Capítulo OITO

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Desci do helicóptero devagar, enquanto alguns guardas se aproximaram e me algemaram.

Olhei uma última vez para as pessoas que ali estavam, todas elas, principalmente Stella e Joshua, até que colocaram um saco preto na minha cabeça e tudo o que eu podia ver era o chão.

Fui guiado a passos rápidos, para uma cela. Eu não sabia em qual pavimento ficava, muito menos por quanto tempo eu ficaria ali, provavelmente uma eternidade, pensei.

Havia uma grande chance de pegarem Lara também, e aquilo me deixou triste. Nas últimas semanas eu venho evitando as paqueras de Lydia, e quanto mais eu conversava com Lara, mais atraído por ela eu me sentia. É difícil entender como o coração funciona, ora você gosta de alguém, ora está loucamente apaixonado por ela.

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Os Raks tinham uma coisa interessante, na qual Digg não passara em suas aulas, o motivo de estarem aqui. Algumas teorias apontavam para a aniquilação, precisavam de um mundo novo e por isso vieram, mas para isso, obviamente, teriam que matar a todos e assim foi com a transmissão de um maldito câncer, que nem a ciência consegue explicar, não é como um vírus, não é uma doença contagiosa, mas aqueles alienígenas, com sua avançada tecnologia, conseguiram transmitir uma doença quase inexistente, porém eles não faziam a transmissão para os jovens, claro que houveram alguns deslizes, por isso os superpoderosos - segundo o Digg, claro.

A segunda teoria é a da destruição. Queriam fazer uma destruição em massa não só na Terra como em quase todos os planetas do sistema solar.

Muitas outras teorias vieram, as testemunhas, os próprios extraterrestres, todos tinham sua própria teoria, não me assusta que isso seja um plano dos Raks para confundir os militares.

Ainda na cela, escura, e desconfortante, pude ouvir sons de passos vindo em minha direção, e me perguntei quem seriam até que fiquei inconsciente.

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Abri os olhos com calma, piscando constantemente.

Joshua estava abrindo a cela com mais dois guardas, já se passara, o quê? Uma semana? Um mês? Qual fora a última vez que comi?

Joshua trazia consigo uma garrafa d'água, ele entrou e se sentou ao meu lado.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei com a voz rouca e falha.

- Mason não me... todos acusam você de... Ethan? ETHAN!

- Oi?

- Achei que estivesse dormindo, beba um pouco d'água, volto mais tarde.

Agarrei seu braço com o pouco de forças que ainda tinha.

- Joshua, tem que me tirar daqui.

- Acredite eu tentando

- Não, você não entende... temos que fugir... todos.

- Ethan, eu volto depois.

Eu bebi a água e adormeci, provavelmente havia alguma substância, pude perceber pelo gosto azedo da água, mas era tarde.

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Novamente comecei a piscar, vi uma pessoa de cabelos longos e ruivos ao meu lado, não havia guardas, não havia nada além de Lara. Que chorava muito.

- O que está acontecendo? - Sussurrei.

- Eu serei... em alguns dias... vão me levar...

Mas antes que eu entendesse qualquer coisa, adormeci novamente.

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Desta vez, Lydia estava na cela, Lara estava adormecida, segurando uma garrafa na mão. Lydia se aproximou de mim.

- Por quê?

- O que? - Perguntei engasgando.

- Por que quer que fujamos?

- Lydia, não confie em ninguém.

- Eu não confio - não consegui responder - Trouxe comida.

- Eles que entregaram a você?

- Não, peguei escondido do refeitório, vai come!

Peguei o hambúrguer, provavelmente feito às pressas, mas ainda assim saboroso.

- Tem que me tirar daqui. - Consegui dizer finalmente.

- Joshua está tentando, mas não querem te soltar.

- Fale com Digg, ele provavelmente conseguirá.

- Certo, tente não dormir, O.K.?

Acenei positivamente enquanto ela deixava a sala.

Então balancei Lara com força, e ela levantou o rosto cansado, talvez ainda estivesse com o efeito da droga. Dei um pedaço do hambúrguer e um pouco da Coca-Cola que Lydia trouxera. Ela comeu e seu semblante tornou-se melhor.

- O que estava me contando?

- Não precisa se preocupar com isso...

- Não, eu quero saber!

- Eu queria apenas ser normal, sabe? Como qualquer um de vocês.

- Acho que todos queremos ser diferentes do que somos. É tipo quando está sol e você quer chuva, ou o contrário. É um problema do ser humano, sempre anseiam por mais.

Ela olhou suavemente para meus olhos, e então delicadamente a beijei, um calor subiu por todo meu corpo. Passei minha mão por seus cabelos e ouvia sua respiração ofegante nos pequenos intervalos enquanto a beijava no pescoço, sua pele tão macia, tão reconfortante. Era como se deitar em lençóis de seda. Me senti tão vivo... até suas lágrimas quentes começarem a descer e pude senti-las queimando minha face também, foi quando me afastei.

- Eles vão me executar, Ethan - ela disse.

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