Capítulo 35

673 63 11
                                    

Ouvir aquilo dele me deixou surpresa, tenho de confessar.

— Eu acho que não sou eu que tenho que prometer, mesmo quando eu não faço nada você me maltrata... Não tenho opção. - Digo sem tirar os olhos do pôr do sol.

Ele ficou calado por um tempo sem dizer absolutamente nada. Apenas fazia carinho na minha cabeça, mas não dizia nada.

— Vamos tomar banho. - Ele diz depois de muito tempo calado.

Ele levantou primeiro e depois ajudou-me a levantar.

Caminhamos de mãos dadas até à casa em silêncio. O silêncio podia parecer desconfortável e constrangedor, mas desde que ele estivesse aí a segurar a minha mão isso não me importava.

Subimos as escadas até o quarto dele sob o olhar dos empregados curiosos. Assim que entramos no quarto ele mandou prepararem o seu banho. Não demorou muito para que tudo estivesse pronto.

— Eu... vou... tomar banho noutro quarto. - Eu estava meio nervosa.

— Não. - Ele segura a minha mão antes que me mova daí. — Por favor...

"Sério que ele disse por favor? Claro que não, deve ser coisa da minha cabeça."

— Você disse por favor? - Pergunto meio surpresa.

— Porra Mahália...

— Eu só quero me certificar de que ouvi o certo.

Ele não disse mais nada, apenas tirou a roupa sem se incomodar com a minha presença e foi até a casa de banho.

— Vens ou não? - Ele grita.

— Daqui a nada. - Grito de volta.

Eu não sei se devo, nada disso me parece muito real. Estou com medo de mergulhar e me afogar.

Começo a tirar a roupa e vou para a casa de banho só de roupa íntima. Ele se assusta com a minha presença, afinal ele estava na banheira de olhos fechados a ouvir música.

— Quer que lhe ajude a tirar? - Ele refere-se ao sutiã ao notar a minha dificuldade em abri-lo.

— Não é necessário. - Digo sem graça.

Mesmo a dizer que não ele vem até mim e ajuda-me a tirá-lo.

— Obrigada. - Agradeço-lhe.

— Também quer que lhe ajude a tirar a parte de baixo? - Ele pergunta e eu nego retirando-as eu mesma.

Com a ajuda dele entrei na banheira e fiquei sentada entre as pernas dele.

Pela primeira vez eu estava com ele desprovida de qualquer roupa e nada aconteceu. Nenhum toque incomum, nenhum olhar perverso, nada, simplesmente nada.

— Feche os olhos. - Ele ordenou.

Depois de fechar os olhos senti ele massagear o meu couro cabeludo como se estivesse a lavá-lo. Massageou por mais tempo até enxaguar o meu cabelo.

Eu estava deitada sobre o seu peito enquanto ele apoiava a cabeça na banheira.

— Seus batimentos estão irregulares, passasse alguma coisa? - Pergunto ao notar.

— Não... - Ele apenas diz, sem abrir os olhos.

— Não me vai dizer? - Insisto.

— Odeio perguntas, só cala a boca e relaxa. - Ele soa meio rude, mas parece tentar controlar-se.

Acabamos de tomar banho e fomos para o quarto.

MaháliaOnde histórias criam vida. Descubra agora