7 Gonçalo

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Segundo dia no colégio, minha mãe está me dando carona todos os dias até agora, para se certificar de que eu realmente estou entrando no pavilhão quando o sino toca. Ela está deixando Stella em uma creche aqui perto em período integral então atarde quando volto pra casa tenho a tarde inteira só pra mim.

Não fiz muito contato com o pessoal daqui ainda, só falei com a Felícia até agora, e agora indelével nem vi esses amigos de quem tanto fala. As outras pessoas tem um ar medonho de frieza e um olhar indiferente que me faz passar longe de qualquer um.

Entrei na sala com um calafrio correndo por minha espinha, não encontro nem Felícia nem nimguem sentado nas cadeiras postas no fundo, penso ; ( pois é Gonçalo, mais um dia complicado!)

Durante o segundo horário uma garota, acho que seu nome e Isabelle parece, a que barrou a entrada da Felícia ontem, veio falar comigo perguntando se eu frequentava alguma igreja e falando sobre coisas que eu deveria evitar neste colégio para não me corromper com o pecado.

Intervalo! Eu recolho algumas fel hás do meu fichario que cem no chão após uma corrente de ar que entrou pela janela, e em seguida vou até o banheiro.

Ao sair da cabine do sanitário, já lavando as mãos, trato de molha-las e passar no meu cabelo para arrumar a parte que estava um pouco embaraçada. De repente alguém entra no banheiro com uma pessa impressionante, reconheço o garoto imediatamente como sendo um dos gêmeos que esteve em casa dias atraz montando os moveis. Ele se aproxima aí perceber minha presença ali dizendo;

-Oi, e ae beleza?

Afirmo que sim comprimentando-o e tentando achar algo para iniciar uma conversa, porém ele tomou a iniciativa;

-Sua mãe gostou dos moveis?

-Sim, claro! Vocês fizeram um trabalho excelente!

A conversa da uma breve pausa enquanto eu admiro aquele lindo par de olhos azuis que me distraem por um tempo. Então volto a procurar um assunto;

-Você.. Você é o...

-Henrique, aqueles outros dois são meus irmãos, Caio e Gabriel. Eles são um pouco rudes no início mas vc vai se acostumando!

Com um breve sorisso acento com a cabeça e joguei as folhas de papel no lixo após secar minhas mãos.

-Bom, eu já vou. Prazer em te ver novamente!

-O prazer foi todo meu! (Afirmou ele)

Então me retirei do banheiro um pouco sem jeito depois de ouvir aquilo.

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No fim da última aula, eu era o único que ainda restava na sala, com e cessão do professor de geografia que adentrava a sala acompanhado de uma garota loira que trazia nos braços caixas e mais caixas, Oque me lembrou da minha caixa de lentes dentro da bolsa.

O professor, terminou a conversa com a garota, olhou em volta e me chamou;

-Ei, garoto. Qual seu nome?

Olhei para os lados da sala para me certificar se estava falando memória comigo então repondo, ele iguinorou minha resposta é disse;

-Ajude a Helena carregar essas caixas!

Ele referia-se a garota loira que fazia um esforço tremendo para suportar o peso e se locomover ao mesmo tempo.

Fui te onde a garota estava e peguei três das caixas que estava carregando, ela agradeceu e disse;

-Por aqui, me acompanhe!

Andamos até o fim do corredor, onde estava armada uma escada com suporte bem no centro, eu deixei as caixas no chão e me levantei. Quando já estava pronto para ir, ela me pediu um favor a mais com ar de súplica, ela fala quase de um jeito dengozo.

Ela retirou do interior de uma das caixas um rolo de tecido que ao ser desenrolado mostrava-se uma faixa bem grande com tamanho considerável que provavelmente iria de uma parede a outra. Não recuso o trabalho, posiciono a escada perto de uma das paredes e subo para amarrar as estreitados da faixa nos ganchos parafusados.

Quando termino, ela me agradece com um breve abraço para se despedir. Neste momento um garoto moreno bem alto e forte vem em nossa direção como um touro pronto a atacar, logo atraz acompanhado estão algumas pessoas que conversam alto e fazem muito barulho nos corredores.

O garoto começa a brigar com Helena e ela revida as ofensas com gritos de ódio.

-Você é uma vadia mesmo! Porque não atende minhas ligações?

-Eu não atendo? Ótimo! E você que sai na sexta a noite, desliga o celular e na segunda vem querer da uma de namorado bonzinho.

-Você é uma putinha safada que fica se esfregando com tudo quanto é baitolinha que pinta aqui nesse inferno!

-Velho me respeita! Vai a merda..

A sequência de palavrões e ofensas não teve fim, o garoto então percebeu minha presença e avançou contra mim agarrado a minha camisa e empurrando - me contra a parede, deixando cair minha bolsa e tudo que estava dentro;

-E você bichinha, vou te mostrar o que acontece com quem mecher com a mulher dos outros!

Helena gritava para o garoto me deixar em paz, mas de nada adiantava. Foi quando o primeiro golpe foi dado acertando em cheio meu estômago.

Foi quando algo aconteceu, como um raio empurrendo-o pra longe de mim, um garoto magro mas portador de uma força impressionante, ele acertou em cheio o nariz do outro cara, enquanto ouvi a voz da Felícia se aproximando e ajoelhando se no chão para me ajudar a levantar.

O impasse entre os dois ainda não havia acabado, o garoto dizia;

-Você sabe o que eu penso de valentões não é Tales..

Tales, meu agressor se afastou com a mão sobre o nariz que sangrava bastante, e se afastou dizendo;

-Isso não vai ficar assim cara! Vai ter troco seu viado!

Felícia examinava meu corpo visualmente para ver se estava tudo bem, emquanto Algusto pegou minha bolsa e me devolveu em mãos.

O garoto que me defendeu, ainda de costas perguntou a Helena se ele a havia machucado, vendo que tudo estava bem abaixou a cabeça e pegou minha caixa de lentes que fora jogada para foda da bolsa quando caiu.

Ele possui um jeito de agir diferente e familiar, além disso tem cabelos brancos como o da pintura na galeria, e a perte abaixo da nuca mostra traços de uma tatuagem com detalhes pretos que tem um caimento maravilhoso em sua pele pálida.

O garoto vira-se em minha direção, seu rosto e alvo e completamente perfeito, tem um nariz fino que é completamente proporcional aos lábios e aos belos olhos azuis que neste momento estão direcionados para mim. Imediatamente lembranças são jogadas de um lado pra o outro em minha mente, como filmes aleatórios de um passado não tão distante.

Ele estende a mão e me entrega a caixa de madeira, um toque suave e macio com mãos delicadas e um pico sujas soque parece ser tinta. Eu o conheço, lembro-me dos dias no parque que costumávamos passar e ir ao planetário.

Conheço esse jeito um pouco torto de andar, e essa pequena mancha de nascença que tem abaixo do queixo. Porco - me nas lembranças recebidas intensamente e meus olhos saltam das órbitas ao lembrar seu nome pronunciando apenas em um cochicho cego...

-Ariel !

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