Seleção Para Caçadores de Bruxas (Em revisão)

Epílogo

Logo que cheguei ao Reino de Caste fui presenteada com um Livro de Feitiços, do Mestre Nitmar, em que eu deveria escrever todos os feitiços que eu aprendesse com Lah e os que eu viesse a desenvolver futuramente. Logo depois que escrevi o primeiro feitiço sai gritando pelo castelo, acordando todos. Meus cabelos haviam mudado de cor, minhas mechas pretas haviam sumido, agora eu era ruiva. Depois aconteceu o mesmo com meus olhos, agora posso controlar quando eles vão mudar de cor, quando os faço ficar vermelhos consigo enxergar através de objetos e detectar a presença de corpos no escuro.

O peso da minha espada ainda incomoda meus ombros, mas esconder minha arma embaixo da minha capa lilás é um grande trunfo na hora da batalha. Além de parecer estar desarmada, sou a menor do grupo, sendo assim sou o primeiro alvo de todos os ataques. Foi assim que consegui matar três bruxas na minha primeira semana de aulas de campo, depois de um mês de treinos no Castelo dos Aprendizes.

Depois dos treinos de defesa pessoal, Lah e alguns guerreiros estão me guiando nas aulas de campo, onde entramos em contato com todos os seres que habitam a floresta, bruxas, gigantes, lobisomens e outros. Depois dessa etapa ainda passarei bastante tempo treinando feitiços e aprendendo a usar armas.

Muitos outros aprendizes foram selecionados no mesmo período que eu, temos futuros caçadores de lobisomens e gigantes, guardas do castelo, deusas e deuses do amor, mensageiros, conselheiros do Rei e outros.

Toda a realeza estava presente quando chegamos aqui, foi uma verdadeira festa, com música e bebidas o dia todo. A solenidade foi marcada pela fala do Rei Kear, que nos agradeceu por termos aceitado ser membros do seu Reino e ele nos deu a missão de manter Caste como um Reino soberano a todos os outros que já se ouviu falar, mas não disse a que custo.

Às vezes eu penso no meu pai, principalmente à noite depois do jantar, quando vou para meu quarto e não tenho mais nenhuma atividade para fazer. Eu choro pelo peso de ter deixado ele sozinho. Lah me disse que no futuro quando eu poderei visitá-lo, mas eu duvido muito que ele ainda esteja vivo quando isso acontecer.

Durante o dia eu não penso nele, são muitas coisas para fazer e de certo modo isso é bom, ocupa o meu tempo. Eu sempre pensei que se existisse uma escola de bruxos, teríamos aulas sobre magia e feitiços, usaríamos uniforme, e teríamos professores carrascos, mas aqui não existe nada disso. Somos jovens que temos que lutar o tempo todo por nossas vidas e pelas vidas de muitas outras pessoas, somos guerreiros agora e temos que nos portar como tal. Estou feliz por ser brava e enfrentar os meus medos.

- Alicia está gostando de sua nova casa? – Diz Lah na primeira Reunião de Integração com os novos aprendizes.

- Aqui é bem grande, têm vários banheiros – Digo.

Alguns riem de mim, enquanto outros cochicham, estou envergonhada por ter que falar em público e para um público que conheci brevemente nesses dois dias iniciais, mas entre os rostos há um garoto que me chama muita atenção.

Ele se parece muito com Lah, a pele negra e os olhos castanhos, cabelo bem baixo, porém mais jovem, perco muito do meu tempo o encarando, até Lah chamar minha atenção:

- Alicia, está tudo bem? Lahts tem chamado sua atenção?

Fico vermelha e sem reação, me encolho e tento não existir neste momento.

- Acredito que Alicia já tenha percebido que Lahts é meu filho, sim não se espantem ele é como um de vocês e está aqui voluntariamente para ser um dos aprendizes – Explica Lah.

Não posso acreditar que estou levemente incomodada, intrigada e com vontade de conversar um garoto que é o filho do meu "professor", isso é inaceitável. Alicia sendo Alicia, se apaixonar pelo garoto proibido mais uma vez, desta vez em outra dimensão, até aqui não deixo de ser trouxa.

Lahts parece ter algo especial, um certo dom de me fazer ver nele sinceridade e carinho, mesmo tendo trocado apenas algumas palavras com ele, sinto que pode ser um bom companheiro, ou aliado, contando com que ele também queira se aproximar de mim assim como quero me aproximar dele o mais rápido possível.