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Capítulo 1 - Decisões

Capítulo 1 - Decisões

Pov. Beatrice Prior

Há um ano e meio eu perdi os meus pais Andrew, Natalie Prior e meu irmão Caleb em um acidente, meu pai passava por uma ponte, para voltarmos para casa depois de um passeio, que fazíamos toda semana para reunir a família. Meus pais faziam isso, para que sempre estejamos juntos, já que eu e Caleb só ficávamos no trabalho, depois que nos formamos eu em administração e ele em direito só vivíamos para o trabalho, e nossos pais inventaram que pelo menos uma vez por semana nós tínhamos que nos reunir. Ficou decidido que todo domingo sairíamos, e naquele dia a gente foi no parque que estava na cidade e passamos a tarde nos divertindo, eu e Caleb parecíamos duas crianças, só que crianças de vinte e cinco anos, Caleb era só nove meses mais velho que eu, mas eu nem ligava.

A minha vida mudou quando aquela maldita ponte velha caiu. Os meus pais moravam em uma parte afastada de Chicago, e para chegar na casa deles precisávamos atravessar uma ponte, e foi quando voltamos que ela caiu e me tirou a minha família. Três meses depois eu só trabalhava, não tinha mais vida depois do acidente. Até deixei de falar com os meus amigos Christina e Albert que moravam em Nova York, eles se mudaram depois que se formaram na faculdade, eu chegava em casa, dormia e quando amanhecia eu ia trabalhar, quase não comia e quando fazia era bem pouco. Em um desses meus dias de depressão pura, uma amiga do trabalho Lynn apareceu, com uma solução que no começo para mim era absurda, mas depois de muita insistência de Lynn eu vi que seria um novo começo na minha vida.

Lynn é lésbica, ela e sua parceira Olivia fizeram uma inseminação artificial. Olivia ficou grávida de uma menina linda que se chama Maria, ela já trouxe Maria aqui algumas vezes e eu era simplesmente encantada por ela, que tinha um ano e dois meses de idade, eu nunca pensei em ter filhos ainda, mais sendo uma virgem que nunca sequer namorou sério com ninguém. Lynn me mostrou várias clinicas que faziam o procedimento, e como era confiável e seguro, eu achei insano ter um filho, ainda mais agora que não tenho ninguém pra me amar, que eu não tinha mais minha família e esse bebê seria o motivo da minha felicidade, a razão para mim levantar todos os dias e colocar um sorriso no rosto.

No dia seguinte fui direto para a mesa de Lynn, pedir o numero da clinica, ela me deu toda feliz e disse que vai ser a melhor decisão da minha vida e eu sorrio, pois tenho certeza que vai, ela vai mudar a minha vida e eu não vou ser mais sozinha no mundo, vou ter alguém que vai estar ligado a mim para sempre. Eu liguei para clinica no final do expediente e marquei uma consulta para amanhã mesmo, o preço é meio salgado, mas com a herança gorda que meus pais deixaram para mim e o dinheiro que Caleb tinha no banco, vou poder pagar todo o procedimento que a moça me explicou rapidamente, que é mais de uma fase. Amanhã é sexta, então vou pedir uma folga para o meu chefe e vou para a consulta me informar de tudo, para que tudo aconteça certinho e sem nenhum problema. Vou para casa com um sorriso no rosto, o primeiro verdadeiro desde o acidente, e animada com a ideia de ter um bebê para dar todo o meu amor e carinho.

Pov. Tobias Eaton

Hoje se completa um ano que minha mãe faleceu, quando viemos de Chicago para NY tinha 10 anos, nunca imaginei perder minha mãe para uma doença dessas, ela faleceu de câncer de intestino, pegou uma anemia muito profunda e não conseguiu fazer a quimioterapia por causa disso, então consequentemente, se completa um ano que perdi meu pai também. Já que ele se trancafiou num mundo só dele, perdi meus pais e me transformei, criei um medo muito grande de me aproximar das pessoas e perdê-las depois, então me fechei para o mundo, me concentrei em me afastar de tudo e de todos. Como eu sei disso? Sempre tem alguém pra me dizer que sou uma pessoa antissocial.

Meu sonho sempre foi fundar uma editora, já que amo ler, qualquer tipo de livro. Agora estou sem grana nenhuma pra isso, mas não vou desistir, tenho algumas economias, e um amigo Eric, do tempo da faculdade que me deu uma ideia, no começo achei muito louca, mas agora que não tenho como fazer, mas nada para realizar o meu sonho, me parece bem inteligente.

Existem empresas aqui em NY que compram espermatozoides, então minha única saída é vender uma porção deles, até conseguir o dinheiro pra me levantar. Não vou saber se tenho filhos, nunca vão saber que sou o doador, já que é anônimo, e vou conseguir minha grana pra levantar a minha Editora. Isso me parece perfeito, pra mudar minha vida e criar uma vida profissional excelente, já que vou ser o melhor que NY já viu.

-Alô, Eric é o Tobias...

-E ai cara você sumiu.

- É eu sei que sumi você sabe né...

-Poxa me liga pra gente sair.

- Tá legal, agora sem enrolação, pode me passar o endereço da clínica ?

-Claro, anota ai...

- Valeu...

Não deixo nem ele terminar e desligo o telefone. Saio de lá e vou em direção à clínica.

-Olá, boa tarde em que posso ajudá-lo?

- Quero vender meu espermatozoide. Quanto vocês pagam?

- Pagamos dois mil dólares senhor.

-Dois mil? - Pergunto boquiaberto.

-Pensei que era menos então, de quanto em quanto tempo posso vender?

-Bom senhor, considerando sua boa saúde, você pode vir uma vez ao mês.

-Ok e como faço isso?

-Primeiramente o senhor vai preencher uma ficha básica, depois o senhor vai para a sala de doação e em seguida levamos para análise. Se ficar tudo certo, te avisamos. –ela me entrega uma ficha e coloco meus dados básicos como: o meu nome e minha idade, vinte e seis anos e outras coisas como doenças na família, assino em baixo que quero como anônimo e entrego para ela.

-Pronto, aonde é a sala?

-O senhor não quer saber o porquê compramos?

-Não obrigado, não estou nem aí. Porque só preciso de dinheiro.

-Tudo bem senhor, aguarde um pouco que vou chamar o rapaz para coletar o seu sangue.

Me sento no banco, a espera de quem vá me levar para fazer a coleta.

-Senhor Tobias por aqui, por favor.

Vou em sua direção e chegamos a um corredor com várias portas, entramos em uma com o nome de coleta e logo me sento. O rapaz tira o meu sangue e guarda dentro de um isopor térmico.

-Agora vamos fazer os exames e ver se o senhor tem boa saúde, vai levar cinco dias para sair o resultado, mas por garantia se o senhor for saudável já vamos coletar no mesmo dia da consulta, e para isso o senhor vai ter que ficar em abstinência sexual, para garantir sua qualidade. É importante também que evite estresse excessivo, calor na região genital, consumo exagerado de álcool e o fumo nesse período. –Sem sexo? Mas que droga!

-Tudo bem, obrigado. –digo e saio da sala de exames e vou para recepção marcar uma consulta para semana que vem.

Para realizar o meu sonho vou ter que ficar sem sexo, álcool e ainda não posso me estressar. Respiro fundo. Calma Tobias, seu sacrifício vai ser recompensado, quando sua futura editora for uma das mais importantes e famosa dos Estado Unidos. Com esse pensamento saio da clinica e vou para casa.

Continua...

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