19 Gonçalo

4 2 0
                                    

Chegamos a casa do Ariel, as coisas esta manhã haviam sido completamente malucas. A pobre Isabele devia estar completamente atordoada e envergonhada neste momento, sem contar na situação inimaginável que Augusto poderia se encontrar.
Não tinha muito o que fazer no momento, apenas esperar o melhor e falar com quem esteve lá.
Ariel pegou o celular e ligou para Helena que demorou um bocado pra atender, quando atendeu eles passaram alguns minutos e a cada palavra dita a fisionomia de Ariel mudava.
Ele segurou em minha mão, seu rosto estava um pouco pálido, parecia fraco. Ariel desligou o telefone e é disse - Não estou me sentindo bem!.

Sua mão apertava a minha com toda força, mas logo percebi que ele não estava apertando é sim não conseguia mexê-la. Ele olhou pra mim com um certo desespero no olhar, algo estava acontecendo e eu não fazia ideia de como ajudar.

Então eu o segurei pelos braços com minhas mãos tentando ajudá-lo a levantar, porém quando tentei trazer seu corpo junto ao meu para nos levantarmos percebi o quão rígido estava. Seus músculos estavam duros como pedra, as pernas e os dedos das mãos não se machiam.
Decidi deita-lo no sofá assim mesmo. Inclinei seu corpo para o lado e o ajeitei para que não caísse, ele não dizia nada, apenas me olhava com aqueles olhos arregalados.

Já deitado eu peguei novamente sua mão e comecei a massagear, ele estava mais calmo porém seus músculos Ainda não respondiam. Decidi então levantar e ligar para seus pais, porém ele expressou um desespero sem igual no olhar. Então eu disse;

- Vai ficar tudo bem meu amor, vou ligar para seus pais!

Foi então que ele acalmou o olhar e me deixou pegar o telefone...


Peguei seu celular e fui até a agenda buscar o número do pai dele. Percebi que eu não estava tremendo e por isso não achei imediatamente. Depois de alguns segundo encontrei o contado e disquei...

-Alô, fala meu filho..
-E.., oi senhor. Não é o Ariel, e o Gonçalo que está falando.
-Oi Gonçalo, tá tudo bem com ele?
-Não, olha... o Ariel... Tá acontecendo alguma coisa estranha e eu estou aqui com ele.
-O que aconteceu? Como ele está?
-Ele estava no telefone com uma amiga e do nada começou e entrar em uma espécie de estado de choque ou sei lá, os membros dele estão muito rígidos , ele mal consegue se mexer ou falar.
-Gonçalo, eu vou ligar para a doutora Darna agora mesmo, ela está cobrindo meu turno em quanto estou aqui e...

A ligação acabou, ele estava desesperado, fés o máximo que pode para falar mas algo estava estranho.

Não demorou muito e os médicos chegaram, eles estavam alarmado com a situação. Eu não conseguia pensar em nada a não ser no medo de perdê-lo.
Eles retiraram o Ariel do sofá e colocaram em uma maca, eu pude dar um beijo em sua testa antes de levaram-no.
Eu queria acompanhar, mas por não ser um membro da família e a situação de emergência não pude ir na ambulância.
Eu senti as lágrimas descendo, algo aconteceu, o que meu namorado estava sentindo? Ele sentia dor? Eu não queria ver ele assim.

Um dos paramédicos se aproximou e pediu para que eu fosse pra casa, o que eu não faria de forma alguma, então o irmão do Ariel chegou, e disse para que eu ficasse na casa e que tudo ficaria bem.

Ele pode acompanhar os paramédicos e o Ariel até o horário, foi bem rápido porém aquela aflição me sufocava.

********************

  Uma hora se passou e nada, Miguel me disse que me daria notícias assim que possível, as malas dele Ainda estavam perto da porta onde ele as deixou quando chegou. 
  Peguei meu celular e vi quero haviam três notificação de mensagens, todas de Felicia dizendo que estava vindo pra cá. Provavelmente ela decidiu isso após ter visto as mensagens que o Ariel deixou para ela.
Eu tentei discar para alguém mas meus polegares não faziam nada, eu não estava pensando, me dei conta disso quando o celular do Ariel tocou e em corri para atender.

Quando recebi a chamada a voz do outro lado da linha parecia preocupada e de certa forma ofegante.

-Ariel! - era Helena, a voz continuava ofegante quando ela repetiu o nome.
- E... O Gonçalo, pode falar ele... bom. O que você disse pra ele mais cedo quando vocês dois estavam na ligação?

- Gonçalo escuta, você é novo aqui então não deve conhecer muito bem a situação, então vou te deixar ciente do que está rolando..- Eu não entendi o que ela quis dizer com "você é novo aqui", novo onde? Na cidade?.

Ela contou a falar - Eu disse mais cedo pro Ariel com quem o Augusto brigou na noite da festa, e também disse o que houve com... - Houve uma pausa, por um instante só consegui ouvir sua respiração.

- O que? O que aconteceu? Helena...

- Seu amigo, Fernando ele desapareceu do hospital hoje de manhã!

Então, as coisas começaram a fazer sentido. Por esse motivo Ariel entrou em estado de choque, por isso ele ficou daquela maneira. Seu melhor amigo, completamente imobilizado sumiu.
Eu volutei a falar com Helena, queria entender o que poderia ter acontecido, ou o porque de terem sumido, mas Helena logo disse;

- Gonçalo, preciso desligar, tem alguma coisa acontecendo aqui na delegacia. Eu estou aqui desde cedo e...

A ligação caiu. Agora estava sem nada, cada vez pior, sem pistas, sem nada!

Felicia entrou no apartamento, estava descabelada e suada como se estivesse correndo, ela estava acompanhada de Isabele, que estava com os olhos vermelhos e com uma bolsa enorme sob os ombros. Ela disse;

- Feche as janelas, rápido! Me ajuda anda logo....

Eu não estava entendendo nada, porque as duas chegaram de tal forma gritando e correndo como loucas como se algo estivesse as perseguindo?

Não fiz muitas perguntas, apenas fechei as janelas como ela mandou, ela correu para o segundo andar em quanto Isabele sentou no sofá, seus braços estavam feridos, haviam hematomas por toda pele.

- O que aconteceu? -perguntei, e Felicia já estava de volta dizendo coisas sem sentido em quanto vasculhava as estantes e gavetas da casa.

- Será se alguém pode me dizer o que tá rolando?

- Gonçalo escuta, você precisa entender que tem gente muito perigosa que quer fazer mal a pessoas que eu gosto muito, e isso inclui seu namorado!

- O que? Alguém quer fazer algo de mal ao Ariel?

-Não só ao Ariel, Augusto e Fernando também estão encrencados. Agora nós precisamos tirar o Ariel daquele hospital antes que aconteça alguma merda com ele também!

- Você sabe o que ele tem?

- Não, não sei. Eu só sei que se ele ficar lá por mais tempo vai acontecer algo ruim.

- E o que ela tem com isso? -perguntei me referindo a Isabele, que Ainda estava estática no sofá.

- Isabele vai ficar conosco agora.

Felicia pegou uma mochila no quarto do Ariel, encheu com algumas coisas, colocou nos ombros e foi em direção à porta juntamente com Isabele.

-Você vem gato ?-ela perguntou.

Eu peguei minhas coisas e o celular do Ariel, fechei a porta e entramos no elevador.

  Devíamos ir ao hospital, no caminho decidiríamos o que fazer. Mas o plano primordial era tirar o Ariel daquele lugar...

CORES INVENTADASOnde histórias criam vida. Descubra agora