Capítulo 52#

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Pov. Wanessa

Estava tudo perfeito, era apenas eu e ela. NY foi o melhor lugar que eu poderia levar Amy, não sabia como estávamos agora, mas sabia que queria continuar assim, sem brigas nem intrigas, sem desconfianças, apenas carinho e muito amor.

Saímos do hotel de madrugada para pegarmos o avião, e com isso chegamos a SP de tarde.

_Quer ir para casa? — Perguntei a Amy, estávamos esperando meu motorista particular em frente ao aeroporto.

_Não Amor, eu vou para casa. Estou um pouco cansada! — Ela respondeu com um sorriso fraco, já me convencendo. Por isso nem insisti, não queria apressar as coisas de novo.

_Tudo bem! — Respondi olhando para frente já observando o motorista estacionar do outro lado da rua — Vamos?

_Pode ir amor, chamei um Uber! — ela disse indiferente

_Amy, meu motorista te leva... Não precisa pagar!

_Wanessa, nós moramos em lados opostos da cidade, não precisa, e outra o Uber já etá quase chegando!

_Ok! — disse estressada, atravessando a rua.

Entreguei minha mala para o motorista já entrando no carro. Deixando Amy esperando seu Uber! De cara fechada a olhava do outro lado da rua, mexendo em seu celular como se nada tivesse acontecido.

— Ei! — Chamei abaixando o vidro do carro, logo vendo seu olhar de focar em mim.

_Fala nervosinha! — ela retrucou, tirando toda minha marra.

_Me manda mensagem assim que entrar no Uber, e me liga quando chegar em casa! — Pedi preocupada, não queria deixar ela sozinha. Amy assim que ouviu começou e rir e revirou os olhos.

_Tá bom Mãe! — Ela me provocou rindo;

_É sério Amy! Se não vai se ver comigo, mais tarde! — Falei, antes que o carro partisse. Amy apenas piscou para mim e voltou a olhar o celular.

"Essa garota me tira do eixo" — Pensei sorrindo, já colocando o cinto.

***

Pov. Amy

Assim que sai do Uber, liguei para Wanessa, que não me atendeu. Então desisti e decidi entrar em casa, peguei minhas malas com o motorista e entrei. Ao adentrar na sala, não vi ninguém, logo deduzi que talvez meu pai estivesse dormindo, por isso, fiz o mínimo de barulho possível.

Subia as escadas para meu quarto em silêncio, quando ia entrar no comodo escutei uma voz muito familiar, vindo o quarto de meu pai, por isso parei perto da porta para ouvir melhor sobre oque se tratava.

_Roberto me ajuda! Ela é minha filha! Não aguento mais essa distância! — Reconheci a voz da minha mãe, ela parecia estar chorando enquanto falava.

_Não posso fazer nada se a Amy não quer falar com você, não posso força-la!

_Ela não quer falar comigo por sua culpa! Nós dois sabemos que o errado nessa história não fui eu!

"Oque? Como assim, do que ela ta falando, claro que foi!" — Pensava, me aproximando ainda mais da porta.

_Mas a Amy não sabe disso, e nem saberá! Você não vai tirar minha filha de mim! Aliás, ela nunca acreditaria em você!

Após ouvir aquilo, me estressei. Abri a porta com tudo, recebendo uma expressão de surpresa os dois.

_Sobre oque eu não sei? — Perguntei brava, ao meu pai.

_Nada minha filha! Você entendeu errado, sua mãe já está de saída. — Ele disse pegando no braço dela que rapidamente se soltou.

_Não estou não! Conta para ela Roberto!

_Cala boca regina! — Ele retrucou.

_ME CONTAR OQUE? — Gritei, fazendo os dois se calarem na hora.

_Roberto é melhor contar! Se não conto eu! Na verdade, deveria ter feito isso há muito tempo! — Regina falou, me deixando ainda mais confusa.

_É melhor alguém começar a falar! — disse já sem paciência.

_Filha, calma... — meu pai começou — Senta aqui...

_Não! Estou ótima de pé! — Retruquei.

_Ok... — ele respirou fundo — Na verdade, eu não te contei oque realmente aconteceu quando sua mãe pediu o divórcio. O real motivo...

_Então comece a falar!

_Sua mãe e eu estávamos brigando muito, discutindo demais. Não eramos mais tão íntimos quanto antes...e, eu sou homem...

_há, típica frase de gente canalha! — Minha mãe falava cínica.

_Mãe! — A repreendi, e a mesma se calou — Continua...

_Eu fui fraco filha, eu... traí sua mãe com outra mulher! Ela descobriu e quis o divórcio... — Ele falava com a cabeça baixa.

Eu estava em choque com que escutara. Não conseguia dizer nada, apenas o olhava, desacreditada.

_Eu não te contei, pois, sabia que você odiaria seu pai! Isso não tem a ver com você filha! São problemas do nosso casamento, por isso fingimos estarmos bem, era só até eu conseguir encontrar um apartamento para nos mudarmos. Depois iria me separar dele...

_Quando conheceu o pai da Wanessa? — Questionei

_Conheci meses antes, ele era apenas meu amigo. Ele é o dono do restaurante onde trabalho filha, ele comprou lá... Depois que eu soube sobre eu pai, nós ficamos mais próximos e na viagem das minhas férias, apenas, aconteceu! Ele é uma pessoa incrível, e me ajudou muito...

Após ouvir aquilo fiquei em silêncio, minha mente parecia digerir lentamente tudo que estava acontecendo.

_Quando pedi o divórcio, seu pai ficou com raiva... Você não estava aqui, então resolvi vir outro dia e conversar com você. Mas deveria ter vindo antes, deveria ter contado tudo. Evitaria todo mal-entendido.

_Não vai falar nada!? — Perguntei para meu pai, que ainda estava de cabeça baixa.

_Filha, me desculpa! Não queria te perder...

_Então resolveu omitir a verdade? — questionava brava, triste, magoada. Era uma mistura de sentimentos.

_Me desculpa...

_Quer saber — Respirei fundo — Não quero ficar mais nessa casa!

_Filha não... Fica, por favor-meu pai se aproximava.

_Sem problemas filha... Vamos para meu apartamento — minha mãe se aproximava.

_Não ficarei com nenhum dos dois! Ah, e isso regina, não muda a cena ridícula que você fez aquele dia com a Wanessa! Não perdoei você — Falei saindo do comodo.

Entrei no meu quarto, já trancando a porta. Queria que me deixassem em paz, acabei de chegar de viagem e os problemas vinham com tudo. Meu pai ainda tinha muito oque explicar, mas sinceramente cansei de mentiras. Quero espaço para respirar longe deles. 

A Professora (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora