentou-se ao lado.
"Tenho certeza que você tem muitas perguntas" ela deu de ombros "sobre a nossa filha, sobre o que você perdeu"
"Você está diferente" ele interrompeu-a, pegando-a desprevenida.
"O cabelo?" ela retornou, encarando as pontas dos fios, agora loiros.
"Não o cabelo" ele continuou, admirando-a "você" ela umedeceu os lábios, sentindo seu coração acelerar "você parece feliz" ele conclui, sorrindo.
"Bem, cinco anos sem você por perto fazem isso" ela fez piada, fazendo ambos caírem na gargalhada.
"Ouch" ele fingiu ofensa "é uma pena ouvir isso, lobinha" eles se entreolharam "porque eu senti sua falta" ela arregalou levemente os olhos "algumas vezes" ele consertou, não querendo admitir.
Eles ficaram em silêncio olhando um para o outro por um bom tempo.
"O que você quer falar sobre, então?" ela sorriu, encarando-o.
"Sobre a vida" ele deu de ombros.
(...)
Hayley ainda ria da última piada sarcástica que Klaus tinha feito, deitada com as mãos na barriga de tanto gargalhar.
"E quanto á vida amorosa?" ele perguntou, bebendo a cerveja em suas mãos "por acaso você encontrou algum idiota sortudo enquanto nós estávamos fora?" ele encarou-a, sentindo um certo calafrio vendo-a tão vulnerável em sua cama.
Perguntava a si mesmo o que ela faria se ele a beijasse.
"Não é como se eu tivesse tido tempo" ela riu, dando de ombros "tudo o que eu conseguia pensar era em como salvar você" ela admitiu, arrependendo-se logo em seguida "e seus irmãos"
"Claro" Klaus desviou os olhos, decepcionado "e quanto ao Elijah?"
Ele parecia ter atingido um ponto fraco. Ela ficou instantaneamente séria, encarando o teto.
"Eu não sei" ela deu de ombros "posso ser honesta com você?" ele assentiu "eu não tenho certeza se eu o amo" Klaus franziu o cenho, vendo ela levantar-se da cama e andar de um lado para o outro.
"Por quê você acha isso?" ele perguntou, colocando a garrafa vazia de cerveja de lado.
"Porque eu acho que eu estou apaixonada por outra pessoa" ela confessou, colocando as mãos na cintura e mordendo o lábio, nervosamente.
Klaus assentiu, como se entendesse.
"Quem é o sortudo, então?" ele engoliu em seco.
Hayley aproximou-se como se estivesse com pressa, puxando-o gentilmente pela nuca e juntando seus lábios com urgência.
Sentiu suas respirações descompassadas entre um beijo e outro.
"Devo tomar isso como uma resposta?" Klaus sorriu contra seus lábios, ainda de olhos fechados.
"Eu não consegui parar de pensar em você" ela sussurrou, milésimos de distância de seu rosto "e eu não quero perder mais nenhum segundo, porque passar os últimos anos sem você foi tortura"
Klaus encarou-a, surpreso com cada palavra que saia de sua boca.
Ele tocou o rosto dela, acariciando sua pele macia. Desceu a mão para o queixo dela, puxando-a para um beijo mais feroz.
Hayley impulsionou-se para frente, deitando-o na cama e ajeitando-se sobre o seu colo.
Klaus observou os olhos dela mudarem de cor em sua frente e sorriu com malícia, tomando controle e deixando-a por baixo enquanto retiravam suas roupas.
Ele cobria cada centímetro de pele descoberta com beijos que deixavam uma trilha de arrepios em Hayley.
Ela viu veias finas saltarem em baixo dos olhos do híbrido antes de atacar seus lábios novamente.
E logo o quarto foi preenchido por gemidos e risadas abafadas.
(...)
"Como é que eu estou com uma ressaca horrorosa e você está reluzente nos seus saltos?" Rebekah questionou Freya, sentada em uma das cadeiras da cozinha.
"Por causa disso" ela esticou uma cumbuca com um líquido verde, que fez a irmã fazer uma careta de nojo.
"O que diabos é isso?" Rebekah cheirou o líquido, enojada.
"Cura para ressaca, é infalível" Kol adentrou a cozinha, novo em folha.
Rebekah franziu o cenho, bebendo o líquido em um gole só.
"Bom dia, vocês" Hayley apareceu, sorridente, interrompendo o burburinho entre os irmãos "o que vocês estão fofocando sobre?" ela abriu a geladeira, procurando pela jarra de suco.
"Estamos falando sobre a garota misteriosa no quarto do Nik" Rebekah cantarolou.
Hayley, ainda de costas para eles, segurou o fôlego, fazendo uma careta.
"Que garota?" ela soltou o ar pela boca silenciosamente, virando-se para eles fingindo não saber de nada.
"Eu estava chegando da festa hoje cedo e no caminho para o meu quarto, passei pelo dele e a porta estava entreaberta" Kol explicou, com diversão na voz "tudo o que eu vi foram alguns fios loiros, mas ela parecia ser bem gata"
"Você sabe quem é?" Freya perguntou, curiosa.
"Não faço a mínima ideia" ela sentou-se na mesa, dando de ombros "e vocês deveriam parar de espiona-lo" ela despejou suco em um copo "ele tem mil anos, não precisa de babás" fez piada, fazendo Kol gargalhar.
Hayley subiu as escadas para acordar Hope.
Elijah apareceu no cômodo, juntando-se a família.
"Pergunte para o Elijah, talvez ele tenha algum palpite" Freya mordeu uma torrada.
"Palpite?" Elijah franziu o cenho, fechando o botão de seu paletó.
"Klaus dormiu com alguém noite passada" Rebekah disse, novamente "quem você acha que foi?"
"Eu não sei. O que vocês acham?"
"Aposto 20 reais que foi alguma loira parecida com a Cami. Caroline, talvez?" Kol disse com humor.
"Pelo amor de Deus, Kol, ele superou a Caroline muito tempo atrás" Rebekah rolou os olhos "aposto mais 20 que foi uma pobre dama hipnotizada" eles riram.
"Eu aposto mais 20 que era a Hayley" Freya disse, bebendo um gole de seu chá.
Todas as cabeças viraram-se para olhá-la.
Rebekah viu o semblante do irmão mudar e resolveu gargalhar para quebrar o clima tenso que se formava. Hayley entrou na cozinha novamente, acompanhada de Hope.
"Freya!" Rebekah continuou "você está brincando, não é?"
"Não" ela deu de ombros, encarando Hayley.
"Isso é impossível, Hayley nunca dormiria com o Niklaus" Elijah escarneceu.
Hope olhou ao redor, confusa, enquanto Hayley agarrava a filha pelos braços, gentilmente.
"Hey, amor, vá pegar o seu casaco, tia Freya vai te levar para um passeio" ela mentiu, para tirar a filha do cômodo. Hope obedeceu, subindo as escadas.
"Nunca é uma palavra muito forte, Elijah. Quero dizer, não é como se eles não tivesse feito isso antes..." Freya sorriu, divertida.
"Vocês querem parar com esse papo? Tem uma criança na casa!" Hayley interveio, antes que fosse tarde demais.
"Bem, não é como se ela não soubesse de onde veio" Kol defendeu, ainda em tom sarcástico.
"Ela tem sete anos, nós podemos esperar mais dez para compartilhar os detalhes obscenos" Hayley cruzou os braços, irritada.
"De qualquer jeito, minha aposta ainda é nela" Freya gracejou, piscando e apontando para Hayley.
"Errar é humano, irmã, persistir no erro é burrice" Elijah deu de ombros, aparentemente meio alterado pela ideia de Klaus e a amada juntos "além disso, Niklaus é um péssimo partido" ele continuou "não ficaria surpreso se a garota tivesse ido embora assim que a compulsão passasse da hipnose passasse"
"Oh" Rebekah franziu o cenho "você sabe que isso não é verdade, Elijah"
"Você sabe que é, irmã" ele riu, encarando-a "quem é que gostaria de lidar com toda a paranoia e teimosia do nosso irmão?" Hayley trincou o maxilar, cruzando os braços em nervosismo "é exatamente por isso que depois de mil anos ele ainda está sozinho"
"Ouch. É isso que você pensa de mim, Lijah'?" Klaus adentrou a cozinha, aumentando a tensão.
"Nik—" Elijah quis retratar-se.
"Poupe-me" Klaus escarneceu, visivelmente magoado.
"Já que você está aqui, termine com todo o suspense" Rebekah disse, tamborilando os dedos "quem é a garota misteriosa?"
Klaus e Hayley trocaram um olhar discreto.
"Ninguém" ele desviou os olhos dela, andando para o outro lado do cômodo, sentindo-se usado.
"E se fosse eu?" Hayley perguntou, hipoteticamente, colocando as mãos na cintura, ficando ereta.
Hope apareceu novamente na cozinha, vestindo o casaco. Encarou todos entreolhando-se, em choque.
"Que tal aquele passeio?" Freya virou-se para a sobrinha, que assentiu, confusa "vocês dois me devem 40 reais" ela sussurrou para Rebekah e Kol antes de sair para o jardim.
"Nunca seria você" Elijah riu, com sarcasmo.
"Hayley—" Klaus aproximou-se dela, para interrompê-la.
"Por quê não?" ela deu de ombros "porque você considera ele uma ameaça?" Kol segurou um riso, aproveitando a tensão "por muito tempo eu achei que você fosse o bom irmão, Elijah. O nobre" ela cuspiu as palavras "mas eu estava errada o tempo todo" ela deu de ombros "Klaus pode não ser o maior exemplo de bondade, mas você nunca será tão bom como ele" Hayley continuou "é você deve saber que qualquer pessoa sortuda o bastante para te-lo por perto deveria ser grata" ela apontou "vocês deveriam ser gratos"
"Eu nunca disse que não era grato" Elijah tentou puxar Hayley pelo pulso, mas ela desvencilhou-se.
"Não" ele franziu o cenho, confuso com a frieza dela "eu acho que você deveria dar uma volta, Elijah" ela sugeriu, nervosa "espairecer, livrar-se dessa hipocrisia, se possível"
"Como você quiser" ele levantou-se incrédulo, sumindo em um piscar de olhos.
Os restantes no cômodo se entreolharam entre o clima pesado.
"Por acaso eu estou sentindo um cheiro de drama familiar?" Kol perguntou com sarcasmo para Rebekah, que levantou-se.
"Sim, e é a nossa deixa" ela retornou, em um pigarro.
Ambos saíram do cômodo.
E naquele momento, Klaus só tinha olhos para a mulher em sua frente.
"Que declaração" ele tentou quebrar o gelo, fazendo-a rir fraco "você acredita mesmo em tudo o que disse?" ele aproximou-se, encarando seus olhos por longos instantes.
"Cada palavra" ela admitiu, sentindo as mãos firmes dele envolverem sua cintura.
"Ninguém nunca me defendeu assim, lobinha" ele confessou, com os olhos levemente arregalados "eu estou impressionado, e eu nunca fico surpreso" ele sorriu, observando os lábios perfeitamente desenhados dela.
"Eu não posso mais mentir para mim mesma, Klaus" ela chacoalhou a cabeça, encostando suas testas "tudo o que eu quero é você e eu não vou fugir disso novamente"
"O sentimento é mútuo, amor" ele sorriu largamente, puxando-a para um beijo lento.
"O que nós fazemos agora?" ela perguntou em um sussurro contra sua pele.
"Nós daremos um jeito" ele acalmou-a, abraçando-a.
"Como você sabia?" do outro lado da porta, na varanda, Rebekah, Freya e Kol escutavam a conversa alheia.
"Eu trapaceei" Freya admitiu, em uma risada "eu vi a Hayley sair de fininho do quarto dele essa manhã" Rebekah arregalou os olhos, incrédula "vocês ainda me devem os 40 reais, a propósito"

As coisas estavam prestes a tornarem-se caóticas e eles sabiam disso. Mas enquanto eles tivessem um ao outro, nada os afetaria.
Sempre e para todo o sempre.

Espero que tenham gostado (e que eu tenha feito jus á ideia maravilhosa que a RogueX2 me enviou) 🌸

Klaus + Hayley - drabblesOnde histórias criam vida. Descubra agora