Capítulo 46#

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Pov. Amy

Assim que entrei novamente no restaurante, me deparei com o celular da Wanessa no chão. Peguei o mesmo sem que a Claúdia visse e o guardei, me sentando a mesa novamente com Claudia que tinha um saco de gelo no rosto.

_Aquela cretina! Olha oque ela fez no meu rosto — ela tirou o saco, dando visão ao belo arranhão.

_Nossa! — respirei fundo — Não estou defendendo ela, mas não deveria ter enfrentado — disse voltando a comer.

_Não quer defender, mas já defendendo né! — Cláudia dizia brava — Isso não ficará assim!

_Vai sim! Caso fizer algo contra ela... Quer dizer para se vingar dela, comigo você não fala mais! — disse, recebendo um olhar furioso da mesma.

_Olha oque ela fez no meu rosto, acha mesmo que não farei nada?

_Acho! Se realmente gosta de mim... Eu acho! — Falei, e a outra não disse mais nada.

Terminando de comer, olhei em meu relógio e vi o quão estava atrasada. O horário do meu almoço havia acabado.

_Claudia, vamos voltar? Nosso horário já acabou! — disse me levantando, e a mesma nem se moveu.

_Não ligo, eu fui demitida mesmo!

_Você foi, mas eu não, e nós viemos com o seu carro, não com o meu. Tem como você levantar? — Falei já estressada. Cláudia pareceu cair em si, e se levantou.

***

Já na empresa, percebi minha mesa cheia de papéis. Odeio ficar com trabalho acumulado então teria que dar um jeito nisso até o fim da tarde.

Cláudia estava tão nervosa quando me trouxe, que nem sair do carro ela queria. Por isso me pediu para pegar as coisas dela, que a noite a mesma passaria na minha casa para pegar. Não neguei ajuda-la, até porque ela perdeu o emprego por minha causa, o mínimo que eu podia fazer era isso.

Fitando aquele monte de papéis em minha mesa, mal sabia por onde começar. Assim que resolvi iniciar, meu celular tocou.

Ligação On

_Alo? — atendi sem ver quem era.

_Oii, você deve ser a Amy, meu nome é Isabela e eu dou dona de um bar no centro...

_Sim... Como posso te ajudar?

_Então, creio que você conheça a Wanessa?

_Sim, oque aconteceu? Ela está bem?

_Está sim, ela só bebeu demais e precisa de alguém que a leve para casa.

_Porque ela pediu para me ligarem?

_Ela só sabia o seu número, e o celular dela sumiu, ela não sabe onde o colocou...

"Droga... Quem a Wanessa pensa que sou, a droga da babá dela?"

_Tá, estou indo, me manda o endereço por mensagem. Já chego aí.

_Ok, obrigada!

Ligação Off

Assim que desliguei a ligação, respirei fundo e encarei a papelada novamente. Isso teria que esperar. Olhei as mensagens que a moça me mandou, e eu sabia como chegar no mesmo. Então apenas peguei minas chaves e sai.

Dirigindo, já estava pensando no sermão que daria nela. Quem é o ser humano que bebe ao meio-dia? Ela não é mais uma criança, precisa arcar com a responsabilidades que tem. Não é bebendo que ela vai revolver as coisas.

Em frente ao bar, estacionei o carro e já desci do mesmo, entrando no local. Assim que entrei vi Wanessa apoiada com a cabeça na mesa, chegando mais perto percebi que a mesma estava dormindo.

_Olá — A moça que trabalhava lá apareceu, vindo em minha direção — Deve ser a Amy, eu sou a Isabela.

_Oi, — Falei curta e grossa — Me ajuda a levar ela para o carro?

_Claro!

E lá fomos nós, levar Wanessa no carro, a mesma despertou no meio do caminho, aliviando o peso de seu corpo que tínhamos que carregar.

_Entra! — Abri a porta para ela que entrou sem falar uma palavra — Obrigada por ligar! — disse agradecendo a moça.

_Imagina, se algum dia quiser voltar, as portas estarão abertas — Ela falava sorrindo.

_Não será tão cedo! — retruquei dando a volta para entrar no carro.

_Ei Amy! — A moça me chamou antes que eu entrasse no carro — Ela errou, mas, acho que deveria dar uma chance, para ela se redimir — Ri cinicamente ao ouvir aquilo.

_Acredito que isso não seja da sua conta — retruquei, já entrando em meu carro.

***

Dirigindo direto para casa da Wanessa, sentia seus olhares sobre mim, foi assim a viagem inteira. Quanto estávamos perto de seu condomínio, já estava de saco cheio.

_Quer parar de me olhar! — reclamei sem tirar os olhos da estrada​.

_Desculpa, é que você é tão linda. Meus olhos se atraem por você — revirei os olhos ao ouvir.

_Oque disse para moça do bar? Não quero ouvir você falando de mim para outras pessoas. Não temos nada!

_E a Claúdia? Vocês viraram super amigas de repente!?

_Isso não tem nada ver! Eu não disse nada de você para Cláudia. Ela deduziu, já você fica falando como uma matraca. Mal conhece aquela moça.

_E você conhece a Claúdia? Mal terminamos e você me troca por ela!

_Como é? — Encostei o carro na hora — Troquei você? Suponho que você já esqueceu quem foi a traíra da relação aqui — falei com raiva, fitando a mesma que em encarava surpresa.

_Amy...

_Cala boca! — meus olhos encheram de lágrimas — Você não tem o direito de falar mais nada. Não mais! — tirei meu cinto, e encostei a cabeça no volante, tomada pelo choro — Oque você fez Wanessa? Estávamos indo tão bem, e você estragou tudo — desabafava, dizendo tudo que estava entalado em minha garganta.

_Eu sei meu amor... — ela tirou o cinto e me abraçou — Me desculpa, me perdoa, me perdoa Amy! Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo...

Nós duas chorávamos, era um momento de extrema sinceridade. Mas não de perdão. Minutos depois eu me recompus, e voltei a dirigir. Wanessa compreendeu e não falou mais nada, apenas se ajeitou em seu lugar e focou a visão para estrada. Cada uma com suas perguntas e seus pensamentos.

Chegando em sua casa, desci do carro junto a ela, pois, precisava pegar minhas coisas que haviam ficado lá. Subimos juntas para o quarto e Wanessa se deitou na cama, fitando meus movimentos. Eu segui direto para o closet. Lá estava eu novamente, mas dessa vez realmente iria embora​.

Dobrando minhas roupas, de costas para a porta, não pude ver quando Wanessa, soube apenas, quando senti suas mãos envolvem minha cintura e ela me abraçar por trás.

_Wanessa oque est...

_Xii... — sussurrou em meu ouvido o mordendo em seguida. Já seguindo sua boca para meu pescoço.

Senti meu corpo arrepiar com aquele toque, aquela voz que me deixava louca. Não a perdoei, mas meu corpo precisa dela, ele necessitava, então me entreguei as suas mãos.

A Professora (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora