Capítulo 14#

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Pov. Amy

O caminho até minha casa foi em um completo silêncio, Wanessa não falava nada, apenas dirigia. Cada uma estava focada em seus próprios pensamentos e deixei que ficássemos assim a viagem toda. Não sabia oque falar para meu pai, como explicar meu sumiço repentino. Falar que estava com um rapaz não seria tão ruim quanto falar que estava com uma mulher. Não sabia como ele reagiria, e isso me assustava.

Wanessa estacionou em frente o portão de minha casa e ainda estávamos em silêncio. Soltei meu cinto e quando ameacei abri a porta ela as travou, respirei fundo e mirei minha atenção nela que me encarava com seu olhar frio.

_Amy olha... Eu realmente quero te conhecer melhor, ficar com você, mas eu preciso que você converse comigo sobre oque esta acontecendo! Desde que você falou com seu pai você está toda estranha e..

_Wanessa... — a interrompi pegando em sua mão, e em seguida a beijando — Me desculpa, é que eu nunca fiquei com uma mulher antes... e, isso é tudo muito novo para mim! Eu não faço a menor ideia do que falar para meu pai! Eu nem sei oque sou... se sou lés...

Wanessa me interrompeu com um beijo, o melhor beijo. Era como se ela conseguisse me passar leveza e calmaria com aquela troca. Sorri após encerrarmos e a abracei, se pudesse, ficaria assim com ela para sempre.

_Fica calma tá! Você não precisa se rotular e nem forçar nada! Se você quiser, eu falo para seu pai que você estava comigo esse tempo todo. Não precisamos dizer que sou sua namorada, nem nada. Somos apenas boas amigas curtido juntas. — Wanessa falou terminando com um lindo sorriso, era bom saber que ela não queria forçar nada, e eu concordava em sermos apenas boas amigas.

_Obrigada... Mas acho melhor eu resolver esse BO sozinha! Ele está nervoso por eu não ter ligado e avisado, vou acalmá-lo. — Respondi com outro sorriso, me despedindo de Wanessa com nosso beijo gostoso e insaciável.

Entrei em casa e deixei minhas coisas no sofá, como não havia encontrado ninguém segui para cozinha dando de cara com meu pai sentado, apoiando seus braços na mesa e as mãos sobre a cabeça. Ele parecia arrasado.

_Pai... — chamei, aproximando devagar.

_Filha! — Ele respondeu me olhando, seus olhos estavam inchados, parecia que ele havia chorado o dia inteiro. Meu coração apertou assim que o vi, corri até ele e o abracei.

_Desculpa! Desculpa! Desculpa! — dizia o abraçando — Eu deveria ter te ligado! Eu to aqui agora, eu to bem pai!

_Filha! — Ele falou segurando meu rosto, fazendo com que eu lhe olhasse — Vamos até à sala, preciso conversar com você!

Levantei as pressas e fui até a sala me sentando no sofá. Meu pai veio em seguida com um papel nas mãos e me entregou, sentando ao meu lado. Sem entender muito bem o que estava acontecendo, apenas peguei o papel e comecei a ler. Assim que me situei sobre oque o documento se tratava, fiquei em choque, não conseguia acreditar no que estava vendo. Era um pedido divórcio da minha mãe.

_Ela me mandou um pedido de divórcio, sem nem conversar comigo! Ela nem ao menos me falou o motivo! — Meu pai falava com lagrimas nos olhos.

_Pai! Mas... Eu não entendo! Como ela pode? Porquê? — falava em choque, não conseguia entender o motivo daquilo tudo.

Meu pai estava arrasado, então decidi não questionar mais nada a ele. Sabia que não era culpa dele, minha mãe ultimamente estava distante, eles discutiam muito, mas nunca pensei que isso aconteceria. Pensei ser apenas uma fase ruim no casamento deles que logo passaria, mas pelo visto me enganei. Apenas abracei ele novamente e ficamos assim por um longo tempo.

_Ela voltou de viagem? — perguntei enquanto acariciava suas costas, meu pai parecia mais calmo.

_Sim, voltou e apenas me trouxe o papel, pegou o resto das coisas dela e saiu. — Senti raiva de minha mãe. Como ela pode sair assim? Sem ao menos dar uma explicação?

_Eu to aqui pai! Ficarei com você!

***

Pov. Wanessa

Deixei Amy em sua casa e segui para a minha, comecei a pensar em nossa noite juntas e automaticamente um sorriso bobo brotou em meu rosto.

"Para de ser boba Wanessa! Vocês são apenas boas amigas" — pensava enquanto dirigia. Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos de minha cabeça, e em seguida ouvi meu celular tocar, peguei ele e coloquei no viva voz.

_Alo? — perguntei, pois, esqueci de olhar quem era, apenas atendi.

_Oi preguiçosa! — "Pedro, ótimo!"

_Fala? — Respondi sem paciência, não queria gastar meu tempo com ele.

_Recebeu o e-mail de nosso pai?

_Não, sobre o que seria?

_Meu deus! Nem no e-mail você entra mais? Se fosse algo sobre a empresa você nem saberia e...

_Pedro! — interrompi seu drama, estava muito feliz e não deixaria meu irmão certinho me irritar.

_Então... Ele convocou a família para um jantar amanhã! Quer apresentar a nova esposa dele!

"Ótimo! Outra? Já?" — pensei.

_Você vai? — perguntei sem interesse nenhum em saber.

_Obvio que sim! Quero saber quem é a interesseira da vez!

_Só isso? — perguntei sem paciência.

_Não, gostaria de saber se você vai?

_Não sei, acredito que não! Ele já é adulto, não precisa da minha aprovação. E, eu também já cansei de conhecer mulheres novas, elas não ficam com ele nem três meses.

_ Imaginei que diria isso, por isso, como um bom irmão, vou repassar o aviso de Gregório. Ele exigiu sua presença lá, disse que quer conversar com você sobre o Marcelo! Queria entender oque está acontecendo. Sua presença sera necessária.

_Como ele ficou sabendo?

_Até parece que você não conhece seu marido! Ops, ex! Ele ligou para nosso pai.

_Como se ele pudesse mudar algo em minha decisão! Ridículo...

_Bom, seja lá oque for, é melhor você ir!

"Droga! Preciso ir" — pensei. Sabia que se eu não fosse meu pai iria encher minha paciência me ligando diariamente, então era melhor ir e esclarecer as coisas de vez!

A Professora (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora