20 Isabele

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  Já sentiu como se uma centena de pessoas estivesse rindo de você ao mesmo tempo? Pois é, foi o que eu senti quando estava naqueles corredores no colégio de manhã.
  Aquela garota, Felicia. Ela me ajudou a escapar quando estava paralisada de medo e vergonha na minha cadeira.
  Ela escondeu meu rosto com sua jaqueta para que não ficasse me filmando.

  Quando lembro daquela noite não tem muita coisa que posso dizer. Eu lembro se sair de casa e ir a festa que pela primeira vez fui convidada. Era a festa de Helena Salgoni, a garota mais popular da cidade!

Eu disse para mamãe que iria a reunião de jovens da igreja, mas pedi para o uber me deixar na casa de campo da família da Helena.

  Eu nunca fui de muitos amigos, então quando aqueles garotos aparentemente gentis me ofereceram bebida eu não recusei! Estava triste, eu não sabia... eu não sabia que aquilo iria mudar tudo!

  Então voltamos ao momento em que aquele vídeo terrível foi parar nos celulares de todos os alunos do colégio e logo os filhos dos irmão da igreja comunicaram a seus pais, que por sua vez não demoraram a contar para os meus pais.

  Como eu cheguei em casa aquele dia eu não sei, eu não lembro de muita coisa daquela noite, apenas de fortes dores nas minhas partes íntimas e na cabeça.
  E então isso... de repente eu vejo aquilo, eu sabia que algo havia acontecido, eu descobri diferenças no meu corpo. Mas eu estava incidente quando tudo aquilo aconteceu!

  Felicia me acompanhou até minha casa, ela não disse muita coisa apenas perguntou se queria que ela me acompanhasse, eu disse que não precisava. Então eu a agradeci.

-Espera! Porque fez isso?

-Como assim?

-Você sabe, porque me ajudou daquela maneira? Eu nunca fiz nada de bom pra ti.

-Não importa, eu não ia deixar aqueles merdas fazerem aquilo contigo.

- Olha... me desculpa.

-Não garota, não peça desculpas. Somos mulheres, temos que nos unir contra esse mundo misógino de merda e...

-Mesmo assim, eu não sei o quebreira feito!

  Ela acenou com a cabeça e sentou-se na calçada com o celular em mãos.

  Então eu entrei em casa, o silêncio era assustador. Aparentemente mamãe estava na cozinha pois o cheiro da comida ja estava por toda a casa, eu caminhei a passos largos ate la. Como eu disse, ela estava sentada em volta da mesa, papai estava com ela.

O celular em mãos, olhos vermelhos e as mãos sobre o rosto apresentavam os sinais que eu mais temia. Eles ja sabiam, ou pior; Eles ja viram o video a essa altura!

Papai levantou os olhos, eles estavam me matando agora. era como de houvesse um raio direcionado diretamente em mim, um raio no olhar dele que poderia me fritar a qualquer momento.


-Então e isso... Minha filha... - ele começou a falar em quanto mamãe entrou em um choro desenfreado.

- minha filha e uma vagabunda! Então e isso que você gosta de fazer em quanto eu e sua mãe achamos que você esta na igreja servindo a Deus..

-Pai escuta, eu posso expilar- neste momento ele se levantou da cadeira e foi em minha direção, começou a gritar...


- Você não tem vergonha, olha a vergonha que trouxe para essa casa. Você não passa de uma... uma ... PUTA !

-Pai, por favor me escute..

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⏰ Última atualização: Feb 07, 2017 ⏰

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