fobia s.f1. Receio patológico persistente.
- É algo bem simples. - Diz
Os cabelos louros de Drew brilham com a luz laranja avermelhado do fogo que trepidua em direção ao céu quase totalmente escuro.
Já se passava das oito horas, e sentados em volta da fogueira eles apenas jogavam conversas fora, que dali dois ou três dias não mais lembrariam. Mesmo assim era bom. Aquecia por dentro e por fora.
- Mas não tem nenhum risco? - Zayn mastiga alguns marshmallows parcialmente derretidos, Niall sentado entre suas pernas. - Sabe, de perda total de memória ou algo do tipo?
- Não! - Ele dá de ombros soprando ar de uma forma sarcástica. - Bom, quase cem por cento que não.
Os pais de Drew eram cientistas. Daqueles que passam horas em laboratórios com ratos cobaias, usam seus jalecos e óculos fundo de garrafa. Era um contraste gigantes com o filho alto e de porte atlético, aquele tipo de garoto que você jura que seria o quarterback* do time de futebol do colégio.
*Quarterback (QB) é uma posição do futebol americano. Jogadores de tal posição são membros da equipe ofensiva do time. Membro principal do time.
Fora o filho, talvez, geneticamente modificado, os pais de Drew trabalhavam fazia anos em um projeto de "Memórias Lúcidas". O nome não tem nada a ver com o projeto, que ajuda pessoas a apagarem memórias específicas de sua mente.
- Se eu pudesse eu esqueceria o colegial. - Becky murmura, fixa na fogueira. - Sabe como é... todas aquelas garotas artificiais com bundas e peitos mais durinhos do que os de uma Barbie.
Zayn ri, mesmo que mais entretido em afagar o cabelo de Lauren.
- Não é nada finalizado ainda. - Drew continua, cutucando alguns galhos no fogo. - Mas os resultados estão sendo promissores.
Niall aparentemente é o único verdadeiramente entretido no assunto de Drew.
- Eu esqueceria uma pessoa. - Ariana diz em uma voz carregada de escárnio, lançando olhares raivosos para Zayn.
Drew ri mais uma vez, não percebendo o clima entre as outras pessoas.
- Mas como isso é possível? - Ajeita-se no colo de Zayn antes de continuar. - É realmente possível alguém entrar na minha cabeça, hipoteticamente falando, e apagar algum momento ruim, ou até mesmo uma pessoa? - Discretamente sua voz é carregada de esperança. - Hipoteticamente falando. - Reforça.
- Existe algo rolando dentro da sua cabeça que se chama sinal neura. - Drew explica. - Os cientistas costumam dizer que é como ter uma estação de rádio no cérebro. - O fogo crepita quando ele joga mais um galho nas chamas. - Imagina uma estação de rádio que manda sinais todo instante, para todo lada quando você pensa, bum, lá se vai mais uma mensagem. Cada memória é como uma música nesse rádio, ou um noticiário, enfim, com a tecnologia certa você pode captar as emoções. - Manea com a mão. - Uma grade de eletrodos são responsáveis para captar essas transmissões do seu rádio, e até mesmo corta as ondas cerebrais que seus neurônios, carregados de memória conduzem para fora da sua cabeça em forma de ondas cerebrais. Dando fim à sua memória. - Sorri com seus lábios muito bem confundiveis com lábios californianos.
Backy suspira uma exclamação.
- Que doideira!
- Tudo conto de fadas. - Ariana zomba e se levanta. - Vou me deitar. - Caminha até sua barraca.
Niall pisca algumas vezes. Pensando o quão maravilhoso seria não ter mais aquelas lembranças horríveis.
- Vocês já fazem testes ou coisa do tipo?