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Felipe chegou junto com o pai em uma limusine preta, ele tinha a aparência triste e pálida bem diferente do seu pai; que vestia roupas chiques vermelhas como sangue. As pessoas começaram a entrar e se juntarem a nós, logo o cemitério parecia um mar negro, com rosas vermelhas e um rei sombrio.

- Meus súditos – James falou orgulhoso enquanto subia alguns degraus de pedra para ficar mais alto que todos – É com pesar que vemos aqui nesta manhã fria, velar o corpo de minha esposa.

O príncipe ficava com a cabeça baixa e pude notar as lágrimas caírem no canto esquerdo, só que dessa vez ele não as limpou; ele só conseguia fazer uma coisa: Chorar.

- Eu, rei James irei proteger e governar este país como nenhum rei jamais fez.

Encostei a cabeça no ombro de Demian que chorava pela rainha, por Marc (que ninguém sabia aonde estava, mas sabemos do que o rei é capaz); minhas amigas haviam encontrado ombros fortes para chorar, Camille segurou a minha mão enquanto Alberth a abraçava forte.

- Meu filho, o príncipe Charles – ele foi até o filho e o fez subir os degraus – Irá se casar antes de completar 21 anos.

Felipe ergueu a cabeça espantado, o 21° aniversário dele estava perto de acontecer e pelo que eu sei, ele nunca poderá se casar com quem ama. O rei ignorando a expressão do filho e a sepultura da mulher que estava aos seus pés, continuou.

- E nenhuma jovem poderia ser mais adequada do que ela – ele apontou para o canto que eu estava – Senhorita Ayla Miller.

Ergui a cabeça vendo todos me encaravam surpresos, Felipe estava chocado, Rocksell estava com uma cara que eu não pude definir se era ódio, confusão ou inveja.

- Suba aqui – o rei ordenou olhando fixo para mim.

Eu não queria casar com o príncipe; não queria um castelo, joias e andar com vestidos armados por ai. Eu queria o Marc, queria ter uma casinha em algum lugar, construir uma família com ele...

- Não se acanhe – James havia pego no meu braço sem que eu notasse e falou no meu ouvido – Faça o que eu mandar, fique feliz com isso, seja agradecida; se não sua irmã será a próxima.

Ele passou a mão no caixão da rainha e eu pude entender o recado, teria que fazer exatamente o que ele quisesse. Subi os degraus e fiquei ao lado do príncipe enquanto todos nos olhavam.

- Povo da França, cumprimentem a futura princesa - o rei disse como se estivéssemos em um baile de gala.

A multidão aplaudiu, apesar das lágrimas nos rostos serem evidentes. Ao longe havia uma pessoa vestindo preto, usava capuz e um guarda-chuva preto; o rosto estava escondido, mas pude ver um papel na mão dele que parecia uma fotografia. Ninguém mais reparou nele, porque um padre começou a fazer uma missa para a rainha, enquanto eu ficava mantendo a pose de "futura princesa da França".


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