Capítulo 10

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Você já se perguntou o que ele está fazendo?

Como tudo virou mentiras?

Às vezes acho que é melhor

Nunca perguntar por quê...

...Engraçado como o coração pode iludir

Mais do que apenas algumas vezes

Por que nos apaixonamos tão fácil?

Mesmo quando isso não é certo...

...Já ficou preocupado por isso poder ser arruinado?

Isso faz você querer chorar?

Quando você está por aí fazendo o que você está fazendo

Você está apenas sobrevivendo?

Diga-me você está apenas sobrevivendo...

~~~~~~ Pink - Try ~~~~~~

 - Você pode começar a se explicar Connor. Mas eu tenho quase certeza que não adiantará - eu digo secamente soltando o meu braço de seu aperto.

 Connor tinha esperado a música acabar para depois agarrar o meu braço e sair me puxando para a área externa na parte de trás do bar.

 Eu gostei desse lugar desse lugar desde a primeira vez que eu o vi, era apenas um gigantesco pátio com grama, algumas mesas grandes de madeira e com um enorme salgueiro no meio. Essa era uma área proibida para os clientes do bar e só era usada se houvesse um evento grande e nos almoços de domingo, quando o Big Bob e a Monna convocavam todos os funcionários (pelo menos os que não tinham famílias), Pérola, Lis, Saint e eu para uma "pequena" confraternização e isso acontecia toda semana.

 Pensando nisso, ainda tenho que descobrir como Connor encontrou esse espaço. Mas provavelmente ao final dessa conversa eu nunca mais verei esse lugar da mesma maneira novamente, então essa questão não importará. Até agora eu via aqui como um ambiente perfeito para refletir, para pensar, para chorar, para rir, para conversar, para brincar com a Lis, para ser simplesmente eu. Porém eu tenho certeza que logo esse será apenas mais um local com lembranças tristes, um local com manchas do meu passado.

 - Eu preciso que você mantenha-se pelo menos um pouco maleável, para que eu conte o que tenho que contar - Connor diz trazendo-me de volta dos meus pensamentos.

 - Maleável? Oh meu querido, eu FUI muito maleável no passado e olha aonde isso me trouxe - eu digo acidamente, não deixando que ele veja que apesar de tudo que eu sofri por causa dele, ele sempre será uma de minhas fraquezas.

 - Eu sei que você sofreu quando eu fui embora e que me ver depois de tanto tempo trás de volta um pouco daquela dor de volta. Mas no final dessa conversa você me entenderá - ele fala dando um passo na minha direção.

 - Não chegue perto - eu digo, levantando minhas mãos em um sinal de para - Você fala como se o meu sofrimento fosse algo que algum dia fosse ser curado, mas deixe-me explicar uma coisa que você não deve ter percebido, ele não vai . Eu não tenho mais salvação Connor. - eu completo com a minha voz falhando.

 Connor recua um passo como se tivesse compreendido a extensão do dano que causou em mim. Ele me olha de uma forma tão profunda que eu me vejo estendendo a mão e colocando-a em seu rosto, porém assim que o toque acontece eu retiro minha mão, me advertindo por ter deixado isso acontecer.

 Eu me afasto ainda mais dele e vou para debaixo do salgueiro e me sento lá, cruzando minha pernas e descansando minhas costas no mesmo. Connor me segue e senta ao meu lado, copiando a minha posição e ficando ombro a ombro comigo. Nós ficamos uns cinco minutos em silêncio antes dele falar novamente.

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