Memórias e Fotografias.

Resolvendo. (16)

  No hospital, Jorge estava sentado no corredor esperando notícias dos médicos, Davi ainda estava desacordado quando foi levado para uma sala de emergência, a preocupação era inevitável, afinal já haviam se passado quase uma hora e nenhuma notícia, até que um médico saiu da sala e se aproximou.

- Com licença, você estava com aquele homem que chegou desacordado?

- Sim, ele está bem?

- Não sabemos ao certo, vamos esperar ele acordar para ter certeza, mas antes preciso fazer algumas perguntas, o que você é dele?

- Sou namorado. -respondeu sem pensar duas vezes.

- Sabe exatamente o que aconteceu para ele ficar nesse estado?

- O cunhado dele o empurrou da escada.

- Pelas ferimentos imaginava que fosse algo do tipo, o corte na cabeça foi superficial não foi a parte mais grave, o maior problema é que uma costela quebrou, se não tivéssemos percebido ele provavelmente morreria, mas  agora já está passando por uma cirurgia com outro médico e também quebrou o pé, de resto está bem.

- Nossa... -Jorge sentou no banco ainda aflito.

- Não se preocupe, existe noventa por cento de chances dele sair bem e sem sequelas, se me dá licença, tenho que fazer meu trabalho.

- Claro, obrigado.

  Jorge respirou fundo e tentou manter a calma, precisava ser forte para apoiar Davi e não ter nenhum surto de perda de memória, naquele momento era o que ele menos precisava. Kaio chegou no hospital, ao ver o irmão se sentou ao lado dele e o abraçou.

- Como vão as coisas?

- Davi está todo quebrado, um médico está fazendo uma cirurgia nele para colocar os ossos no lugar...

- Sinto muito, mas não se preocupe, ele vai ficar bem e sair daqui novinho em folha.

- Tomara... O que você fez com o Leonardo?

- Não se preocupe, ele nunca mais vai chegar perto do Davi, mas se quiserem ainda podem processar ele.

- O Davi não faria isso, por causa da promessa a irmã.

- Nesse caso, pode deixar que eu cuido dele por vocês. -disse com um sorriso maldoso, Jorge o olhou com estranheza, não tinha memórias do irmão fazendo coisas maldosas.

- Ok...

- Mas agora que tal você ir comer alguma coisa, tomar um banho e dormir?

- Só quando ver o Davi, não vou sair de perto da pessoa que amo!

- Tudo bem, vou ficar aqui com você então, também não vou sair de perto da pessoa que amo.

  Kaio passou a mão no cabelo de Jorge e se encostou no banco, ambos ficaram esperando, mas não por muito tempo, logo uma enfermeira os foi ver.

- Vim avisar que a cirurgia do paciente Davi foi realizada e ele já está acordando, se quiserem o ver, podem ir.

  Ela indicou onde ficava o quarto que Davi estava, Jorge correu na frente, lá dentro uma enfermeira estava tentando ajeitar ele em uma posição em que sentisse menos dor.

- Docinho! -Jorge ia o abraçar mas ficou com medo de o machucar. - Eu posso lhe abraçar?

- Pode, mas devagar... -disse Davi demonstrando na voz que sentia dor, Jorge o abraçou devagar e deu um beijo na testa.

- Como se sente?

- Moído, de quantos degraus eu cai?

- Uns vinte, eu acho...

- Vou criar trauma de escada, o que aconteceu depois que eu desmaiei?

- Cheguei e dei uns socos naquele safado, depois o Kaio afastou a gente e eu fui te socorrer. -explicou sentando na poltrona ao lado e pegando na mão dele.

- Desculpe por lhe envolver nisso.

- Tudo bem, o Kaio já deu um jeito no Leonardo.

- O que ele fez?

- Não sei, esqueci de perguntar, ou se ele falou não lembro... -Kaio entrou no quarto.

- Olá Davi, espero que esteja melhor. -desejou com a mesma calma que mantinha diariamente.

- Estou indo, mas o que você fez com o Leonardo?

- Apenas mostrei para ele, que não é tão bom quanto pensa.

- E isso foi numa boa, sem violência?

- Depende do que você considera violência. -Davi e Jorge se olharam tentando entender, não conseguiam pensar maldades vindas de Kaio. - Não se preocupem com isso, Leonardo está sobre controle, Jorge cuide do Davi que eu cuido do resto, se me dão licença, vou verificar se está tudo bem no seu apartamento.

   Kaio saiu os deixando a sós, a enfermeira também havia saído.

- Jorge, eu quero passar o resto da minha vida com você. -disse sério o encarando.

- Tem certeza disso?

- Sim.

- Então vou passar o resto da vida correndo atrás de você. -ambos sorriram.