Capítulo 26°

36 5 4
                                    

17 de Dezembro, Washington - Audiência -

- Você tem certeza que esta bem ? - Daniel me perguntava pela decima vez nos últimos quinze minutos - Podemos adiar e...

- Não adianta adiar o famigerado inevitável, e você sabe ! - disse colocando minha mão sob sua perna, já estávamos esperando o inicio da audiência em uma sala isolada, ouve uma inversão de papeis grande desde que chegamos, Daniel parece sempre angustiado e pesaroso.

Nossa conversa foi atrapalhada por Christopher na sua pose de segurança, apesar de estar a serviço aqui, pude notar seu nervosismo.

- Pronta ? - Eu me levantei ajeitei meu vestido azul marinho perfeitamente engomado para a ocasião, fazendo Daniel me acompanhar se levantando também.

- Sim - Meu peito se apertou e senti minha respiração ficar pesada com as lembranças, é chegou a hora ! - Vamos logo ! - Chris me escoltou até a sala, me levando por caminhos sem muitas pessoas, por enquanto eles preferem que seja privado para que não haja muito tumulto.

caminhamos pelos corredores quando chegamos ao elevador, ele logo apertou o botão e a caixa metálica começou a se mover, meu pânico só aumentava.

- Você pode me abraçar ? - digo e percebo na minha voz uma angustia e me incomoda bastante, ele então relaxa a postura e abre os braços se virando para mim e sem pensar duas vezes me aconchego em seu peito respirando fundo.

- Vai dar tudo certo, eu juro ! - as palavras de Christopher tem sido muito importante pra mim nesses momentos, as portas se abrem e me afasto meio receosa mas direcionando um sorriso amigo para ele.

- Obrigada ! - ele retribui o sorriso e logo saímos do elevador.

Ele caminhava a frente com uma postura autoritária e tratei de me endireitar numa boa postura quando chegamos em frente as portas de madeira, eu juro que queria sair correndo e não olhar pra trás, mas eu não podia. Christopher abriu as portas e a primeira visão que tive foi do rosto de incredulidade de Daimiem mas logo tornou seu olhar frio e repugnante fazendo - me direcionar o olhar para o retante do tribunal, era diferente pessoalmente, tudo tinha um ar sofisticado, o balcão do juiz ficava no centro da sala e as mesas onde ficaríamos era de frente uma para outra e por onde nos entramos havia algo parecido com uma arquibancada em miniatura e confortável para as testemunhas, andamos ate a mesa branca onde Chris me direcionou para que eu me sentasse.

- Declaro abertos os trabalhos da Vara de Audiência, sessão da primeira reunião do Tribunal do Juri da Comarca Washington no ano de 2017 - o juiz logo disse me deixando meio perdida, ele prosseguiu com as ordens a maioria ao escrivão da audiência, mas minha concentração se manteve em Deimiem, sempre calmo o que me dava, definitivamente, muita raiva. - Prosseguindo com a audiência, apresentarei as acusações contra o réu Deimiem Stewart, o mesmo foi acusado de Tráfico de Mulheres e Cárcere de privado. - Meu advogado apenas me olhava, mas meu olhar estava vidrado em Deimiem, só quero que ele pague por destruir a vida de tantas pessoas - A testemunha dessa audiência se trata de Alice Becker ....

Foram longas horas, a audiência era basicamente um bate e volta sempre com um ou outro retrucando entre uma acusação e outra, já estava a vinte minutos sentada dando meu testemunho, as perguntas eram intermináveis e todas me faziam lembrar de tudo que eu vi e vivenciei, era muito estranho falar e saber que estava sendo analisada.

- Poderia nos contar em detalhes o que houve no dia dez de Dezembro ? - Meu advogado me perguntou logo me direcionando um olhar reconfortante apesar da situação ser bem diferente.

- Eu e Daniel Helios chegamos a Washington por volta das 17 horas da tarde, ele preferiu me deixar no hotel que fica a algumas quadras da Delegacia e do Departamento de perícia, ele foi ver o pai. - Sintia meu corpo inteiro se arrepiar - Eu fui descansar, algumas horas depois eu acordei com batidas bem fortes na porta mas eu apenas ignorei, depois de um tempo eles já haviam invadido o quarto e eu me escondi em baixo da cama, mas um deles me achou e me agrediu e depois......- não sei quanto segundo fiquei olhando pro nada, poderia não entra concentrada mas na minha cabeça a memoria era bem viva - Ele me estuprou e queria me obrigar a fugir, logo depois ouvi tiros e ele estava morto, foi quando que a policia estava no hotel.

- Obrigado Sr. Becker - disse e logo veio a defesa fazer as perguntas.

●●●

- O que você esta fazendo ? - Já fazia mais de meia hora que eu estava a estudar o mapa procurando rotas menos usadas para fazermos nossa viajem a Roosevelt - Você esta estranha !

- Eu não estou estranha, apenas distraída com algumas coisas ! - voltei a traçar algumas opções na tentativa de Daniel se tocar e me deixar sozinha novamente.

- Você estava pensando na sua família ? - Na realidade não conseguia não pensar nisso um minuto se quer, só não entendo o por quê de ir atrás da minha mãe e não de Zoe, o que ele queria com ela ?

- Sim, estou preocupada com o que ele possa fazer com ela, eu sei que ele vai tentar algo para me afetar ! - Já estava tarde e nos acordaríamos de manha cedo no dia seguinte portanto comecei a guardar as coisas. - Ou talvez afetar Zoe... Nunca se sabe.

- Quando chegarmos em Billings, será só nos por um tempo ! Christopher tem que resolver umas coisas para nossa chegada a Roosevelt. - diz se levantando e me ajudando a juntar as coisas. - Já sabe onde ficaremos ?

- A resposta obvia mas idiota, seria na minha casa - fui andando ate a mochila e Dan me acompanhou - já a menos provável seria ficarmos num motel que tem perto da entrada da cidade, ou então.....- Já sabia sua resposta, mas não custava nada tentar. - Eu poderia ligar pro Willian.

- Na casa dos Miller ? você esta pirando.... - ele me entregou as coisas e foi se sentar no pequeno sofá que habitava o comodo - Eles são conhecidos por toda Montana, são uma família de grande porte, não entendo o por que de terem voltado para Roosevelt, lá é o fim do mundo...... sem ofensas.

- Tudo bem, você tem razão.... em partes. - me sentei ao seu lado, estava cansada de toda essa correria, mas não pararia até que minha mãe esteja a salvo. - Na cidade existe a casa que eles residem que tem uma ótima segurança, mas longe dali, perto do campo e das fronteiras eles tem uma casa, só quem trabalha na casa e que ficam na cidade pra servir a família sabem onde fica e nessa época do ano ninguém vai pra lá, seria um bom lugar ?

- Como você sabe dessas coisas ? - arqueou as sobrancelhas se ajeitando no sofá

- Eu praticamente fui criada na casa deles, eu sei de mais coisas do que você pensa ! - não sabia de tais coisas, mas era interessante despertar a curiosidade de Daniel - Alias, eu, Will e Zoe crescemos juntos, já viajamos com os Miller pra casas de praia e campo, Megan é como uma segunda mãe. - lembrava das vezes em que eu ficava triste por minha mãe não poder ficar em casa e ter que ir trabalhar, deixando a mim e Zoe na casa da mesma.

- E o pai ? Não gosta dele ? - perguntou notando que me perdi nos pensamentos.

- O George..... é o George ! Não falava muito com ele, mas ele é boa pessoa e sempre nos ajudou, foi ele quem conseguiu trabalho para minha mãe quando ela chegou na cidade, foi logo depois que eu nasci.

- Vocês tem uma história longa com essa cidade ! - logo se levantou, eu apenas acompanhava seus movimentos. - Vou para o banho, bata na porta quando meu pai chegar.

- Tudo bem, vai lá !

E por um bom tempo fiquei lembrando daqueles bons dias em que eu e minha família ficávamos nos divertindo, precisava descansar, parar e recomeçar mas é difícil quando nada e nem ninguém conspira a seu favor, mas eu sei que uma hora tudo vai dar certo.... Não posso perder a esperança, é o que me resta agora.

○○○

Olá leitores, espero que estejam gostando

Deem seu voto e comentem, vamos interagir !

Tem muita coisa doida que vai acontecer daqui pra frente

Queria saber com vocês, o que acham de um bônus ?? comentem....

Contudo, um abraço!

Que a força esteja com vocês

Para Sempre, Alice.Onde histórias criam vida. Descubra agora