capítulo

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Nicolas Steinbruch estava nos escoltado para o "salão espelhado" segundo Maité, é la aonde nos somos leiloadas. Os corredores estavam mal iluminados, e o silêncio pairava no ar, o único som que se ouvia era os saltos contra o piso, pude ver Nicolas sussurrar algo para um dos capangas e diminuir a velocidade até se encontrar ao meu lado, ele me puxou pelo braço e me tirou da fila me levando para uma das portas do enorme corredor, tentei segurar a mão de Maité que estava logo atrás de mim, eu a vi seguindo pelo corredor a minha procura, a porta então foi fechada e Nicolas me empurrou contra uma mesa fazendo eu perder o equilíbrio tendo de segurar a mesa, logo me coloquei de pé e me virei para encara-lo temendo o pior.

- O que você quer, Nicolas? - tentei colocar todo o deboche possível para ver se ele demonstrava alguma reação, mas não ele apenas se virou se encostou na porta com as mãos nos bolsos, do modo mais debochado possível como se ele não se importasse do seu nome ser pronunciado neste tom.

- Por que acha que eu me incomodaria de você saber meu nome? - faço menção a respondê-lo mas ele procedeu sua fala - Não deveria se arriscar em insinuar saber coisas que você não sabe sobre mim, até por quê, nesse jogo do saber eu ganho no quesito Alice, sei até mesmo coisas sobre você que você nunca soube e provavelmente nunca vai saber - tento esboçar um sorriso de simpatia, mas acho eu que não estou de acordo.

- É mesmo? Tipo o que? Me poupe do seu joguinho de insinuações. - Me sentei em cima da mesa, deixando os meus saltos a centímetros do chão, tentando demonstrar confiança apesar das minhas pernas tremendo.

- E o que te faz pensar que é um jogo de insinuações? - tenho que entrar no jogo dele, se não não vou conseguir arrancar nada

- Não sei, mas talvez seja esse seu jeito de quem fala muito e faz pouco. - ele arqueia as sobrancelhas, ligeiramente estupefado pela minha ousadia de ofende-lo na posição de mandada que eu me encontro aqui dentro, e da uma gargalhada rouca.

- Eu poderia te punir por ser tão petulante - ele vem se aproximando de mim, e só para quando já esta a centímetros dos meus joelhos. - mas nos dois sabemos que isso não faria você largar esse humor que você tem.

- É reconfortante saber que concordamos nisso, ao que parece subimos de nível.- ele balança a cabeça para os lados indicando negação, mas com um sorriso em seu rosto, foi quando percebi uma tatuagem saindo do seu paleto, a linha que começava em seu pescoço parecia engrossar a medida que decaia pelo seu ombro, ele percebeu que eu observava e se pronunciou.

- Eu a fiz quando entrei pra Elite, todos são obrigados a fazer como um sinal de devoção, e isso facilita a identificação de um dos nossos. - estiquei a mão e toquei em seu pescoço passando os dedos sob a tatuagem.

- Qual a tatuagem que são obrigados a fazer ? - percebi que ele se arrepiou, e abri um pequeno sorriso ao perceber isso.

- Temos que representar o motivo que nos fez entrar na Elite. - qual seria o motivo de Nicolas ?

- Que tatuagem você fez ? - me sentei mais a beira da mesa e pude ver que ele me olhava  sem nem ao menos piscar.

- Asas, elas começam nas minhas costas - ele se aproximou alguns centímetros, fazendo eu o encara-lo

- Um anjo caído - abaixei o olhar tentando disfarçar a ironia e soltei o ar que nem percebi que prendia, ele então se virou e se encostou ao meu lado na mesa.

- Não sou cristão, mas tanto faz. - nós olhamos e assim que ouvimos algumas batidas bruscas na porta, Nicolas rapidamente se endireitou e se afastou dizendo ao desconhecido que poderia entrar.

- Senhor, eles acabaram de chegar, as garotas já estão nas posições. - era o mesmo homem que Nicolas andava ao lado antes de me trazer para cá.

- Ótimo, já pode se retirar. - disse num tom severo, completamente diferente da pessoa que estava a minha frente a poucos segundos, o homem então nos deu as costas e fechou novamente a porta.

Para Sempre, Alice.Onde histórias criam vida. Descubra agora