Se aproximando. (7)

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- Que bom, mas por que você não parece feliz? -perguntou vendo a cara de tristeza que Jorge fez.

- É que... uma pessoa morreu e eu sou o único que viu quem matou ele, só que não consigo me lembrar, se eu não fosse assim, poderia ajudar a fazer justiça pela vida daquele homem. -Jorge parecia se controlar para não chorar. - Só eu posso ajudar e não consigo!

- Não é sua culpa ter nascido assim, tenho certeza que a polícia vai descobrir quem fez isso, aliás, você também é uma vítima deles, afinal os cortes em seus braços devem ter sido feitos por eles, deveriam ter tentado lhe matar para não haver testemunhas. -Davi abraçou Jorge com força.

- Acha que eu posso conseguir lembrar?

- Você consegue tudo o que se empenhar para conseguir. -Jorge começou a beijar Davi, mas por pouco tempo. - Não podemos.

- Por que não? -uma garotinha, estava escondida ouvindo a conversa dos dois, mas ninguém percebeu.

- A minha irmã era uma pessoa muito boa, eu diria que a mulher mais incrível que já conheci, mas o marido dela é um idiota.

- Qual o problema dele?

- Sei lá, quando ele soube que eu era gay ficava fazendo piadas de mal gosto, uma vez chegou a me dar um tapa na cara e quando as crianças nasceram ele disse que se eu contasse que era gay, não me deixaria ver meus sobrinhos, quando minha irmã morreu ele ficou pior ainda, só falta me jogar de uma escada.

- Credo e por que ele não cuida dos filhos?

- Nos dias de semana ele diz que trabalha muito, mas na verdade deve estar em algum bar e eu amo meus sobrinhos, não poderia os deixar sozinhos com aquele crápula, minha irmã não me perdoaria.

Alana acidentalmente derrubou um pote quando tentou voltar para o quarto, Davi foi até ela rapidamente e a segurou devagar pelos braços.

- Desculpa, eu não queria ouvir a conversa de vocês. -a menina começou a chorar.

- Tudo bem... o que você ouviu? -perguntou enxugando as lágrimas dela.

- Tudo...

- Alana...

- Meu pai é mesmo tão ruim assim?

- Não, ele só não me aceita muito bem, mas ele ama vocês!

- Tio... eu gosto de garotas, o papai vai me odiar também? -Davi ficou surpreso com a revelação da menina.

- Claro que não, ele jamais te odiaria, sério, você já ficou com alguma garota? -Alana abaixou a cabeça.

- Sim...

- Não se preocupe, de toda forma eu sempre vou te amar do jeito que você é. -Davi abraçou Alana. - Vai dar tudo certo querida...

No fundo ele não tinha certeza se daria tudo certo, mas só queria confortar a sobrinha, Davi conversou um pouco com ela e Alana foi dormir, na confusão ele até pensou que Jorge havia ido embora, mas quando entrou em seu quarto, lá estava o homem, deitado, usando só cueca, em uma posição sensual que destacava seus músculos.

- O que você ainda está fazendo aqui? -perguntou o olhando por inteiro.

- Fiquei, para sua felicidade!

- Haha!

- Deita aqui que eu vou lhe fazer uma mensagem.

- Eu recusaria, mas não estou com animo de brigar. -Davi se jogou na cama, Jorge tirou a blusa dele.

- Relaxa, que eu vou cuidar de você.

Jorge o virou e começou a massagear as costas de Davi, a cada movimento dava um beijo nas costas, após a massagem virou Davi.

- Agora vamos nos divertir. -disse indo com a mão em direção a cueca de Davi.

- Hoje não, ainda estou mal pela Alana, é óbvio que o pai dela não vai aceitar que ela goste de garotas e com certeza vai me culpar. -Jorge deitou ao lado dele.

- É complicado, mas qualquer coisa, a gente processa ele!

- Não posso fazer isso, prometi a minha irmã que cuidaria dos filhos e do marido.

- Como era o nome dela?

- Daniela... -Jorge levantou, foi até a janela do prédio, abriu e cruzou os dedos.

- Daniela, seu marido é um idiota, me perdoe, mas se for preciso destruirei ele, para defender o Davi. -em seguida voltou para cama normalmente, Davi ficou impressionado, sorriu e passou a mão na cabeça dele.

- Você não existe.

- Existo e estou totalmente a sua disposição, está noite vou lhe deixar dormir, mas nas próximas lhe atacarei como um animal feroz lembrarei disso, pois anotei no meu bloco de notas. -ele mostrou o celular, arrancando mais risos de Davi.

- Boa noite Jorge. -disse virando para o outro lado da cama, Jorge o abraçou por trás.

- Boa noite amorzinho.

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