IV

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Nunca apreciei muito as assembléias do Conselho, porém dessa vez devo admitir fiquei feliz em ter decidido participar.

Andreis fazia parte da bancada Radical, junto com os seus amigos da noite passada, ele utilizava de equipamentos holográficos para projetar no espaço do centro uma ilusão de ótica com seus projetos: Construções de métodos menos agressivos ao meio ambiente de produção, abrigos sem teto, reestruturação das ruas destruída pelos fenômenos sofridos anos atrás e trocar a mão de obra humana nas minas por máquinas automatizadas.

Fico boquiaberta enquanto mais propostas são apresentada pela sua equipe muito competente, o interesse pelo novo idealismo é pouco valorizado pelos seus companheiros, a bancada Tradicional Conservadora e a Abstinência.

O rei Edward está claramente aborrecido com as idéias de Andreis, ele não apoiava de jeito nenhum ações sociais.  Sua mente fechada dificultava ainda mais a aceitação de inovadoras propostas.

Abordo Andreis na saída, ele parece está atônito a minha presença até toca-lo.

- Você estava aqui o tempo todo?

- Sim. - Me alegro em dizer isso - A muito tempo não via uma reunião tão movimentada e com propostas tão... interessantes.

Arranco um sorriso dele, algum dentro de mim salta.

- Quero te mostrar algum - Ele me puxa pelos corredores vazio até uma porta de madeira pesada da qual abre sem fazer esforço. Subimos as escadas em espiral e dou de cara com uma oficina de protótipos e maquetes, pilhas de papéis espalhados, livros com quase o meu peso e aparelhos eletrônicos.

- O que é tudo isso? - Questiono.

- É... minha oficina - Ele começa a me explicar cada peça daquela com um animo infantil e encantador.  É no mínimo adorável a sua dedicação.

Fixo meus olhos em seus lábios são rosados e se mexem sem parar, seus dentes perfeitos, sua estrutura corporal definida.

Não posso.

Meu coração acelera em meu peito, minha respiração se torna cada vez mais irregular. Ele está tão perto...

Sou tomada por um ímpeto, e o beijo.

Minhas mãos deslizam pela sua nuca, até sua clavícula, meus lábios se movem suavemente, nunca tinha beijado dessa forma, tão apaixonada. Seus braços me envolvem, e ele entrelaça os dedos nos meus cabelos negros.

Me afasto como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo.

Meus olhos lacrimejar.

- Me desculpe Andreis - Corro escada abaixo carregando o vestido tão pesado, lágrimas escorrem pelos meus olhos. Há quatro anos atrás fui prometida aos dezoito anos para o Rei da Turquia.

Ele não me segue. Ele fez a melhor escolha.

(409 palavras)

O Conselheiro Do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora