Um novo dia. (4)

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  Na manhã seguinte, Davi sentia sua cabeça, doer, tentava abrir os olhos, mas a luz forte que vinha da janela incomodava seus olhos, ele sentiu que estava abraçado a um corpo forte e maior que o seu, finalmente abriu os olhos, o quarto desconhecido era verde e branco, o corpo era de um homem pelado, mais especificamente Jorge.

- Ah!!! -Davi pulou da cama, com apenas os lençóis cobrindo sua nudez.

- Bom dia Davi! -disse Jorge, o encarando de cima a baixo e sorrindo.

- O que aconteceu? -perguntou puxando mais lençóis.

- Sou eu quem sofro com perdas de memória, vai me dizer que se esqueceu do que fizemos ontem a noite?

- Sim, quer dizer... -Davi se sentou na cama de costas para Jorge e colocou a mão na cabeça. - Eu estava bêbado, agi sem pensar.

- Assim você me mágoa. -Jorge foi até ele e deu um beijo nas costas dele. - Mas eu te perdôo, quer tomar café da manhã? -ele pegou uma bandeja com um café da manhã completo, o qual havia preparado antes.

- Não, eu vou embora, não deveria ter ficado com você, isso foi imprudente da minha parte! -Jorge riu, colocou a bandeja no criado mudo e puxou Davi para seus braços.

- Esse seu jeito me deixa louco! -Davi tentou se soltar, mas antes foi beijado.

- Me solta!

- Não, só quando disser que gostou de passar a noite ao meu lado!

- Mas eu mal me lembro do que fiz.

- Desculpa, Eu me lembro muito bem, então você também pode se lembrar! -Davi virou a cara, ele estava vermelho, realmente se lembrava do toque firme de Jorge, dos beijos ardentes e de tudo o que fizeram em cima daquela cama.

- Ok... -Sua voz ficou baixa e a respiração forte. - Eu... gostei de ontem a noite...

- Eu também, espero nunca me esquecer dos momentos com você! -Jorge deu mais um beijo rápido e o soltou.

- É isso? -Davi se levantou e encarou Jorge indo colocar uma roupa, ele era bonito, tinha o corpo definido e bronzeado, Davi se lembro de ver um pouco daquela beleza na noite, a excitação parecia estar voltando.

- Coma, se sentir dor eu tenho alguns remédios para ressaca e se quiser pode ficar para o almoço, quem sabe até o jantar. -Jorge colocou uma blusa com o símbolo do super man no peitoral e saiu do quarto.

- Cadê minha roupa?

  Davi procurou suas roupas pelo quarto, mas não, encontrou, então abriu o guarda roupas de Jorge em busca de algo para o cobrir, pelo menos até encontrar as sua roupas.

- Quanta blusa de herói... -ele começou a olhar todas as blusas. - Hum... ele gosta de rock e... opera...

- Davi! -gritou Jorge entrando no quarto.

- Ah!!!

- O que está fazendo?

- Eu... estava procurando minhas roupas, você as viu?

- Sim... -ele estava segurando elas. - Você as tirou na escada, enquanto nós agarramos.

- Obrigado. -Davi as pegou das mãos dele, que o ficou encarando. - Poderia sair?

- Não quero, ontem não deu para lhe ver direito! -Jorge piscou um dos olhos e continuou o encarando.

- Ninguém merece, Jorge, vou deixar bem claro, não quero nada com você, se quiser até passo seu caso para outra pessoa!

- Que caso?

- Já se esqueceu que está sendo acusado de matar um homem?

- Ah... -Jorge ficou com o olhar meio perdido, depois parecia decepcionado com ele mesmo. - Acho que me esqueci disso...

- Veja pelo lado bom, eu vou embora e você vai me esquecer bem rápido. -Davi colocou suas roupas rapidamente e tentou passar por Jorge que ainda estava plantado na porta.

- Eu não vou esquecer você, sei disso, por que não me esqueci do dia no cais e aquilo deveria ser algo insignificante para mim, mas não foi, não quero te esquecer. -Davi ficou todo arrepiado com as palavras dele e paralisado.

- Jorge, não faz eu me apaixonar por você, para depois me decepcionar, para de me deixar assim! -Davi passou por ele e desceu as escadas, a casa era organizada demais para alguém que vivia sozinho e ainda por cima tinha um parafuso a menos na cabeça, a porta estava aberta e ele saiu, mas voltou logo em seguida.

- Já voltou? -perguntou Jorge indo para a cozinha, com um sorriso vitorioso.

- Que diabos de lugar é esse que só tem mato para todo lado?!!! -Jorge riu da cara de Davi, que estava vermelho de raiva.

- Eu não gosto da movimentação do centro, então vim viver nesse lugar afastado da civilização.

- Mas se você de repente esquecer tudo e sair andando pelo mato?!

- Relaxa, eu ainda não cheguei a esse ponto.

- Como saio daqui?!

- Pode andar até a cidade, ou esperar o ônibus das seis horas.

- Ah!!!

- Você fica tão fofo nervoso. -disse o provocando ainda mais.

- Eu te odeio por isso!!!

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