Você voltou!

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- Eles chegaram!

Sinto minhas pernas bambearem e minhas mãos estremecerem. Quando chegamos ao hospital estava um verdadeiro caos. Médicos, enfermeiros corriam de um lado para outro. No corredor, me deparo com algo esquelético. É, Johanna Mason. Finnick que há pouco estava ao meu lado, corre em direção ao que me parece ser, Annie Cresta. Os dois se abraçam tão desesperadamente como se não houvesse o amanhã. Dobro o corredor e vejo Boogs. Ando em sua direção e antes de pronunciar algo ele se adianta:

- Usamos gás para apagar os guardas e ele acabou aspirando também, mas os efeitos já estão passando e o médico está o examinando - diz apontando para o final do corredor – É bom você estar lá.

Apenas balanço a cabeça e sigo até a sala onde ele está. O que vou falar? Estou em êxtase e sinto as lágrimas se formando. Paro na porta e olho por uma fresta. Há dois enfermeiros: um medindo sua pressão e o outro fazendo algum curativo. Lentamente caminho até ele que ainda está de costas pra mim.

- Peeta... – sussurro.

Ele vira o rosto em minha direção.

Meu Deus!

É a única frase que consigo pronunciar em um sussurro. Ele tem hematomas por quase todo o corpo. Seu olho direito está tão inchado, há com cortes em sua fronte e tem manchas de sangue em seu globo ocular. Fico de frente pra ele, sua mão direita vem em direção ao meu rosto, penso que para acaricia-lo.

Há tremor em seu braço enquanto se move em minha direção. Ele entreabre os lábios querendo pronunciar algo, mas não o permito. Delicadamente encosto meus lábios no seu, começo sentir uma chama crescendo no meu peito que pensei ter perdido. Sua boca está quente assim como a minha, começo a sentir gosto de sangue e rompo o beijo.

- Srta. Everdeen, ele está muito machucado. - diz um dos enfermeiros.

Eles me informam que precisam fazer alguns exames e curativos e pedem para eu esperar no corredor e que, quando terminarem o levará para um quarto na enfermaria e aí sim, poderei ter privacidade. Peeta lança um olhar preocupado como se eu pudesse desaparecer e nunca voltar. Aproximo-me e o abraço depositando um beijo em seu rosto para tranquiliza-lo.

- Ei, não se preocupe com mais nada. - minha testa se encontrava encostada a sua – Eles irão cuidar dos seus ferimentos, estarei te esperando aqui no corredor, tudo bem?

Ele balança a cabeça e vejo lágrimas escorrerem por seu rosto acabo não segurando as minhas também.

- Peeta vai ficar tudo bem. Não vou sair do seu lado jamais, tenho muita novidade pra te contar. - dou um beijo rápido antes de sair – Até daqui a pouco.

Enquanto esperava no corredor avistei Gale. Ele estava com um curativo no ombro esquerdo.

- Olá Gale, como está? – digo.

- Vou sobreviver, Catnip – diz apertando levemente minha bochecha – E, você como se sente?

- Bem, obrigada. - não consigo acrescentar mais nada.

- Espero que sua alegoria mude um pouco. - diz apontando para o corredor – Afinal, você tem uma motivação.

- É sim. - digo dando-lhe um forte abraço – Obrigada Gale, por trazê-lo com vida.

- Ele é importante pra você, não é? – balanço minha cabeça em afirmação - E eu, sou importante?

- Você é um querido amigo, Gale. - digo com sinceridade.

- Pois é, acho que terei que me contentar com isso. - diz com tristeza - Ou você deixará que eu lute por você. – ele arqueia as sobrancelhas.

Eu, você... nósWhere stories live. Discover now