Capítulo ONZE

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- Provavelmente não acreditarão em nenhuma palavra que eu disser, mas tenho que tentar.

Joshua, Castor e Lydia olhavam firmemente para mim. Estávamos numa sala ao fundo da ala hospitalar, havia produtos de faxina e de fato nenhuma câmera ou escuta. Estávamos sentados no chão e minha cabeça estava muito dolorida.

- Porém, terão que prometer que vão analisar tudo o que eu disser com cuidado e devida atenção - concluí.

Chega um certo momento na sua vida em que duvida até mesmo de seu melhor amigo, eu estava nesse momento. Joshua, o garoto perfeito, amigo do oficial, totalmente de acordo e submisso à Mason, sempre com sua namorada "perfeita", amigos de todos, me ajudou sem pedir nada em troca. Castor, o que tem raiva de todos que fazem o fazem bulllyng, sempre tão calado, com sua mente trabalhando à mil por hora. Lydia, Lara, Digg, e se todas essas pessoas fossem como Marcos? E se todos que "amo" estiverem contra mim? Foi então que eu percebi que o inferno é um lugar indesejado, cheio dos mais sujos demônios... não se pode confiar em ninguém, quando se está no inferno.

- Mason é um Rak, o Paraíso é uma farsa e estão usando os alienígenas com superpoderes para alguma coisa. Eu não sei o que querem, mas somos submissos a eles, não só nós, como todos os jovens da nossa idade que entraram para esse projeto. Eu sei que é difícil de acreditar, ainda mais vindo de mim que só está aqui há alguns meses, mas eles prometeram que cuidariam da minha família, prometeram que mataríamos todos os Raks e tudo ficou apenas como promessas. Quero fugir daqui, porém, preciso saber quem está comigo nessa.

Lydia se levantou e sentou ao meu lado. Joshua ficou encarando-a.

- O quê?! - Ela perguntou - Sempre duvidei de Mason mesmo, ele também prometeu cuidar da minha irmã que morreu no verão passado. Não vou ficar aqui suportando essa mentira.

- Eu posso pensar sobre assunto? - Perguntou Joshua pensativo. Dei de ombros como uma resposta e então olhamos todos para Castor.

- Nunca gostei dessa merda!

Um sorriso começou a surgir em meu rosto, por mais que houvesse desconfiança, o desejo de fugir daquele lugar era mais forte.

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Não parava de pensar em Lara.

Castor e Lydia haviam concordado com a fuga, mas Joshua ainda estava duvidoso. Me perguntei se ele seria o meu fim, se me entregaria.

Voltei para meu dormitório, estava sozinho, os outros provavelmente estariam na aula ou coisa do tipo. Me sentei na cama e fixei meu olhar no chão. Em qual pavimento ela estaria? Como eu a tiraria daquela cela? Eu prometi algo impossível...

- Precisamos conversar - disse uma voz, facilmente reconhecida. Me levantei de pressa.

- O que você quer, Marcos?

- Vem! - Sussurrou ele, me puxando até o banheiro e ligando a torneira da pia.

- O que você está fazendo?

- Preciso que acredite em mim - espera, ele está de zoação com a minha cara? - Mason, ele quer você...

- Por que?

- Porque você é especial Ethan. Você não tem em si um alienígena, mas tem um poder igual a deles, Mason, quer descobrir de onde veio isso, e porque você que os ganhou em meio à cinco bilhões de pessoas.

- Haviam seis bilhões antes de eu entrar aqui - pensei alto.

- São tempos difíceis, Ethan. Mason impediu que eu o colocasse na missão, ele queria ver sua reação.

O quê? Esse tempo todo eu culpei Marcos. Atualmente parece que tudo é culpa daquele desgraçado.

- O que quer que eu faça? - Perguntei envergonhado, mas tentando me manter

- Quero que mate eles...

- O quê?!

- Todos, Ethan - ele segurou meu ombro, me balançando, com o desespero visível em seus olhos - Oficiais, Líderes. Mate todos os alienígenas desse planeta.

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Marcos saiu sem dar muita explicação, podia mesmo confiar nele? Outra pessoa entrou no dormitório.

Enxerguei apenas a silhueta perfeita, até que ela se sentou no beliche.

- Lydia? O que faz aqui?

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