Daqui a nada é hora da maldita festa e eu ainda não consegui convencer o Luigi a deixar-me em casa com a mamã e os meninos.
Coloquei dois vestidos na cama, um rosa bebê e outro verde escuro, eram ambos compridos. Eu não sabia o que vestir. Como o tempo estava a passar decidi ir tomar banho e vestir qualquer um que fosse, eu não estava mesmo interessada e nem sei que tipo de pessoa frequenta o lugar em que iremos.
Decidi colocar o vestido rosa, deixei o cabelo solto, calcei umas sabrinas pretas e estava totalmente pronta, ou pelo menos era isso que eu pensava.
— Estou bonita? - Perguntei a mamã assim que cheguei na sala.
— Claro meu amor. - Ela deu-me um sorriso.
— Mahália, o quê que pensas que estás a fazer? Vai já me trocar essa roupa que nós não vamos para o culto, nós vamos para uma festa. Uma festa que na qual os meus amigos estarão lá e eu não te permito aparecer vestida assim. - O Luigi grita assim que me vê.— A mãe disse que eu estou bem. - Digo.
— Não estás não, vai mudar essa roupa ou ficas.
— Ainda bem, eu fico.
— Aí é que te enganas, eu vou te arrastar. Agora vai ver uma roupa decente que a Geórgia está a nossa espera.
— Mas...
— Nada de mas, vem que nós vamos ver o que você tem no guarda roupa.O Luigi arrastou-me até o meu quarto e abriu o guarda fato onde estava a maior parte das minhas roupas. Ele analisou por alguns minutos as minhas roupas e tirou do guarda roupa uma calça jeans, uma blusa preta e um casaco jeans.
— Veste isso. - Ele disse assim que atirou as roupas para a cama.
— Eu acho que o vestido está bom. - Digo.Na verdade eu não queria vestir a calça, o papá disse que essas calças marcavam demasiado o corpo e não era propício para mim.
— Mahália você vai vestir isso, nem que para isso eu te vista.
— Tá bom, eu vou vestir, mas sai.
— Espera. - Ele caminhou até onde ficavam os sapatos e atirou-me umas botas pretas.Assim que o Luigi saiu do quarto vesti-me e pensei em fazer alguma coisa no cabelo, talvez prender, ou solto estaria melhor? Eu não sei.
— Estou melhor? - Perguntei assim que abri a porta do quarto.
O Luigi me analisou de cima a baixo.
— Pensando melhor, coloca um tênis preto, mas por favor, não demora. - Ele diz.Volto para dentro do quarto, faço o que ele mandou e saio.
— Agora até pareces um pouco minha irmã. - Ele diz e me puxa para a parte de baixo.
Despedimo-nos da mamã e fomos para o carro. Nesse caso o carro dela né, já que eu não tenho cartas e o Luigi não tem carro.
Quando nos aproximávamos de uma rua havia uma menina a saltar e a fazer sinais. Era a Georgia.
— Porra! Até que enfim que vocês chegaram. Demoraram muito, eu quase fui apanhada. - Ela diz assim que entra no carro.
— Apanhada? Como assim? - Pergunto curiosa e eles dois se riem.
— É que eu estou de castigo e tive de pular de uns andareszitos para ir a festa. - Ela diz normal.— Vais ficar de castigo para o resto da vida. - Digo para ela que ri e o Luigi mais parvo ainda ajuda.
— Filha, a vida é feita para quebrar as regras. - É a única coisa que a rapariga negra de cabelos coloridos e piercings diz.Engulo seco.
"Onde é que fui me meter?"
— Lu, não acredito que a tua mãe te emprestou o carro. - A Georgia diz para o Luigi ou melhor, Lu.
— Aprenda, fui eu que estreei aquela barriga, impossível ela me dizer não. - O Luigi diz e eles se riem.

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Mahália
RandomEles eram três e eu apenas uma. Poderia eu repartir o meu coração e dividi-lo em três partes iguais? Ou poderia eu tirar um pedaço enorme e escolher a quem deveria dar? Era um triângulo, um triângulo equilátero, enquanto eu não sabia o que fazer...