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Depois da cerimônia de despedida, todos puderam chegar perto do caixão fechado e colocar as rosas como um último presente para a rainha; eu e Felipe fomos os primeiros a nos despedir.

- Adeus mãe – ele disse colocando delicadamente a rosa em cima da cama de madeira, onde a mãe que tanto o protegeu e amou descansava para sempre – Prometo ser o filho que você sempre quis.

O príncipe chorava sem se importar se o seu povo iria criticá-lo por ser "fraco", ele abaixou a cabeça e se afastou da mãe. Me aproximei e como eu não tinha uma rosa, só poderia oferecer uma coisa a ela: palavras.

- Querida rainha, a senhora foi uma mãe para mim durante o período em que estive no palácio; eu não tive a oportunidade de lhe conhecer melhor, mas saiba que você sempre estará no meu coração – seria a despedida que eu não tive a oportunidade de fazer para a minha mãe; e como rainha ela também era a mãe de um país inteiro – Obrigada por defender a garota pobre, obrigada por acolher a minha irmã, obrigada por ser um exemplo de pessoa, mãe e rainha; mas acima de tudo, obrigada por acreditar em mim.

Senti uma lágrima desabar e cair em cima da rosa vermelha que Felipe tinha dado a mãe, não me importei já que na minha opinião, não há melhor presente para quem já morreu do que uma lágrima de saudades. O rei apenas abaixou e cochichou algo para o caixão, como se revelasse um segredo para a rainha.

- Por aqui, senhorita – um dos guardas me indicou a limusine preta e pude ver o futuro rei sentado cabisbaixo me esperando.

Comecei a me virar para entrar no carro quando uma menininha puxou a minha mão delicadamente.

- Olá pequena, qual é o seu nome? – abaixei para ficar do mesmo tamanho que ela.

- Larissa, princesa – ela respondeu tímida, e me entregou um envelope.

- O que é isso?

- O homem com olhos verdes pediu para te entregar.

Olhei em volta procurando a pessoa misteriosas que vestia preto, mas ela não estava mais lá. Olhei de volta para a menina confusa por ela estar sozinha e ter falado com um estranho;

- Aonde está a sua mãe?

Ela fez uma cara triste e apontou para algum lugar atrás de mim; quando eu me virei para olhar, havia uma sepultura simples e rachada.

- Temos que ir, senhorita – o guarda insistiu e me levantou.

- Obrigada – disse vendo a menina caminhar para perto do túmulo.

Entrei no carro e ela acenou um "adeus", a minha visão dela desapareceu porque um dos guardas ficou na frente do vidro; mas quando ele saiu, ela já tinha sumido. Dobrei o envelope e guardei no bolso da minha calça, mantendo segredo sobre o ocorrido.

- Ayla – Felipe pegou na minha mão, me assustando – Desculpe, minha mão está gelada.

- Tudo bem.

- Eu não sabia, meu pai disse que eu teria que me casar antes do meu 21° aniversário, mas não pensei que ele escolheria a minha noiva, principalmente durante o funeral da minha mãe.

- Preciso processar a informação, antes de conversarmos – disse vendo meus amigos irem se despedir da rainha.

O rei entrou no carro com uma expressão satisfeita, olhou para mim e disse.

- Então senhorita Miller, como se sente sendo a futura princesa da França?

- O senhor pode ser o rei, mas quem manda no meu coração sou eu. Já não basta expor o seu filho em um dia tão doloroso para todos, agora quer que eu acredite que você está triste com tudo isso.

- Ela era a minha esposa, claro que estou triste – ele apontou para as pessoas lá fora enquanto o carro começava a andar – Mas eu tenho todas essas pessoas para governar, ou seja, o show não pode parar.

Era cruel o modo que ele falava do povo, da rainha e de seu filho; todas aquelas pessoas estavam nas mãos de um rei capaz de tudo pelo poder.

- O senhor não pode fazer isso com ela – Felipe disse firme para o pai – Ela ama o Marc, todos sabem disso.

- Você acha que eu eliminei aquele intrometido, pobre e inútil por qual motivo?!

Meu sangue ferveu, minha tristeza se transformou em ira e o meu corpo respondeu a todas essas mudanças levantando a minha mão e acertando o rosto de James com força.

- Nunca mais fale dele dessa maneira! – gritei com força – NUNCA SE DIRIJA AO NOME DELE. NUNCA MAIS!

O rei levantou a mão para revidar, mas Felipe colocou o braço na frente para me defender.

- Não me desafie, Charles!

- Felipe! Meu nome é Felipe – ele gritou – Esse é o nome que a minha mãe escolheu para mim.

- Você sabe muito bem o que eu posso fazer com você – James afirmou.

- Eu não tenho mais treze anos! Sou o futuro rei da França, você querendo ou não.

- Mas quem é o rei agora sou eu! Sou quem manda e se não quiser ver seus amigos mortos, é bom me obedecer e casar com essa plebeia!

Todos nos calamos,era inevitável que o rei poderia fazer o que quisesse, com quem quisesse equando quisesse; ele tirou Marc de mim e eu não poderia perder mais ninguém.Querendo ou não, amando ou não, agora eu era a futura princesa da França.

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