Capítulo XII - Suco de Laranja Azedo

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-''Era um dia normal no Colégio Conquista. Talvez um dia ainda mais estressante que o normal, já que a tão indesejada semana de prova está chegando.  Aulas inteiras de revisão, dever em dobro, vídeos e documentários acumulados para se assistir. E, no meio de tantas tarefas, quem diria que o livro de química teria uma função tão especial? Sim, Conquistadores, meu livro serviu para nocautear Marcos Arantes, que se encontrava em uma luta um tanto injusta com Samantha Datena e Nara Fernandes. Exato, as garotas que estão sendo apelidadas de novas heroínas do Conquista! A primeira começou a ser notada há pouco tempo, sendo a mais nova amiga e duvidosa possível integrante dos Ídolos. A segunda mudou totalmente seu estilo, e suas motivações continuam um mistério. Mas, hoje venho a vocês como uma reveladora. Seguem abaixo fotos e dados sobre as chantagens de Marcos, além da entrevista com essas garotas brilhantes, que conseguiram deter um assediador em potencial. Boa leitura!'' - Lê Ruy, deslizando seus dedos pela tela de sue celular. Quando termina, se apoia no encosto da cadeira e me encara com um sorriso.

- Não acredito que Nara postou isso tão rapidamente! Nós só fomos liberados há meia hora! - Afirmo, retribuindo o sorriso. Mas, claro, não deixo de estar completamente envergonhada por ser o centro das atenções do dia.

- Não acredito que não cheguei a tempo para a briga! - Ruy retruca, cruzando os braços em frente a seu peito. - Eu venho treinando desde que arrombamos a porta do banheiro! Ia arrebentar ele!

- Não foi uma briga muito justa! - Acrescento, comprimindo os lábios enquanto encaro meu pulso. Ele foi devidamente tratado e enfaixado na enfermaria, mas ainda sinto o local latejando por conta da dor.

- Não foi uma briga. - Elias interrompe, encarando meu pulso com a mesma expressão que carrega desde a última fala de Marcos. Seu semblante está fechado, e suas falas não exprimem nenhum tipo de sentimento. Até criei a teoria que ele está procurando não me encarar. - Foi um massacre unilateral inútil.

- Quê? - Ruy murmura, encarando-o com uma expressão duvidosa.

- Esqueça. - Elias responde, dirigindo seu olhar para o outro lado.

- Ele quis dizer que Marcos tinha uma vantagem física muito maior, então não houve qualquer tipo de luta, ele simplesmente usou força bruta em duas garotas que ao menos queriam brigar. - Ian explica, lentamente.

- Aaaaah! Faz sentido! - Ruy sorri, levantando seu polegar em um sinal de 'Ok'.

- Não acredito que sonhava com que Marcos encostasse seus lábios aos meus de maneira lenta, mas faminta e desejosa há poucos dias atrás! - Emilly murmura, decepcionada. - Também não acredito que fantasiei com a possibilidade de tocar seus músculos enquanto ele me envolvia em um caloroso abraço, aproveitando para aprofundar seu rosto em meu pescoço e sentir o aroma do perfume doce que havia colocado especialmente para provocá-lo... - Continua a fantasiar, perdida em seus próprios pensamentos.

- Emilly, o cara é um assediador babaca. Por favor, pare de pensar nele sentindo seus aromas! - Ian exclama, encarando a garota com reprovação.

- Agora o perfume que comprei na internet não vai mais ter uso por um bom tempo! - Murmura, ignorando totalmente a fala de Ian. - Alguém quer comprar um perfume da marca ''Poção do Amor: Realize seus desejos amorosos e seduza sua alma gêmea''?

Elias a encara com uma expressão incrédula, fazendo sua testa se franzir ainda mais, porém continua calado. Assumo que palavras são desnecessárias, já que parece estar gritando ''Você é estúpida!'' apenas com o olhar.

Engulo em seco quando ele percebe que o encaro e volta a dirigir seu olhar gelado a mim. Encarando-o com o canto dos olhos, percebo que não há sorrisinho irônico, trocadilhos ou insultos prestes a serem lançados.

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