Capitulo 11

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HENDERSON

Gunnar estava sentado na poltrona da escrivaninha, lendo, quando ouviu uma batida na porta. No instante seguinte, sua mãe abriu a porta e colocou a cabeça dentro do quarto.

- Oi, mãe - ele disse.

- Oi. Posso entrar?

- Claro que pode.

Ela o fez.

- Querido, quero conversar com você.

Ele suspirou.

- Está bem.

Ela se sentou na cama, e ele se virou. Ficaram frente à frente.

- Me dê suas mãos - ela pediu.

Ele obedeceu. Tana olhou fundo nos olhos verdes de seu filho e começou:

- Você me odeia, Gunnar?

Ele recuou.

- Como assim, mãe?

- Apenas responda.

- Claro que não, mãe. Nossa.

- Então por quê você está tratando seu pai como se o odiasse?

- Eu não odeio o papai, mãe.

- Mas você está dando a entender que o odeia. Tem ideia do quanto isso está acabando com ele? O amor de vocês é o que o move. E essa situação... Está deixando-o péssimo.

Gunnar abaixou a cabeça.

- Ele... Ele fez coisas horríveis...

- Como o quê? Me trair?

- E isso já não é horrível?

- Sim, é péssimo. Confesso que... Que me senti um lixo. Mas Gunnar - ela dizia - Você já parou para pensar em como aconteceu? Seu pai nos priorizou, acima de tudo. Ele nos colocou acima de tudo, acima da própria imagem. E a mulher... Ela também foi discreta. Ela...

- Eles tiveram um filho - disparou Gunnar.

- O quê?!

- Um filho. Ela teve um filho com o papai.

Tana recuou.

- Gunnar. Cuidado com o que diz.

- Pergunte ao papai, ele não vai negar.

O choque de Tana era total. Gunnar continuou:

- Essa moça... Ela engravidou do papai, na época. Mas... você também apareceu grávida e ela decidiu terminar tudo, segundo o papai. Aconteceram várias coisas... E agora, depois de muitos anos, ele descobriu que tinha um filho com ela.

- Se eu apareci grávida...

- O menino tem a idade de Sophie.

- Então... Então foi nessa época! - Tana estava pálida - Era isso o que tanto atormentava seu pai! O remorso!

- Mas ele não sabia - disse Gunnar, rapidamente - Ela até se mudou, para a Inglaterra, e nunca mais entrou em contato... E, a princípio, ele jamais saberia.

- Como? - Tana estava incrédula - Como seu pai não saberia?! Impossível!

- Ela foi dada como morta - Gunnar respondeu - Tentaram matá-la e, para se proteger, ela foi dada como morta e saiu do país. Por isso papai nunca mais correu atrás dela, nem nada. Descobriu recentemente...

- Na viagem a Nova York - completou Tana.

- Foi.

Ela assentiu e abaixou a cabeça.

Just Another Girl IIOnde histórias criam vida. Descubra agora